Durante o 6º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (que
termina nesta quarta-feira em Porto Alegre), uma sessão especial
coordenada por Guaracy Mingardi (da FGV) debateu a atuação do Primeiro
Comando da Capital (PCC) dentro e fora dos presídios. O debate contou
com a participação de pesquisadores que estudam a organização criminosa e
de operadores do sistema de segurança pública e do sistema de justiça
criminal que atuam no monitoramento e repressão ao PCC.
O promotor de Justiça e integrante do GAECO (grupo de atuação especial
criado pelo Ministério Público de São Paulo, em 1995, para combater o
crime organizado), Flávio Okamoto, fez algumas revelações preocupantes:
Atualmente, o PCC controla mais de 130 dos 151 presídios de São Paulo.
A organização criminosa tem seis mil membros “batizados” dentro do
sistema penitenciário paulista; dois mil integrantes em liberdade e
cinco mil membros fora do estado de São Paulo.
O PCC atua em 22 estados, no Distrito Federal, no Paraguai e na Bolívia.
Entre janeiro e setembro de 2011, o maior crescimento dos membros
“batizados” do PCC foi em Minas Gerais. Foram 90 novos integrantes no
período, com um crescimento de 20,88% (o maior entre os 22 estados onde
há registro de atuação da organização criminosa). Em Minas, o PCC atua
principalmente nas penitenciárias do sul do estado.
Provando que a organização criminosa está em franca expansão, em
quatro meses do ano passado 431 novos membros do PCC foram “batizados”:
369 dentro do sistema prisional e 62 atuando nas ruas.
A atuação do PCC, alertou o promotor, não está circunscrita a São
Paulo; é nacional e já começa a se expandir para outros países. E mais,
caso a organização criminosa consiga dominar a produção das drogas
estaremos a um passo da criação de um grande cartel do crime no Brasil.
Lembremos que o PCC começou dentro dos presídios, dado a caótica
situação do sistema prisional brasileiro (maus tratos, corrupção,
violência, tortura). Sintomaticamente, há um grande incremento da massa
carcerária nos últimos anos e, simultaneamente, ampliação da atuação do
PCC. É preciso que os governos reconheçam a situação, ao invés de
tentarem tamponar o gravíssimo problema...
Fonte: http://www.dzai.com.br/robsonsavio/blog/conversandodireito?tv_pos_id=109524
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