26/07/2012 06h23
- Atualizado em
26/07/2012 08h29
PM matou 45 no 3º trimestre de 2011; no 2º trimestre deste ano, foram 76.
No estado, aumento foi de 27,17% no mesmo período.
Os dados sobre criminalidade divulgados nesta quarta-feira (25) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo
apontam que, além do aumento do número de homicídios dolosos no
primeiro semestre de 2012, as mortes decorrentes de confrontos com
policiais militares vêm apresentando seguidas elevações desde o terceiro
trimestre de 2011.
Nos meses de julho, agosto e setembro do ano passado, por exemplo,
foram contabilizados 92 mortos por PMs. Deste total, 45 ocorreram na
capital. Em relação ao trimestre seguinte, houve aumentos destes índices
de 12,7% no estado e de 26,6% na capital. Nos meses de outubro,
novembro e dezembro de 2011, policiais militares mataram 104 suspeitos
no estado, sendo 57, mais da metade, na capital.
Depois de três meses, já em 2012, mais acréscimo nos índices: de 7,69%
no estado e 12,2% na capital. Nos meses de janeiro, fevereiro e março,
112 pessoas morreram em confrontos com policiais no estado e 64,
novamente mais da metade, na capital. E, finalmente, no segundo semestre
deste ano, novas altas, principalmente nos índices da capital, 18,75% -
no estado, foi de 4,46%. De acordo com a SSP, 117 suspeitos morreram ao
enfrentar PMs no estado. Na capital, foram 76 mortos, mais de 53% do
total contabilizado no período.
Levando-se em consideração para efeitos de compração o período de nove
meses, as elevações são ainda mais significativas. Apenas na capital, a
PM matou 68,8% a mais no período: saltou de 45 para 76 mortes. No
estado, o aumento foi de 27,17%: de 92 para 117 pessoas mortas por
policiais.
Desde abril do ano passado, após uma testemunha ter ligado para o Copom
para falar sobre policiais militares que executavam um suspeito dentro
de um cemitério na capital paulista, o governador Geraldo Alckmin
determinou que ações policiais que resultassem em resistência à prisão
seguidas de morte fossem investigadas pelo Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP) e não somente pela Corregedoria da PM.
De acordo com Jorge Carlos Carrasco, diretor do DHPP, ao menos 35% dos
inquéritos que investigaram mortes de civis em confronto com policiais
foram concluídos até o final de maio deste ano, quando ele concedeu
entrevista sobre seis suspeitos mortos em uma ação da Rota no
estacionamento de bar na Penha, na Zona Leste da capital. Na ocasião,
ele considerou que toda a ação dos integrantes do grupo de elite da PM
“como legítima”, mas ressaltou que “havia indícios” de execução no caso
de uma das vítimas dos policiais.
Homicídios dolososO total de homicídios dolosos
(quando há a intenção de matar) cresceu 21% na capital paulista e 8,39%
no estado de São Paulo no primeiro semestre de 2012, de acordo com as
estatísticas divulgadas pela SSP.
No estado, o crescimento no número de homicídios se deve ao registro de 2.183 casos no semestre de 2012, contra 2.014 no mesmo período de 2011, um aumento de 169 ocorrências. Na capital paulista, o total de homicídios chegou a 585 no semestre, contra 482 nos seis primeiros meses do ano passado.
No estado, o crescimento no número de homicídios se deve ao registro de 2.183 casos no semestre de 2012, contra 2.014 no mesmo período de 2011, um aumento de 169 ocorrências. Na capital paulista, o total de homicídios chegou a 585 no semestre, contra 482 nos seis primeiros meses do ano passado.
Se comparado os dados de homicídios registrados em junho do ano passado
com o mês de junho de 2012, o aumento no número de assassinatos foi de
46,9%. A partir do número divulgado nesta tarde, São Paulo tem
atualmente taxa de 10,3 casos de homicídios por cada 100 mil
habitantes, e saiu da faixa recomendada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS).
O delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, disse que o
estado enfrenta uma "criminalidade muito violenta" e que parte do
aumento nos números pode estar relacionada a vinganças praticadas por
criminosos.
"É uma linha que a polícia está investigando, ainda não tem uma confirmação de 100% de todos os casos, mas a realidade é que tem uma criminalidade muito violenta", disse.
"Tanto a Polícia Civil quanto a Militar não vão ceder nenhum espaço para o crime organizado. Esse enfrentamento gera a reação do crime organizado. Muitas vezes eles fazem ataques covardes, tentam atingir agentes do estado", disse o delegado-geral.
"Muitas vezes, quando um determinado crime acaba ocupando um espaço maior na mídia, acaba estimulando criminosos a efetuar o crime. Isso tem um fenômeno que é entendido pela criminologia, que o ser humano acaba aproveitando a onda, são crimes oportunista", avalia.
"É uma linha que a polícia está investigando, ainda não tem uma confirmação de 100% de todos os casos, mas a realidade é que tem uma criminalidade muito violenta", disse.
