15/06/2012 11h35
- Atualizado em
15/06/2012 13h25
Estudantes foram presos e levados para sede da Polícia Federal.
PF diz que 22 serão levados para Centro de Detenção de Pinheiros.
Alunos quebraram vidraças e fizeram pichações (Foto: Divulgação/PF)
A Polícia Militar (PM) divulgou na manhã desta sexta-feira (15) o áudio
do chamado recebido pela corporação para ir até o campus de Guarulhos,
na Grande São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No
local, estudantes realizavam um protesto que terminou em confronto com a
polícia.
Após serem presos pela PM, os manifestantes foram levados para a sede
da Polícia Federal (PF). Segundo a PF, 22 estudantes serão autuados em
flagrante pelos crimes de dano ao patrimônio público, constrangimento
ilegal e formação de quadrilha. Eles serão levados para o Centro de
Detenção de Pinheiros.
A direção da Unifesp chegou a negar à TV Globo ter acionado a PM para
conter o protesto. Em nota divulgada nesta tarde, enviada após a polícia
ter divulgado o áudio, a universidade admitiu que funcionários fizeram a
ligação (Veja íntegra abaixo). A gravação mostra uma funcionária e o diretor da unidade pedindo o envio de equipes.
A solicitante, identificada como Lilian, ligou para a PM às 19h40 de
quinta-feira (14). "Oi, por favor, aqui é da Universidade Federal de São
Paulo, por favor, eu preciso que vocês mandem a Polícia Militar para
cá, porque houve um acordo entre a superintendência da Policia Federal e
o comandante aqui de Guarulhos, para que se houvesse qualquer ato de
vandalismo à direção aqui no campus de Guarulhos a PM seria acionada, e
eles estão arrebentando tudo aqui", disse a mulher.
A policial que atendeu a ligação pediu o endereço da universidade, e a
solicitante reforçou o pedido de uma viatura rapidamente. "Por
gentiliza, vocês precisam acionar assim muito rápido o batalhão aqui de
Guarulhos e mandar a polícia militar para cá, por favor". Em seguida, o
diretor da unidade passa a falar com a polícia, e relata a situação.
"Eles [os alunos] estão aqui na sede, estão entrando e saindo, tem
criança junto, estão quebrando vidros", afirmou. Os estudantes negaram
ter feito pichações ou depredado o prédio.
A confusão ocorreu durante um protesto por melhorias nas condições da
universidade e o fim da repressão ao movimento estudantil. Policiais
militares chegaram ao prédio. Um vídeo gravado no local mostra os
policiais e os estudantes lado a lado. Em seguida, um policial detém uma
estudante e a confusão começa.
Houve confronto e 25 estudantes foram detidos e levados para a Polícia Federal, na capital paulista. Anteriormente, o advogado dos estudantes chegou a divulgar que 26 haviam sido presos. Outros alunos ficaram feridos.
Houve confronto e 25 estudantes foram detidos e levados para a Polícia Federal, na capital paulista. Anteriormente, o advogado dos estudantes chegou a divulgar que 26 haviam sido presos. Outros alunos ficaram feridos.
Autuados
Segundo a Polícia Federal, 22 presos foram autuados em flagrantes e vão responder pelos crimes de dano ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha.
Segundo a Polícia Federal, 22 presos foram autuados em flagrantes e vão responder pelos crimes de dano ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha.
Destes,14 já haviam sido levados à PF em 6 de junho, quando houve
reintegração de posse no prédio. Três deles possuem antecedentes
criminais por dano e formação de quadrilha. Os presos serão encaminhados
para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros.
Depredação
A Polícia Federal e a Unifesp informaram que o prédio foi depredado. Em nota, a PF afirmou que, segundo os depoimentos colhidos, a manifestação se iniciou de forma pacífica, mas houve um cerco ao prédio da Diretoria Acadêmica e parte do grupo entrou no prédio, quebrando vidraças e deixando acuados professores e funcionários.
A Polícia Federal e a Unifesp informaram que o prédio foi depredado. Em nota, a PF afirmou que, segundo os depoimentos colhidos, a manifestação se iniciou de forma pacífica, mas houve um cerco ao prédio da Diretoria Acadêmica e parte do grupo entrou no prédio, quebrando vidraças e deixando acuados professores e funcionários.
Ainda de acordo com a PF, os estudantes também picharam o prédio e
quebraram objetos, incitando uma nova ocupação do prédio. A PM então foi
chamada para restabelecer a ordem.
