06/07/2012 07h39
- Atualizado em
06/07/2012 08h05
Participação de artista famosos em festa extravagante também provocou várias questionamentos na Colômbia.
O traficante Fritanga (à direita) (Foto: BBC)
Um traficante colombiano procurado pelos Estados Unidos, dado como morto em 2010, foi preso na celebração de gala de seu casamento em uma ilha.
A notícia da captura de Camilo Torres Martinez, conhecido como 'Fritanga' se tornou o principal tema de conversas na Colômbia.
Não é para menos: para o seu casamento, Fritanga alugou uma ilha
paradisíaca, localizada em um parque nacional caribenho, e contratou
cantores e grupos musicais.
Entre os convidados de sua extravagante festa na Ilha Mucura,
localizada a duas horas de barco de Cartagena, também estavam atrizes
conhecidas, modelos, apresentadores de televisão e até mesmo alguns
funcionários públicos.
A extravagante celebração foi avaliada em mais de 2 milhões de pesos (cerca de US$ 1,1 milhão).
Nada mal se considerarmos que Fritanga, membro proeminente da quadrilha
dos Urabeños, teve sua extradição pedida pelos Estados Unidos em
outubro de 2010 e, em dezembro do mesmo ano, foi considerado
oficialmente morto.
'Relação de negócios'
O traficante foi preso na semana passada, quando os convidados de seu casamento já comemoravam havia oito dias.
O traficante foi preso na semana passada, quando os convidados de seu casamento já comemoravam havia oito dias.
De acordo com alguns testemunhos, os convidados - mais de 200 -
chegaram a pensar que a operação policial fazia parte do 'show'.
A divulgação dos nomes de alguns dos convidados mais famosos também
levantou questões sobre a natureza de seu relacionamento com o
traficante de drogas.
'Nós não temos capacidade de verificar os antecedentes de pessoas que
nos contratam', tentou justificar o cantor Jean Carlos Centeno.
Para muitos colombianos, no entanto, a festa destaca uma proximidade
perturbadora entre alguns setores do entretenimento colombiano e o
narcotráfico, laços remanescentes da época áurea de Pablo Escobar.
E essa não é a única conexão que preocupa as autoridades colombianas. O
tabelião que emitiu o atestado de óbito de Torres Martinez está sendo
investigado.
A Ilha Mucura, onde fica o luxuoso Hotel Punta Faro, alugado por Fritanga para a festa, é propriedade do Estado colombiano.
E o fato de que o líder dos Urabeños se sentiu confiante o suficiente
para organizar uma celebração também gerou muitas perguntas.
Fritanga, entretanto, agora precisa se preocupar com sua possível
extradição para os Estados Unidos e, claro, com o adiamento da sua noite
de núpcias.
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