sexta-feira, 23 de março de 2012

Polícia tenta identificar bens adquiridos pela quadrilha que assaltou Embraforte


Landercy Hemerson -Estado de Minas
Foto: Google Images

 
A recuperação dos R$ 46 milhões roubados dos cofres da Embraforte, em 4 de setembro de 2010, será tarefa árdua, apesar das recentes prisões de cinco integrantes da quadrilha. O Ministério Público Estadual (MPE) tem entre suas prioridades rastrear imóveis e outros bens comprados pelos integrantes do grupo com o dinheiro do assalto, para pedir o bloqueio na Justiça. Mas já se sabe que uma parte foi destinada a uma facção criminosa de São Paulo, para financiar suas atividades. Nessa quinta-feira os cinco acusados foram ouvidos pela polícia e representantes da Promotoria de Combate ao Crime Organizado.

Confira imagens da chegada dos envolvidos ao Deoesp
O promotor do caso, Rodrigo Fonteboa, evitou falar sobre as apurações. Eles negam qualquer envolvimento no crime, mas os indícios levantados foram suficientes para que tivessem suas prisões temporárias decretadas. A partir das ordens judiciais, um homem identificado como Luiz Carlos foi preso em São João del-Rei, Campo das Vertentes. Outros três suspeitos e uma mulher em Itanhanhém, Suzano e Praia Grande, em São Paulo. Entre os detidos, o paulista Leandro Zeferino Santos é apontado como o homem que aparece num vídeo fazendo ameaças aos reféns com um fuzil. Nas imagens, ele usava uma máscara.

Desde o assalto, em que cerca de 20 bandidos fizeram reféns funcionários da Embraforte e seus parentes, várias equipes do Departamento de Investigação de Crimes contra o Patrimônio (Depatri) trabalhavam nas apurações. Há um ano surgiu uma nova pista, na qual as equipes da Divisão de Operações Especiais (Deoesp) e do Grupo de Combate a Organizações Criminosas (GCOC) concentraram as apurações e conseguiram identificar alguns envolvidos.


Nessa quinta-feira à tarde foram realizadas reuniões entre as equipes do Deoesp e GCOC para traçar as estratégias de atuação na próxima semana. O alvo agora são os suspeitos que planejaram e financiaram a ação criminosa. A polícia já sabe que alguns integrantes da quadrilha têm ligações com a facção criminosa de São Paulo, que teria fornecido os fuzis, as metralhadoras e granadas usados no assalto. Mas ainda há muitas questões sem respostas, que os agentes esperam esclarecer a partir dos depoimentos dos acusados presos. Entre essas, como o volume de dinheiro saiu de Minas.

O assalto à Embraforte foi na manhã de 4 de setembro de 2010. Cerca de 20 bandidos participaram da ação, que teve início na noite anterior com o sequestro do tesoureiro, o chefe de segurança e o chefe de administração da transportadora de valores, que fica na Rua Major Lage, Bairro Ouro Preto, na Pampulha, Norte da capital. Os bandidos levaram também os familiares dos funcionários que ficaram reféns por cerca de 12 horas num sítio em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Eles demonstravam conhecer bem o sistema de segurança da empresa e sabiam até os nomes de alguns dos empregados de plantão.

O roubo, em que não foi disparado um só tiro, foi apontado pela polícia como o maior ocorrido em Minas Gerais e está entre os cinco mais expressivos do país. No ataque à sede da empresa, os ladrões levaram os três empregados num caminhão-baú para conseguir ter acesso ao local. Com imagens gravadas numa filmadora, em que parentes dos funcionários apreciam sendo ameaçados por fuzis, os ladrões intimidaram os colegas de trabalho dos reféns. Os cofres da Embraforte estavam abastecidos para suprir caixas eletrônicos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal durante o recesso do feriado de 7 de Setembro.

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