sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Calor excessivo pode aumentar mortes por doenças do coração

Estudo
Levantamento feito na Austrália revela que órgão ‘trabalha’ mais em dias quentes
Publicado no Jornal OTEMPO

FOTO: DANIEL IGLESIAS - 21.1.2011
Sensação de mal-estar no calor pode ser amenizada por uma alimentação leve
Brisbane, Austrália. Um estudo feito pela Universidade de Tecnologia de Queensland, na costa leste da Austrália, traz más notícias referentes às altas temperaturas. Os estudiosos afirmam que o calor elevado pode aumentar o risco de morte precoce por doenças cardiovasculares. Os resultados estão publicados na atual edição da revista "Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes", da Associação Americana do Coração.
Além de poder causar infarto e derrame, uma pesquisa anterior aponta que a exposição ao calor extremo é capaz de alterar a pressão arterial, a espessura do sangue, as taxas de colesterol e a frequência cardíaca.
O atual estudo, porém, é o primeiro trabalho a fazer uma comparação entre a temperatura média diária e os anos que uma pessoa "perde", levantando dados da expectativa de vida da população. A cada um milhão de habitantes, foram "desperdiçados" 72 anos em decorrência de morte cardiovascular prematura.
Comparação. Os cientistas coletaram dados diários de temperatura da cidade de Brisbane, capital de Queensland, entre 1996 e 2004. Com os números, a equipe os comparou com as mortes relacionadas a doenças cardiovasculares nesse mesmo período.
O problema, segundo os autores, pode ocorrer tanto quando os termômetros sobem durante ondas de calor, quanto em períodos de frio. Mas as mortes foram maiores quando as altas temperaturas se mantiveram por dois dias ou mais - o que pode ser explicado por uma sobrecarga do coração ou do sistema de saúde da região, pois as ambulâncias levam mais tempo para atender a emergências.
A cidade de Brisbane costuma ter verões quentes e úmidos e invernos amenos e secos. A temperatura média diária registrada foi de 20,5ºC, com ondas de calor e de frio em 1% dos dias. Os termômetros marcaram um pico de 29,2ºC e a mínima de 11,7 ºC.
Segundo o principal pesquisador, Cunrui Huang, as descobertas são importantes pelo contexto mundial de mudanças climáticas e, também, de elevação dos índices de obesidade e diabetes, fatores de risco para as doenças do coração.

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