quarta-feira, 6 de junho de 2012

Aumenta a intolerância dos brasileiros ao crime, aponta pesquisa


Pesquisa: 47,5% concordam com o uso de tortura para a obtenção de provas

Leonardo Morais/ Arquivo Hoje em Dia
Criminalidade
População quer ação rígida da polícia contra a criminalidade
Caiu nos últimos dez anos o número de pessoas totalmente contrárias à obtenção de provas por meio de tortura, segundo pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP) divulgada ontem.
Conforme os dados, de 2010, apenas 52,5% dos ouvidos discordam totalmente do uso de tortura para obter provas e 47,5% concordam totalmente, em parte ou discordam apenas em parte com a prática. Em 1999, a mesma pesquisa apontava 71,2% dos brasileiros totalmente contrários à tortura e 28,8% concordavam totalmente, em parte ou discordavam em partes.
Ao todo, foram ouvidos moradores de 11 capitais brasileiras. Na análise regionalizada, Goiânia é a que tem maior percentual de moradores que discordam totalmente com a tortura, seguido por Belo Horizonte e São Paulo.
Já entre os que concordam totalmente, em parte ou discordavam em partes com a prática, o destaque é Porto Velho, com 75,3% das pessoas com essa opinião.
Na pesquisa, foram feitas 4.025 entrevistas com maiores de 16 anos nas cidades de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Manaus, Porto Velho e Goiânia.
Já quanto à ação policial, caiu o percentual de pessoas que desaprovam o uso da força policial. Apesar disso, a maioria ainda é contrária. O número de pessoas que discordam totalmente com a invasão de residência caiu de 78,4% para 63,8%, com o ato de atirar em suspeito caiu de 87,9% para 68,6%, e quanto a agressão de suspeito caiu de 88,7% para 67,9%.
Maioria aprova pena de morte para estuprador
A pesquisa NEV/USP apontou ainda que a maioria da população brasileira defende a pena de morte ou a prisão perpétua para estupradores. Conforme os dados, 73,8% dos entrevistados são a favor de penas mais duras para os condenados por estupro.
Ao mesmo tempo, 51,8% dos entrevistados dizem ser contrários à pena de morte. Atualmente, estupradores podem ficar no máximo 12 anos presos, segundo o Código Penal.
“O estupro é um dos crimes que mais provocam ódio. Quanto mais raiva a pessoa sente, maior é a propensão de ela aceitar uma pena dura para o criminoso”, afirma a psicóloga Nancy Cardia, coordenadora do trabalho.


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