Fonte: BLOG DA RENATA
Dilma merece um redondo zero na segurança pública
Forum Brasileiro de Segurança Publica - São Paulo(SP) - 23/07/2012
A
história está na boca do povo da segurança. E foi bastante lembrada
esta semana nos bastidores do 6o encontro anual do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, onde estive dois dias, em Porto Alegre. Em audiência
com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e a secretária nacional
de Segurança Pública, Regina Miki, a presidente Dilma não deu a mínima
para o programa de redução de homicídios apresentados pelos
colaboradores.
-- Isso é com os estados -- cortou Dilma.
Pelo
jeito Dilma está deixando apenas com os governadores o futuro da nação.
Uma pesquisa divulgada esta semana revelou que a violência passou a
responder sozinha por 26% de todas as mortes registradas na faixa etária
de zero a 19 anos no país em 2010. Em 1980, esta proporção era de
apenas 7%. Obviamente que o atual governo federal não é o único
responsável por isso. Esses números são o retrato da ausência de uma
política pública eficiente na área de segurança desde que o país se
entende como país. Mas o PT deve ser cobrado com maior ênfase porque
está no poder há três mandatos. Sobrou para ele. Só no segundo mandato,
Lula acordou para a questão da segurança e lançou o Pronasci (Programa
Nacional de Segurança com Cidadania), sempre alvo de polêmica, mas com
evidentes resultados na formação dos policiais. Pois o que ouvi nos
bastidores do Fórum é que Dilma -- há um ano e sete meses no Planalto --
não disse a que veio na área de segurança.
A
única representante do governo federal no Fórum, semana passada, era a
secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki -- que era membro
do fórum antes de assumir o cargo, mas enfrentou críticas dos próprios
colegas. Ela insiste na tese de que o Pronasci não foi desmontado, mas
ninguém vê o programa funcionar.
--
O governo federal precisa explicar a sociedade o que vai fazer no lugar
do Pronasci. Qual é afinal a política de segurança do governo Dilma? A
sociedade civil tem que cobrar isso do governo -- afirmou Marcos Rolim,
membro do Fórum e especialista no setor.
Em
documento intitulado "Carta de Porto Alere", o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública destaca a gravidade da situação e propõe a criação de
uma comissão no Congresso para discutir o tema. Algo simples, mas que os
governos de modo geral resistem: incluir a questão da segurança pública
na agenda política. O medo que as elites políticas têm de enfrentar
esse tema também é fácil de entender: não precisa ser especialista no
assunto para verificar que o crime está infiltrado em instituições
públicas, como os três poderes. Na Carta de Porto Alegre, lê-se num dos
trechos:
"O
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, organização não governamental
que agrega policiais, acadêmicos, gestores públicos e sociedade civil,
entende que a história recente da segurança pública no Brasil tem sido
de demandas acumuladas e mudanças incompletas. As instituições policiais
e de justiça criminal não experimentaram, com a transição democrática,
reformas significativas, sejam orientadas ao ganho de eficiência ou às
exigências do regime democrático."
Em
resumo: o Brasil saiu da ditadura há 27 anos, quando as polícias
serviam principalmente de braço ideológico do Estado, e ainda não
experimentou avanço no emprego eficiente das mesmas polícias, no regime
democrático. Ideólogos de esquerda continuam vendo a polícia como um
inimigo político e isso prejudica muito a implementação de políticas
públicas eficientes e desprovidas de preconceito contra as instituições
policiais.
Fonte: Repórter do Crime
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