segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Internautas usam redes sociais para atacar candidatos em 14 capitais do país

Iracema Amaral - Estado de minas
Publicação: 24/09/2012 13:21 Atualização: 24/09/2012 14:05
Em época de eleição, a maioria dos internautas tupiniquins usa a internet para postar comentários pejorativos a respeito dos candidatos. A conclusão é dos monitores do site Observatório das Eleições, lançado há uma semana por meio de uma parceria com os departamentos de Ciência da Computação, História e Cência Política da UFMG, que pelo segundo ano mantêm um site para monitorar online a disputa eleitoral. Em 2010, o acompanhamento foi direcionado para a sucessão presidencial daquele ano. Agora, ele foca em 14 capitais brasileiras – Belo Horizonte, Belém, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

De acordo com o coordenador do site, Wagner Meira, em 2010 ficou “patente “ que palavras de baixo calão e comentários agressivos, remetendo à descrença com a política e seus representantes foi um traço comum entre os eleitores. “Agora, óbvio, ainda não temos os dados consolidados, mas até aqui temos percebido pouca diferença do que ocorreu em 2010”, disse.
Por meio do site é possível filtrar os dados por cidade, partido ou evento. Outra funcionalidade é o acompanhamento em tempo real dos tweets relacionados à disputa eleitoral. Os eventos de campanha (debates televisivos e dias de votação) também serão monitorados pelo Observatório das Eleições de 2012, de modo que será possível acessar, mesmo depois de tais eventos, as postagens feitas no Twitter. Há também links de notícias e dos vídeos postados no YouTube mais compartilhados pelas redes sociais e a “nuvem de tags”, que apresenta as expressões mais utilizadas pelos internautas em suas publicações
Diferença
Meira destaca, no entanto, que neste ano o uso mais intenso das redes sociais, principalmente Facebbok, tem se notado na repercussão, nessa rede social, do que a mídias tradicionais têm veiculado sobre a disputa eleitoral, em especial jornais e revistas, além dos portais de notícia. “ Isso demonstra que os internautas estão atentos a esses veículos”, afirma.
No caso do site Observatório das Eleições, o diferencial neste ano é um programa que consegue identificar os “usuários influentes”, ou seja, aqueles que são considerados formadores de opinião e, com isso, conseguem influenciar um grupo de eleitores  na hora dovoto com avaliações sobre o a sucessão eleitoral. Meire esclarece que o programa usado pelo site consegue, por meio da informação e a freqüência comque ela é postada, identificar o usuário que forma opinião e o conteúdo desses posts.
Youtube
Em 2010, a exemplo deste ano, o Youtube continua sendo largamente usado pelos candidatos. Só que dessa vez, pelas assessorias dos candidatos e militantes ligados a eles. O conteúdo em sua maioria também não é muito diferente do postado pelos internautas/ eleitores ou não. “A ironia, a crítica velada e chacota são marcas registradas desses vídeos”, garante Meira.
Segundo ele, também se percebe que está havendo um “embate muito grande”, por meio do Youtube, entre os dois principais candidatos a prefeito, Marcio Lacerda (PSB) e Patrus Ananias (PT). Apesar de o site ter sido divulgado para o público há uma semana, o monitoramento da rede está sendo feita desde agosto.
Lá e cá
Meire lembrou que o uso da internet, durante o período eleitoral, tem sido usado no Brasil diferentemente do empregado nos Estados Unidos. A “febre” da internet na disputa eleitoral, em 2008, começou com as eleições de Barack Obama, ano em que disputou o primeiro mandato a presidente daquele país. Entretanto, nos Estados Unidos o uso da rede foi diverso ao usado nas eleições brasileiras.
“Tanto é verdade que em 2010 desembarcaram no Brasil marqueteiros norte-americanos, mas eles não conseguiram ter aqui uma atuação significativa”.
Essa lembrança de Meira tem a ver com expectativa gerada no Brasil de repetir a experiência de Obama. Ele conseguiu por meio da internet arrecadar mais de US$ 300 milhões para financiar a camapnha e, ainda, contar com um debate propositivo dos internautas.

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