segunda-feira, 4 de junho de 2012

NOTA DO COMANDO GERAL ALUSIVA AOS 237 ANOS DA PMMG




Comemora-se, no dia 9 de junho, o 237º Aniversário da PMMG, data festiva para uma organização que, desde o ano de 1775, quando se deu a sua fundação, tem sido a legítima guardiã do povo mineiro. A expressão primeira dessa trajetória hoje bissecular foi o Regimento Regular de Cavalaria de Minas. Este foi criado por decisão do Governador de Minas Gerais, Dom Antônio de Noronha, que praticou esse ato após 
extinguir as Companhias de Dragões. Tais  companhias tinham vindo de Portugal, a pedido  de um governador anterior,  o Conde de Assumar; haviam sido  compostas apenas de portugueses e não conseguiram cumprir a missão de impedir a sonegação de impostos  ligados à extração do ouro e pedras preciosas, tendo sido uma das causas a sedução pela exploração mineral, atividade em que eles próprios tinham o dever ético de não se envolver.
A institucionalização da violência nas terras mineiras, fruto da cobiça pelo acesso fácil a esses bens foi, por isso, o cenário  com que se  depararam os integrantes do referido Regimento,  célula básica da PMMG e substitutivo das Companhias de Dragões portuguesas. A missão recebida foi fazer frente a essa violência; policiar uma capitania em que a única regra vigente até então houvera sido a “lei do mais forte”. 
A  força bruta e a violência  campeavam, constrangendo  a maioria da população, então espalhada em longínquos rincões, e punha em risco a segurança das autoridades, dos moradores das vilas e dos usuários das estradas. Os castigos previstos nas Ordenações Filipinas, que eram a lei daquele período, mostravam-se “letra morta” para a maioria dos habitantes da capitania. Desse modo, a PMMG lidou, desde os primeiros momentos de sua fundação, com o desafio de, com base na hierarquia e na disciplina militares, agir no 
campo e nas cidades, obediente ao Governo da Capitania, sem se deixar atrair e ser destruída pela cobiça que fizera fracassar a organização portuguesa que a precedera. 
Nesse  primeiro contingente  da Polícia Militar  serviu o Alferes Joaquim José da Silva Xavier,  o Tiradentes,  que viria a se tornar, mais tarde,  o líder da Inconfidência Mineira. Esse movimento foi de repulsa contra os excessos praticados  por Portugal,  na cobrança de impostos a respeito da extração de metais preciosos, e faz de Minas Gerais o berço da democracia brasileira. 
Permanência e mudança coexistem na cultura organizacional da PMMG desde os primórdios. Por um lado, está vivo o ideário que motivou a participação do Alferes Tiradentes na Inconfidência Mineira; é por isso que a Polícia Militar traz como traço identitário a iniciativa em promover essa proteção de uma forma ampla, articulando-se em redes de defesa do bem e das virtudes. Por outro lado,  o nome  da instituição veio sendo modificado: de Regimento Regular de Cavalaria, passou a Corpo Policial de Minas;depois Guarda Republicana, Corpo Militar de Polícia de Minas, Força Policial, Brigada Policial, Força Pública 
e, desde 1946, PMMG. Apesar dessas alterações nominais, preserva-se a dedicação ao dever de proteger a população, sem admitir em seus quadros  nenhum tipo de  corrupção. Ao mesmo tempo, aprimora-se a forma de concretizar esses elevados ideais: de exército estadual, como suporte às políticas de manutenção da ordem, no último quarto século XVIII, a Polícia Militar chegou ao século XXI como aquilo que sempre foi: construtora da cidadania ao lado do povo mineiro.
Paralelamente a esse constante equilíbrio entre perenidade e inovação, a PMMG tem sabido 
interpretar e traduzir em concretude os anseios maiores da sociedade mineira contra toda sorte de opressão. Isso  ajuda a entender a elevada  credibilidade da qual a Polícia Militar sempre desfrutou e continua desfrutando, seja na ótica dos cidadãos, seja no olhar das autoridades, do Estado e da sociedade civil organizada. Minas é referência brasileira de liberdade combinada à defesa das mais caras tradições que sustentam a civilização ocidental e a  história  da Corporação de Tiradentes  confunde-se com a do próprio ente federativo que a contém.Parte dessa simbiose reexternaliza-se a cada Aniversário da PMMG, quando se procede à entrega 
da medalha Alferes Tiradentes, como forma de reverenciar o exemplo de admirável civismo e a estatura moral desse grande policial-militar mineiro, Patrono Cívico da Nação e das Polícias Militares do Brasil.
O transcurso deste aniversário é símbolo de preservação dos acertos e da busca pela superação do que ainda suscite  aprimoramentos. O alcance desse ideal pressupõe a indispensável  continuidade de participação da sociedade, em críticas construtivas que permitam à PMMG manter um alto nível de qualidade ética e técnica na atuação profissional do seu vultoso contingente, distribuído no vasto território

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