17/08/2012 07h55
- Atualizado em
17/08/2012 08h15
Polícia fala em mais de 34 mortos em mina de platina no noroeste.
Comissário afirma que policiais atiraram para se defender.
Pelo menos 36 pessoas morreram na quinta-feira depois que a polícia da
África do Sul abriu fogo contra mineiros em greve na mina de platina
Marikana, no noroeste da África do Sul, afirmou nesta sexta-feira (17) o
secretário-geral do influente sindicato de mineiros NUM.
"O número que temos de ontem (quinta-feira) é de 36 mortos", disse o líder sindical Frans Baleni a uma rádio local.
O comissário de polícia Riah Phiyega disse que a polícia atirou para se
defender. Ele afirmou que há 34 mortos, 78 feridos e 259 presos.
Pouco antes, o ministro da Polícia, Nathi Mthethwa, havia admitido que havia "mais de 30 mortos" e muitos feridos.
Mthethwa disse à "Talk Radio 702" que também há muitos feridos na mina,
a 100 quilômetros de Johanesburgo, onde os agentes abriram fogo contra
mineiros armados com machetes e paus.
O número de mortos não é definitivo e pode aumentar, segundo a imprensa local.
"A polícia fez tudo o que pôde, mas os mineiros disseram que não
deixariam o local e que estavam dispostos a lutar", comentou o ministro
sobre um incidente que causou comoção na África do Sul e evocou a
violência do "apartheid".
Policiais abriram fogo contra mineiros na África do Sul. (Foto: AP Photo)
Em comunicado oficial, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, se disse "comovido e consternado por esta violência sem sentido".
"Acreditamos que há espaço suficiente em nossa ordem democrática para
resolver qualquer disputa mediante o diálogo, sem violência e sem
descumprir a lei", acrescentou Zuma.
Os distúrbios na mina começaram na sexta passada e, antes da tragédia
desta quinta, já haviam morrido dez pessoas em incidentes violentos
entre os próprios manifestantes e em confrontos dos mineiros com as
forças de segurança.
O conflito começou pela disputa entre dois sindicatos rivais, a
majoritária Associação de Trabalhadores da Mineração e Construção (AMCU)
e a União Nacional de Mineiros (NUM), iniciada há uma semana, logo após
a declaração de uma greve.
A polícia providenciou desde então um amplo dispositivo para conter os
manifestantes, que a imprensa sul-africana calculou em cerca de três mil
pessoas.
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