sexta-feira, 1 de junho de 2012

A realidade da infraestrutura em Minas Gerais

File:Br-381.gifA BR-381 voltou ao noticiário e, como sempre, da pior maneira. Agora, como estamos publicando hoje, apareceu uma cratera no km 342, na região de Bela Vista de Minas, que praticamente interrompe o trânsito para Ipatinga e Governador Valadares, tráfego este que é intenso e de caminhões pesados. Uma erosão já havia sido detectado no trecho, que sempre foi problemático. Qualquer usuário da 381 conhece os perigos de Bela Vista de Minas. Obras estavam sendo realizadas no local para reparar áreas degradadas por uma movimentação de terra durante as chuvas do início do ano.
Um desvio foi prometido com a devida urgência pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Espera-se que esteja concluído até o fim de semana, porque as carretas que por ali passam correm o risco de comprometer o que restou da estrada. Uma rodovia que já deveria estar duplicada. Essa é a realidade que está atravessada na garganta dos usuários da BR-381, conhecida nacionalmente como a Rodovia da Morte.
O trecho da BR-381, pelo menos o que liga Belo Horizonte a Ipatinga, para não falar no que vai até Governador Valadares, imbicando na Rio-Bahia, deveria estar duplicado.
Contudo, a obra que ali se vê, infelizmente, é a de um desvio de terra para não comprometer o trânsito intenso para o Vale do Aço. É o retrato de um Brasil que teima em continuar no terceiro mundo, de um Brasil que não dá conta sequer de manter a pouca infraestrutura existente. Enquanto isso, as fábricas despejam veículos novos em uma estrada tão perigosa como esta.
O desvio deve quebrar o galho por uns 30 dias, quando o Dnit espera ter recuperado o asfalto e a cratera. O buraco tem cerca de cinco metros de diâmetro, transformando o que restou da pista em uma loteria, como podemos ver na foto publicada nessa edição.
Não há outra solução. O Leste de Minas está, na prática, ilhado. Para quem pega a BR-262 rumo ao Espírito Santo, nada foi alterado. O problema é chegar ao Vale do Aço, a Nova Era, Ipatinga e Valadares.
A duplicação entre a capital e Governador Valadares é uma promessa antiga que o governo federal não consegue tirar do papel. Na viagem que a presidente Dilma Rousseff a Minas, em 11 de maio, a expectativa era que fosse anunciada a liberação de recursos para obras prometidas durante a campanha eleitoral. Porém, nada foi divulgado a respeito do orçamento para esta obra, estimado em R$ 3,5 bilhões.
Minas Gerais tem 10.800 quilômetros de rodovias federais e muitos trechos precisam ser duplicados. No caso da BR-381, sequer foi apresentado o projeto executivo da duplicação. A urgência só aparece na véspera das eleições.
Cabe às lideranças mineiras cobrar as devidas providências. A duplicação da BR-381 é hoje uma das cinco principais reivindicações de Minas, junto com o metrô de BH, a duplicação da BR-040, o Anel Rodoviário e o Rodoanel metropolitano.
ILUSTRAÇÃO: Google Images

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