Leonardo Morais/Hoje em Dia
Veículos pesados representam 60% do fluxo na rodovia, entre Valadares e Teófilo Otoni
GOVERNADOR VALADARES – A decisão do governo federal de
duplicar o trecho mineiro da BR-116 vem com atraso de no mínimo 12 anos.
Em 2000, 6 mil veículos passavam, por dia, pela estrada, entre
Governador Valadares e Teófilo Otoni, no Leste de Minas. O número é
considerado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) o “limite” para rodovias de pista simples.
Acima dele, a recomendação é executar obras para aumentar a capacidade
de tráfego. Mas, mesmo sem as intervenções, 12 mil carros, caminhões e
ônibus rodam pelo asfalto estreito nos 140 quilômetros entre os dois
municípios, a cada 24 horas.
“Tecnicamente, uma rodovia, para ser duplicada, deve ter fluxo diário
superior a 6 mil veículos. Atualmente, esse trecho da BR-116 está com o
dobro”, diz o chefe do escritório regional do Dnit em Teófilo Otoni,
José Carlos Maia.
Pontes estreitas
Segundo ele, o principal gargalo na rota está em dez pontes que
precisam ser alargadas. Para agravar a situação, 60% dos veículos que
circulam por ali são pesados, responsáveis pelo transporte de cargas
entre o Nordeste e o Sul do país.
A BR-116 foi inaugurada no início da década de 1950. Na época, recebia mil veículos por dia.
Estudo
Em 1978, o governo federal chegou a fazer um estudo para duplicação de
toda a rodovia, que tem 4.300 quilômetros. As obras, porém, não
aconteceram por falta de recursos.
O trecho da BR-116 em território mineiro tem 816,7 quilômetros e vai de
Além Paraíba, na divisa com o Rio de Janeiro, a Divisa Alegre, na
fronteira com a Bahia. Essa é a única parte da rodovia que será entregue
à iniciativa privada para exploração, conforme anúncio da presidente
Dilma Rousseff, na semana passada.
De acordo com o Ministério dos Transportes, as audiências para as obras
começaram no último dia 7 e vão acontecer até o mês que vem. A
licitação está prevista para dezembro e o início das obras deve sair
entre maio a agosto do ano que vem.
A empresa que ganhar a concessão terá cinco anos para concluir a duplicação.
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