01/08/2012 12h08
- Atualizado em
01/08/2012 12h19
Eles estariam em serviço, no centro, com duas pistolas 380, além de munição.
Apesar de existir convênio, porte ainda não foi autorizado para guardas.
Delegado Eduardo Passos apresentou o caso
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
Dois guardas municipais do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife,
foram detidos nesta terça-feira (31) pela Polícia Federal suspeitos de
porte ilegal de arma de fogo. Eles estariam em serviço com duas pistolas
380, além de munição, no centro do município, quando foram abordado
pelos policiais federais. Os detalhes foram apresentados em coletiva de
imprensa nesta quarta-feira (1º).
O delegado federal responsável pelo caso, Eduardo Passos, explica que
várias denúncias teriam chegado sobre o uso de armas de fogo por guardas
municipais no Cabo. "Para eles [guardas], não foi surpresa alguma a
prisão. Os guardas, assim que abordamos, disseram que sabiam que era
porte ilegal, ou seja, eles sabiam que não estavam autorizados, mas que
teriam recebido as armas do comando da guarda", explica Passos.
As pistolas estavam registradas em nome da Prefeitura do Cabo de Santo
Agostinho, segundo o delegado. "Vamos verificar ao longo da investigação
se os registros dessas armas vão ser caçados ou não. A prefeitura tem
registrada em seu nome cem armas de fogo", conta Passos. Nenhuma
prefeitura da Região Metropolitana do Recife tem autorização para dar
armas a guardas municipais ainda, conta o delegado.
Os guardas municipais foram encaminhados para a sede da PF no Recife,
onde foi registrado o flagrante de porte ilegal de armas, e liberados
após o pagamento da fiança. Um inquérito policial vai ser instaurado
para investigar a participação de outros servidores municipais e a
responsabilidade do prefeito e do comandante da guarda municipal. "Após
essas investigações, vamos verificar se vai ser rescindido ou não o
contrato e se mais pessoas podem ser indiciadas", avisa o delegado.
Convênio
De acordo com a PF, um convênio havia sido assinado em fevereiro deste ano para que os guardas municipais do Cabo pudessem portar armas de fogo. Porém, os requisitos do convênio não teriam sido cumpridos. "De início, tinha que ser apresentado um plano de ação e metas, que seria a quantidade de policiais a ser habilitados, a criação de uma corregedoria autônoma, exame de capacidade psicológica, além da criação e aplicação do curso", detalha o delegado.
De acordo com a PF, um convênio havia sido assinado em fevereiro deste ano para que os guardas municipais do Cabo pudessem portar armas de fogo. Porém, os requisitos do convênio não teriam sido cumpridos. "De início, tinha que ser apresentado um plano de ação e metas, que seria a quantidade de policiais a ser habilitados, a criação de uma corregedoria autônoma, exame de capacidade psicológica, além da criação e aplicação do curso", detalha o delegado.
Passos lembra ainda que, apesar da assinatura do convênio, o porte de
armas ainda não foi autorizado. "Eu não concedo o porte de arma para a
prefeitura, mas sim para o guarda. É preciso verificar a capacidade e
uma série de burocracias. Fora isso, mesmo após autorizado, ainda tem a
fiscalização, para ver, por exemplo, se a ouvidoria e a corregedoria
estão funcionando corretamente", afirma o delegado.
Recife e Jaboatão dos Guararapes
também teriam assinado convênios semelhantes. A Prefeitura do Cabo de
Santo Agostinho informou que iria averiguar o que aconteceu para se
manifestar sobre o assunto.
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