Com cobrança do governo, operadoras querem acabar com compras a prestação sem juros para diminuir os encargos
Vicente Nunes - Correio Braziliense google Images
Publicação: 21/09/2012 06:00 Atualização: 21/09/2012 07:58
Ilustração: google Images
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Publicação: 21/09/2012 06:00 Atualização: 21/09/2012 07:58
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Os bancos querem suspender o parcelamento, sem juros, de compras
efetuadas por meio de cartões de crédito. Essa será uma das condições
impostas ao governo pelas instituições financeiras para que reduzam os
encargos cobrados no crédito rotativo, que, em média, estão em 10,7% ao
mês, ou 238% ao ano. Segundo representantes do setor, o parcelamento é
definido livremente pelos lojistas e os prazos, de até 24 meses para
pagamento, impõem um custo pesado às administradoras de cartões. Para
convencer o governo de que não estão restringindo benefícios aos
consumidores, os bancos sinalizarão, em encontros com representantes do
Banco Central e do Ministério da Fazenda nos próximos dias, que os
juros do rotativo podem cair, gradualmente, para cerca de 6% ao mês.
O sistema financeiro passou a se movimentar nos últimos dias para estancar as críticas disparadas pelo governo contra os cartões de crédito. Primeiro foi a presidente Dilma Rousseff, em rede nacional de rádio e tevê, a gritar contra os juros excessivos cobrados pelos bancos nesse sistema de pagamento. Ele foi taxativa: “Não vou descansar enquanto os juros dos cartões não caírem para níveis civilizados”. Depois, foi a vez de o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ressaltar os exageros praticados pelo sistema financeiro. Por último, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou serem inaceitáveis os “juros escorchantes” dos cartões.
O sistema financeiro passou a se movimentar nos últimos dias para estancar as críticas disparadas pelo governo contra os cartões de crédito. Primeiro foi a presidente Dilma Rousseff, em rede nacional de rádio e tevê, a gritar contra os juros excessivos cobrados pelos bancos nesse sistema de pagamento. Ele foi taxativa: “Não vou descansar enquanto os juros dos cartões não caírem para níveis civilizados”. Depois, foi a vez de o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ressaltar os exageros praticados pelo sistema financeiro. Por último, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou serem inaceitáveis os “juros escorchantes” dos cartões.
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Os bancos decidiram se antecipar a uma
pesada intervenção do governo no mercado, “baixando juros por
decreto”, e procuraram os diretores do BC, Aldo Mendes (Política
Monetária) e Luiz Pereira (Regulação do Sistema Financeiro e de
Assuntos Internacionais), além de integrantes da equipe do secretário
executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, para negociar. “Já indicamos a
esses interlocutores, com os quais temos nos reunidos com frequência, a
nossa disposição para conversar. Admitimos que há exageros e
distorções no mercado de cartões, mas estamos dispostos a corrigi-los. E
isso passa pelo fim do parcelamento sem juros e pela redução das taxas
do rotativo”, disse um executivo envolvido com o tema. “Mas que fique
claro: não vamos mexer no prazo de até 40 dias para pagamento das
faturas, sem juros. Isso será mantido, beneficiando quase 80% dos
usuários de cartões”, acrescentou.
Financeiras vão entrar em cena
Na avaliação dos bancos, se quiserem continuar oferecendo parcelamento de suas vendas, os lojistas terão de recorrer a financeiras ou usarem recursos próprios para atender os desejos dos consumidores. “Queremos dar clareza a todas as operações, pois sabemos a importância do cartão de crédito como instrumento de pagamento. Estamos falando da segunda modalidade de financiamento do país, atrás, apenas do crédito à compra de automóveis”, destacou outro dirigente de banco.
Os responsáveis pelas áreas de cartões de crédito dos bancos já mostraram ao BC e à Fazenda que o crédito rotativo, o mais caro do país, representaram 8% do total das operações. Dos que estão pendurados, rolando todos os meses as dívidas, 30% já caíram na inadimplência, não pagam mais nada, por total incapacidade.
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Na avaliação dos bancos, se quiserem continuar oferecendo parcelamento de suas vendas, os lojistas terão de recorrer a financeiras ou usarem recursos próprios para atender os desejos dos consumidores. “Queremos dar clareza a todas as operações, pois sabemos a importância do cartão de crédito como instrumento de pagamento. Estamos falando da segunda modalidade de financiamento do país, atrás, apenas do crédito à compra de automóveis”, destacou outro dirigente de banco.
Os responsáveis pelas áreas de cartões de crédito dos bancos já mostraram ao BC e à Fazenda que o crédito rotativo, o mais caro do país, representaram 8% do total das operações. Dos que estão pendurados, rolando todos os meses as dívidas, 30% já caíram na inadimplência, não pagam mais nada, por total incapacidade.
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