sábado, 2 de junho de 2012

Pesquisa: comer pouco é a chave para longevidade


Cortar calorias prolonga o tempo de vida; principal recomendação é o consumo de frutas, verduras e legumes
Samuel Costa/Hoje em Dia
Saúde alimentar
Fã das frutas, Maria Imaculada comemora os cinco quilos perdidos em dois meses
Comer pouco pode ser a chave para a longevidade. É o que sinalizam pesquisas científicas que submeteram animais a uma dieta de restrição calórica. Embora o teste não tenha sido aplicado em humanos, especialistas acreditam que o simples ato de cortar calorias é capaz de trazer benefícios para a saúde e prolongar o tempo de vida.
“Em todas as espécies testadas, o animal que come menos vive mais. O tempo médio de vida do camundongo, por exemplo, é de 43 meses, mas os que passaram por uma redução calórica chegaram aos 57 meses”, comenta o nutrólogo Ênio Cardillo Vieira. Ele cita outra experiência, iniciada em 1990, que também apresenta resultados semelhantes em macacos.
“Os resultados podem explicar o motivo de a ilha de Okinawa, no Japão, concentrar a maior quantidade de centenários do mundo. Por enquanto, essa é a única evidência que temos entre os humanos”, sugere o nutrólogo. Por tradição, os moradores da cidade japonesa consomem 70% menos calorias que a média mundial.
Ênio afirma que a possível justificativa para a sobrevida, segundo a literatura científica, é que o consumo de menos calorias reduz também a quantidade de radicais livres produzidos pelo corpo. Importantes para a defesa do organismo, quando estão em excesso comprometem o bom funcionamento do corpo.
Enquanto os resultados da restrição calórica estão em debate, a nutricionista do Instituto Mineiro de Endocrinologia, Alice Carvalhais, lembra que já está comprovada que a alimentação balanceada previne o envelhecimento precoce. “Não se pode evitar o envelhecimento, mas temos nas mãos o poder de retardar seus efeitos. Com os avanços proporcionados pela ciência, o ser humano pode exercer controle considerável sobre a duração da vida e a forma pela qual envelhece”, alerta. A principal recomendação da nutricionista é o consumo de frutas, verduras e legumes, que são potentes antioxidantes naturais.
Dietas só funcionam com disciplina
Os benefícios de uma alimentação balanceada foram experimentados pela secretária Carla Cristina Andrade Martins, de 43 anos, que atribui a perda de 46 quilos a um processo de reeducação alimentar. Embora desconheça pesquisas que associem a restrição calórica à longevidade, ela está certa de que a dieta equilibrada lhe proporcionará alguns anos a mais de vida.
“Eu estava com 41 anos quando minha pressão chegou a 23 por 16. Fui parar no hospital e isso me despertou. Percebi que não poderia continuar levando aquela vida, cheia de biscoitos, doces e refrigerantes em todos os intervalos, ou então a minha vida ficaria em risco”, relembra a secretária, que também teve diabete por causa da obesidade.
Depois de passar por uma cirurgia bariátrica, Carla Cristina começou a fazer acompanhamento com uma nutricionista, que recomendou a substituição das guloseimas por frutas, verduras, iogurtes e alimentos integrais.
Embora admita ter sido difícil se livrar dos hábitos alimentares anteriores, Carla Cristina comemora os resultados adquiridos com a nova dieta. “Como menos, mas com mais qualidade”, acrescenta.


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