A BR-381 voltou ao noticiário e, como
sempre, da pior maneira. Agora, como estamos publicando hoje, apareceu
uma cratera no km 342, na região de Bela Vista de Minas, que
praticamente interrompe o trânsito para Ipatinga e Governador Valadares,
tráfego este que é intenso e de caminhões pesados. Uma erosão já havia
sido detectado no trecho, que sempre foi problemático. Qualquer usuário
da 381 conhece os perigos de Bela Vista de Minas. Obras estavam sendo
realizadas no local para reparar áreas degradadas por uma movimentação
de terra durante as chuvas do início do ano.
Um desvio foi prometido com a devida urgência pelo Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Espera-se que esteja concluído
até o fim de semana, porque as carretas que por ali passam correm o
risco de comprometer o que restou da estrada. Uma rodovia que já deveria
estar duplicada. Essa é a realidade que está atravessada na garganta
dos usuários da BR-381, conhecida nacionalmente como a Rodovia da Morte.
O trecho da BR-381, pelo menos o que liga Belo Horizonte a Ipatinga,
para não falar no que vai até Governador Valadares, imbicando na
Rio-Bahia, deveria estar duplicado.
Contudo, a obra que ali se vê, infelizmente, é a de um desvio de terra
para não comprometer o trânsito intenso para o Vale do Aço. É o retrato
de um Brasil que teima em continuar no terceiro mundo, de um Brasil que
não dá conta sequer de manter a pouca infraestrutura existente. Enquanto
isso, as fábricas despejam veículos novos em uma estrada tão perigosa
como esta.
O desvio deve quebrar o galho por uns 30 dias, quando o Dnit espera ter
recuperado o asfalto e a cratera. O buraco tem cerca de cinco metros de
diâmetro, transformando o que restou da pista em uma loteria, como
podemos ver na foto publicada nessa edição.
Não há outra solução. O Leste de Minas está, na prática, ilhado. Para
quem pega a BR-262 rumo ao Espírito Santo, nada foi alterado. O problema
é chegar ao Vale do Aço, a Nova Era, Ipatinga e Valadares.
A duplicação entre a capital e Governador Valadares é uma promessa
antiga que o governo federal não consegue tirar do papel. Na viagem que a
presidente Dilma Rousseff a Minas, em 11 de maio, a expectativa era que
fosse anunciada a liberação de recursos para obras prometidas durante a
campanha eleitoral. Porém, nada foi divulgado a respeito do orçamento
para esta obra, estimado em R$ 3,5 bilhões.
Minas Gerais tem 10.800 quilômetros de rodovias federais e muitos
trechos precisam ser duplicados. No caso da BR-381, sequer foi
apresentado o projeto executivo da duplicação. A urgência só aparece na
véspera das eleições.
Cabe às lideranças mineiras cobrar as devidas providências. A duplicação
da BR-381 é hoje uma das cinco principais reivindicações de Minas,
junto com o metrô de BH, a duplicação da BR-040, o Anel Rodoviário e o
Rodoanel metropolitano.
ILUSTRAÇÃO: Google Images
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