quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Delegados anunciam paralisação nacional e reforçam greve da Polícia Federal

08/08/2012 06:51 - Atualizado em 08/08/2012 06:51

Do Portal HD (*)


Flávio Tavares/Hoje em Dia
Agentes em greve fizeram ato simbólico na sede da PF, em Minas, com entrega de armas e distintivos

Agentes em greve fizeram ato simbólico na sede da PF, em Minas, com entrega de armas e distintivos O segundo dia da greve nacional dos policiais federais deve ganhar um reforço de peso com o anúncio da paralisação dos delegados da Polícia Federal, nesta quarta-feira (8). De acordo com a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) a paralisação alcancará toda a categoria, que pede maior atenção do governo federal.
Em Belo Horizonte, será feito um ato público em frente à Superintendência Regional de Policia Federal, a partir das 10:30 horas. Além dos delegados da Polícia Federal, participarão da mobilização integrantes das categorias Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais da Polícia Federal em Minas Gerais (APCF-MG) e Sindicato dos Delegados da Polícia Federal (SINDPF-MG).
Os delegados estão solidários com o pleito de recomposição das perdas inflacionárias das demais carreiras da Polícia Federal. Segundo a ADPF, a defasagem salarial é generalizada na instituição.
Após o dia 8 de agosto, caso o governo não sinalise com nenhuma proposta, a categoria está disposta a intensificar o movimento com paralisações crescentes de 48 horas, 72 horas e, por último, greve geral por tempo indeterminado, ampliando os movimentos reivindicatórios dos servidores policiais e administrativos da Polícia Federal.
A expectativa para esta quarta-feira (8) é de muita movimentação nos aeroportos e pontos de retirada de passaportes. O movimento foi iniciado nessa terça-feira (7) com protestos em todo o país com operação. Em Estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Ceará a emissão de passaportes foi reduzida quase a zero. Ao menos 300 mil servidores de oito ministérios e 30 órgãos estão em greve no país. Professores de universidades federais, por exemplo, estão parados há quase três meses.
Segundo a entidade, que não representa delegados, só passaportes de urgência serão emitidos. Porém, não há uma definição sobre quais são os casos emergenciais. "Se alguém precisar viajar por causa de problema familiar ou se já comprou passagem, o passaporte será feito. Se houver algum gesto do governo, vamos suspender a greve e retomar a negociação", disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink.
A Superintendência da PF em São Paulo disse que haverá pelo menos o "efetivo mínimo" trabalhando no setor de passaportes e que estão sendo remanejadas pessoas para atender o público. Só em junho, a PF em São Paulo emitiu 14.356 passaportes.Quem já pagou as taxas e não for atendido terá de remarcar data para pegar o passaporte, o que pode ser feito pelo site da PF (www.dpf.gov.br). Os passaportes que já estão prontos serão entregues.
Efetivo
A entidade afirma que cerca de 30% do efetivo - o mínimo legal - permanecerá trabalhando. Agentes, escrivães e papiloscopistas somam 9 mil pessoas. A Fenapef estima que 6.800 pararam. Esta é a terceira greve da categoria. As outras ocorreram em 1994 e 2004.Na sexta-feira, novas assembleias serão realizadas.
A Fenapef diz que está sem aumento desde 2006 e que o salário inicial, de R$ 7.200, ficou defasado. A categoria quer aumento para R$ 13 mil em cinco anos, equiparando-se a auditores da Receita e agentes da Abin. Os policiais também dizem que falta efetivo para controlar fronteiras e aeroportos e pedem a substituição do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, por alguém que não seja da corporação. Nessa terça-feira (7), também foi iniciada uma operação-padrão. Policiais farão checagens mais completas em bagagens e documentos. Em Guarulhos, a operação vai ocorrer nesta quarta-feira (8).
"Vamos fazer o serviço como deveria ser feito. Se você despachar em Brasília um produto ilícito, as chances de chegar ao destino são de 99%", disse Jones Leal, presidente do sindicato no DF.
(*) Com agências.


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