terça-feira, 20 de março de 2012

Norte-americanos e chineses de olho nos mineiros

Chineses e norte-americanos estão de olho em Minas Gerais. O Estado passa a ser uma alternativa para o fornecimento de suprimentos de projetos maiores, globalizados. No caso dos EUA, executivos da Boeing, que tentam vender 36 caças F-X2 para o Governo brasileiro, estão sondando fabricantes instalados em Belo Horizonte e região metropolitana, além de Itajubá e Santa Rita do Sapucaí, no sul do Estado, municípios que sediam importantes indústrias na área eletrônica, bélica e de helicópteros.
Essa compra de caças para a Força Aérea Brasileira se arrasta há anos e tende a superar a novela das obras do metrô de Belo Horizonte, que são sucessivamente anunciadas e adiadas. Além da Boeing, fabricantes de caças franceses e suecos disputam a concorrência e prometem transferir tecnologia para o Brasil. Há desconfiança quanto a essa transferência, em especial por parte dos norte-americanos. Contudo, pelo menos aqui em Minas Gerais, eles buscam fornecedores para o projeto, embora de produtos com pouco valor agregado. Mesmo que a Boeing não venha a vender os caças para a FAB, pelo menos eles ficarão sabendo se os fabricantes mineiros têm condições de atendê-los em outros projetos, podendo fazer negócios no futuro.
Já os chineses estão praticamente confirmados nas montanhas de Minas. A Foxconn, um dos grandes conglomerados do país asiático, terá uma participação de até 30% em uma indústria a ser instalada em Minas Gerais para fabricar telas planas destinadas a iPad. Os outros sócios serão o grupo EBX e mais duas ou três empresas de médio porte do setor de informática, além do Governo federal, por meio do BNDESPar, sempre interessado na prospecção de bons negócios.
Essa estrutura societária estará definida até o fim do mês, conforme assegurou ontem o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. O ex-prefeito da capital não revela, mas consta que a planta iria para o município de Funilândia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As telas planas fabricadas por aqui vão abastecer a unidade da Foxconn em Jundiaí, no interior paulista.
O comércio entre a China e o restante do mundo passa por questionamentos. Do Brasil, eles compram soja e minério de ferro e exportam quase tudo, de quinquilharias a porcelanato, de veículos a aços produzidos com o minério de Itabira e que chegam aqui com preços competitivos. Essa vantagem chinesa tem limite e a avalanche de produtos Made in China tem de ser controlada por políticas públicas.
Para se instalar no Brasil, a gigante Foxconn está sendo contemplada pela Lei 8.248, a “Lei do Bem”, além de terreno, luz e água, os velhos e tradicionais atrativos.


Nenhum comentário: