Ivone foi morta em assalto a restaurante na Tijuca na última segunda-feira (13)
Reprodução de internet
Ivone deixou uma filha de 16 anos no RS
O policial militar do Batalhão de São Cristóvão (4º BPM) que baleou e matou Ivone Fernandes Mendonça,
de 35 anos, a Gaúcha, durante o assalto ao restaurante Brasa Gourmet,
na Tijuca, na última segunda-feira (13), disse em depoimento na
Delegacia da Praça da Bandeira (18ª DP) que pensou que a criminosa fosse
uma policial. Segundo o delegado Ruchester Marreiros, o PM contou que
entrou no restaurante e se deparou com Ivone, muito bem vestida. Como
havia recebido uma denúncia de roubo com reféns, num primeiro momento,
cogitou que ela fosse funcionária do estabelecimento.
— Ele disse que pediu então um documento de identificação de Ivone.
Ivone respondeu que não tinha um documento, mas dois. O PM olhou para a
bolsa dela e viu uma arma. Como policiais costumam ter duas
identificações, a comum e a funcional, ele chegou a pensar que ela fosse
uma policial.
De acordo com o depoimento, o policial sacou a arma e deu um passo para
trás. Em seguida, Ivone sacou uma pistola e municiou a arma, dando um
“golpe no ferrolho”, como dizem os policiais. O policial foi mais rápido
e atirou primeiro.
— Ela era uma profissional do crime, não era amadora. Pelo modo como o
policial descreveu a ação, ela sabia muito bem manusear uma arma e foi
ousada ao tentar ferir o PM.
Segundo a polícia, ao vir de Porto Alegre (RS) para o Rio de Janeiro,
Ivone conheceu Gilberto Nascimento da Silva, o Play, seu namorado, que
também integrava o grupo, mas não participou do roubo ao restaurante.
Através de Gilberto, ela conheceu o mentor do grupo, conhecido como
Professor, que também morreu no assalto. Era ele quem cooptava as
pessoas, tinha contato com informantes e planejava as ações.
Ivone morava na Rocinha com Gilberto e deixou uma filha com 16 anos, que
mora com a família dela no Rio Grande do Sul. Fã de rock, ela mantinha
uma página em uma rede social, na qual se descrevia como compositora,
artista plástica, casada e funcionária de uma gráfica. Além de fotos da
filha e da família, ela também postou fotos de vários quadros pintados
por ela.Ivone não era uma criminosa comum, segundo o delegado Delegacia da Praça da Bandeira (18ª DP), Orlando Zaccone. Nas investigações sobre a ação do bando que assaltou o restaurante, a polícia viu uma gravação onde ela aparece passeando em uma moto aquática. Ela também frequentava a alta sociedade carioca, onde se relacionava com pessoas ricas, segundo o delegado.
Ela chefiou a quadrilha de assaltantes que roubaram R$ 10 mil em no assalto ao restaurante. Ela morreu juntamente com outros dois comparsas.
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