domingo, 26 de agosto de 2012

Fazer faculdade nos EUA sai mais barato do que no Brasil

Graduação. Levantamento mostra que, dependendo da região, curso lá fora pode sair por US$ 18 mil
No Brasil, os gastos anuais com estudos na Faap podem chegar a US$ 30.360
Publicado no Jornal OTEMPO em 26/08/2012

JULIANA SIQUEIRA
Obter uma graduação nos Estados Unidos pode sair mais barato do que no Brasil, considerando as despesas com faculdades particulares. Um estudo da assessoria educacional Exchange International (EI) Brazil mostra que os custos com faculdade nos Estados Unidos, como a Santa Barbara Community College ou a FootHill + De Anza College, ambas na Califórnia, podem ser de US$ 18 mil (R$ 36.443) anuais, incluídos a alimentação, a moradia e o material escolar.
No Brasil, os gastos anuais com estudos no Mackenzie, em São Paulo, ficam em US$ 19.060 (R$ 38.589). Na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), podem ser de US$ 30.360 (R$ 61.467). Nesses números, considera-se, pela pesquisa, um gasto de R$ 16.800 com despesas pessoais.
Os dados levam em conta, ainda, as condições de ensino de cada instituição. Nos EUA, a disparidade entre os valores das faculdades - algumas podem custar US$ 45 mil com as despesas pessoais - não reside na qualidade de ensino, mas na localização e custo de vida de cada região.
Há mais benefícios econômicos que devem ser considerados. Segundo o consultor financeiro Erasmo Vieira, da Planilhar Planejamento Financeiro, deve-se considerar que, quando uma pessoa vai para os Estados Unidos, o conhecimento sobre o idioma inglês é bastante enriquecido. No Brasil, poderiam ser anos de estudos - e dinheiro - para obter um nível de excelência da língua.
Gustavo Vaz, 23, foi a primeira vez para os Estados Unidos fazer intercâmbio. Lá, cursou o terceiro ano do ensino médio. De volta ao Brasil, em três semanas, decidiu que era hora de retornar para o país que o abrigou pouco tempo antes. Foram quatro anos fazendo o curso de administração de empresas no Tennessee.
"É uma experiência importante. O inglês foi um ganho. Em programas para trainees, em geral, é exigido um ótimo nível de outro idioma", relata.
Vaz contou com uma bolsa esportiva. Como jogador de futebol, os gastos dele com a faculdade caíram bastante - ele calcula ter gasto US$ 2.000 por semestre. Atualmente, ele aguarda a revalidação do diploma no Brasil.
Como no caso de Vaz, é possível que muitos consigam bolsas de estudos. "São oferecidas bolsas esportivas e acadêmicas. As avaliações das notas do ensino médio, em geral, estão mais facilitadas", explica Fabiana Fernandes, gerente de AuPair e Universidades da CI, rede de intercâmbio e turismo para jovens.
"É preciso aproveitar as oportunidades". É assim que Wesley Costa, 30, define a sua experiência fora do Brasil. Formado em educação física e administração de empresas, ele afirma que o contato com outra cultura, o aperfeiçoamento do inglês e as demais experiências o fazem defender a importância de ter cursado uma faculdade nos Estados Unidos.
Formação no exterior abre portas
O diretor da Daquiprafora, empresa que atende a estudantes que querem estudar em universidades norte-americanas, Gustavo Zanette, afirma que voltar para o Brasil com um diploma dos Estados Unidos pode abrir portas. "O profissional desenvolve qualidades que o universo corporativo admira. Aprende a lidar com diversos tipos de pessoas, tem iniciativa própria, sai da zona de conforto", enumera Zanette.
"Essa pessoa pode conseguir um emprego no Brasil em que receba um salário melhor", concorda o consultor financeiro Erasmo Vieira. Até o modo de vida contemporâneo está trazendo mais benefícios para quem cursa ou pretende cursar faculdade nos Estados Unidos. "A comunicação dos jovens com a família e amigos é muito mais fácil atualmente. Pela internet, as pessoas se comunicam praticamente de graça", afirma Ricardo Raposo, diretor acadêmico e esportivo na EI Brazil.
Para Costa, que atualmente mora e trabalha nos Estados Unidos, esta comunicação mais fácil pode ser um bom recurso contra a falta que sente dos familiares que ficaram no Brasil. "Este distanciamento é difícil, mas estudar nos Estados Unidos é uma oportunidade enorme. As pessoas te valorizam mais quando você diz que estudou lá fora", finaliza. (JS)

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