Portas e vidraças foram quebradas durante tumulto
(Foto: Divulgação/PF)
(Foto: Divulgação/PF)
A PF também relatou que o grupo reagiu com a chegada da PM. Os jovens
detidos foram levados para a sede da PF em São Paulo pois é atribuição
do órgão investigar crimes contra servidores e o patrimônio das
universidades federais. Foi feita uma perícia no prédio, e constatados
danos ao patrimônio da Unifesp.
Segundo nota divulgada pela Reitoria da Unifesp, um grupo de alunos se
concentrou na frente do prédio por volta de 18h e “começou a insultar o
diretor acadêmico”.
Depois, entraram na diretoria e começaram a quebrar “vidros, móveis e
computadores, intimidando e acuando não apenas o diretor acadêmico como
também professores no local, ameaçando, inclusive, ocupar o prédio”.
“Neste momento a Polícia Militar que faz a segurança do bairro foi
acionada por docentes e servidores acuados na Diretoria Acadêmica para
conter os manifestantes e garantir a integridade física de todos os
presentes, inclusive de alunos”, diz a nota.
A reitoria acionou a Superintendência da Polícia Federal depois que foi
informada sobre o ocorrido. Ainda segundo a nota, a diretoria “está
tomando medidas judiciais e administrativas cabíveis para a reparação
aos danos causados ao Campus”.
Polícia MilitarOs jovens reclamam que os policiais
usaram balas de borracha e bombas de gás e já chegaram agredindo os
alunos. Por meio de nota, a Polícia Militar informou que foi acionada
pelo telefone “190” por volta das 19h40 desta quinta. “Ao chegaram para
atender a ocorrência, os alunos arremessaram pedras e pedaços de madeira
contra a equipe, tentando impedir o acesso a um dos prédios onde
estavam os professores. Os alunos, ainda, depredaram o patrimônio
público e fizeram pichações”, diz a nota.
Ainda segundo a PM, “para garantir a segurança dos professores, foi
necessário o uso de granadas de efeito moral e de munição elastômera
(‘bala de borracha’)”. De acordo com a PM, imagens gravadas por alunos
serão apuradas, bem como a atuação dos policiais envolvidos no caso.
Íntegra da nota
Veja abaixo nota da Unifesp sobre o incidente:
Íntegra da nota
Veja abaixo nota da Unifesp sobre o incidente:
"NOTA OFICIAL DA REITORIA DA UNIFESP
A Reitoria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) esclarece que, mesmo após o processo de reintegração de posse pacífica, ocorrida no dia 6 de maio, no Campus Guarulhos, e agendamento de audiência pública entre os estudantes e o reitor, para o dia 20 de junho, na noite de ontem (14), um grupo de estudantes, que participava de uma assembleia multicampi destinada a discussão de apoio à greve dos docentes, voltou a depredar as instalações do Campus aos gritos de ocupação, após encerrada a assembleia.
De acordo com a direção do Campus Guarulhos, durante a tarde, chefes de departamento se encontravam em reunião com a diretoria. Ao final da reunião de professores, constatou-se que paredes e chão do Campus haviam sido pixados.
Por volta das 18 horas, um grupo de alunos se concentrou na frente da Diretoria Acadêmica e começou a insultar o diretor acadêmico. Em seguida, entraram no prédio quebrando vidros, móveis e computadores, intimidando e acuando não apenas o diretor acadêmico como também professores no local, ameaçando, inclusive, ocupar o prédio. Neste momento a Polícia Militar que faz a segurança do bairro foi acionada por docentes e servidores acuados na Diretoria Acadêmica para conter os manifestantes e garantir a integridade física de todos os presentes, inclusive de alunos.
Assim que foi informada dos acontecimentos, a Reitoria acionou a Superintendência da Polícia Federal, que assumiu a operação policial.
A Reitoria esclarece que a instituição está procurando, de todas as
formas, solucionar os problemas e recolocar o Campus Guarulhos em
situação de normalidade. Entretanto, a invasão do campus, com depredação
do patrimônio público e constrangimento ilegal não é forma de
manifestação ou reivindicação. Trata-se de conduta absolutamente
contrária ao Estado Democrático de Direito.
A Reitoria está tomando medidas judiciais e administrativas cabíveis para a reparação aos danos causados ao Campus.
Em relação aos alunos presos, a Reitoria está acompanhando o
processo junto à Polícia Federal. Os procedimentos e medidas cabíveis
seguirão o devido processo legal."
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