"Tanto a Polícia Civil quanto a Militar não vão ceder nenhum espaço para o crime organizado. Esse enfrentamento gera a reação do crime organizado. Muitas vezes eles fazem ataques covardes, tentam atingir agentes do estado", disse o delegado-geral.
"Muitas vezes, quando um determinado crime acaba ocupando um espaço maior na mídia, acaba estimulando criminosos a efetuar o crime. Isso tem um fenômeno que é entendido pela criminologia, que o ser humano acaba aproveitando a onda, são crimes oportunista", avalia.
"Nós já verificamos que, em alguns crimes, pessoas para se vingar
querendo debitar a conta no confronto entre polícia e crime organizado.
Isso está sendo elucidado", disse.
Latrocínios
No primeiro semestre, foram 55 casos de latrocínio (roubo seguido de morte) na capital paulista, 4% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. No estado, houve queda de 1,14% nessa modalidade de crime: foram 176 casos no primeiro semestre de 2011 contra 174 em 2012.
Nos dados divulgados pela secretaria referentes a maio, foram registrados 16 casos de latrocínios e 10 casos de roubo a banco na capital paulista naquele mês. O total é o dobro do registrado no mês anterior nos dois tipos de crimes.
No primeiro semestre, foram 55 casos de latrocínio (roubo seguido de morte) na capital paulista, 4% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. No estado, houve queda de 1,14% nessa modalidade de crime: foram 176 casos no primeiro semestre de 2011 contra 174 em 2012.
Nos dados divulgados pela secretaria referentes a maio, foram registrados 16 casos de latrocínios e 10 casos de roubo a banco na capital paulista naquele mês. O total é o dobro do registrado no mês anterior nos dois tipos de crimes.
Os roubos tiveram alta de 5,55% no mesmo período: de 116.351 para 122.811 casos.
Roubo de carros
O aumento da violência se refletiu também no aumento do número de roubo de carros, tanto na capital quanto em todo o estado, na comparação entre os semestres. Em 2011, foram roubados 18.797 veículos na capital, contra 23.028 ocorrências deste tipo em 2012, uma alta de 22,5%. No estado, a elevação foi de 19,36%. No primeiro semestre do ano passado, 37.652 carros foram alvo de criminosos. No mesmo período deste ano, o número de casos atingiu 44.944.
O aumento da violência se refletiu também no aumento do número de roubo de carros, tanto na capital quanto em todo o estado, na comparação entre os semestres. Em 2011, foram roubados 18.797 veículos na capital, contra 23.028 ocorrências deste tipo em 2012, uma alta de 22,5%. No estado, a elevação foi de 19,36%. No primeiro semestre do ano passado, 37.652 carros foram alvo de criminosos. No mesmo período deste ano, o número de casos atingiu 44.944.
Grande São Paulo
Na Grande São Paulo, em apenas três meses, o aumento do total de homicídios foi de 26,7%. No primeiro trimestre deste ano, foram registrados 258 homicídios, contra 327 nos meses de abril, maio e junho.
Na Grande São Paulo, em apenas três meses, o aumento do total de homicídios foi de 26,7%. No primeiro trimestre deste ano, foram registrados 258 homicídios, contra 327 nos meses de abril, maio e junho.
Na região que abrange os municípios da Grande São Paulo, os números
relacionados a assassinatos apresentaram uma pequena alta, na comparação
entre os semestres. Em 2011, foram 506 ocorrências, contra 523 em 2012,
aumento de 3,35%. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, o
crescimento no segundo trimestre foi menor: de 1,9%. Foram 259 casos
contra 264.
CRIMES NA CAPITAL |
1° sem 2011 |
1º sem 2012 |
Variação |
---|---|---|---|
Homicídio doloso |
482 |
585 |
Aumento de 21% |
Latrocínio |
53 |
55 |
Aumento de 3,77% |
Roubo a banco |
78 |
53 |
Queda de 32,05% |
Furto |
98.112 |
96.273 |
Queda de 1,87% |
Sequestros |
13 |
11 |
Queda de 15,03% |
Roubos |
54021 |
39281 |
Queda de 27,28% |
Roubo de carros |
18.797 |
23.028 |
Aumento de 22,5% |
CRIMES NO ESTADO |
1° sem 2011 |
1º sem 2012 |
Variação |
---|---|---|---|
Homicídio doloso |
2.014 |
2.183 casos |
Aumento de 8,39% |
Latrocínio |
176 |
174 |
Queda de 1,14% |
Roubo a banco |
127 |
99 |
Queda de 22,05% |
Furto |
270.758 |
267.594 |
Queda de 1,17% |
Sequestros |
34 |
23 |
Queda de 32,35% |
Roubos |
116.351 |
122.811 |
Aumento de 5,55% |
Roubo de carros |
37.652 |
44.944 |
Aumento de 19,3% |
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