Para comandante da Polícia Militar, ação da Rota em chácara foi "legítima"
Ana Ignacio, do R7
Reprodução/Rede Record
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Ação da Rota deixou nove suspeitos mortos e prendeu oito integrantes de quadrilha organizada em Várzea Paulista
A Polícia Militar de São Paulo confirmou, na noite desta
terça-feira (11), que a ação da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de
Aguiar), em uma chácara em Várzea Paulista, na região de Jundiaí — que
deixou nove suspeitos mortos e prendeu outros oito criminosos —, foi
motivada por uma denúncia anônima de que aconteceria um "tribunal do
crime" no local. Para o comandante geral da PM, coronel Roberval França,
a ação dos policiais foi “legítima”.
— A área de inteligência da Rota recebeu uma denúncia anônima de que
estaria ocorrendo ou iria ocorrer um tribunal do crime na cidade de
Várzea Paulista. As informações davam conta da presença de um grande
número de criminosos reunidos para o julgamento de um estupro de uma
menina de 12 anos de idade.
Segundo França, um homem era suspeito de estuprar uma garota de 12
anos. O irmão da vítima solicitou o tribunal para julgar o
caso. Ele, a garota e a mãe dos jovens assistiram ao encontro dos
criminosos, que acabou com a "condenação" do estuprador. A punição
escolhida pela quadrilha foi a execução.
Durante a ação, nove integrantes da quadrilha organizada morreram e
oito foram presos. Entre os 17 criminosos que estavam na chácara
(considerando o estuprador), seis já foram identificados e possuem
antecedentes criminais.
Informações iniciais da polícia de Várze Paulista indicavam que o
grupo poderia fazer parte do PCC (Primeiro Comando da Capital),
quadrilha que age a partir dos presídios do Estado. França, no entanto,
disse que tal afirmação é "prematura".
Perseguição
Dez equipes da Rota atuaram nas buscas na região de Várzea Paulista
para encontrar a chácara. Por volta das 16h30, o imóvel foi localizado.
No momento da chegada das primeiras equipes da Rota, sete criminosos
saiam da casa e, ao perceberem a presença dos policiais, tentaram fugir
em dois veículos. De acordo com França, os carros foram para direções
diferentes e houve perseguição e troca de tiros.
— Sete criminosos estavam saindo do local porque o tribunal já tinha
sido encerrado. Houve uma coincidência entre o encerramento do tribunal e
a chegada das primeiras equipes da polícia.
Os confrontos ocorreram a cerca de um km da chácara. Em uma das
perseguições, dos três criminosos que estavam no veículo, um foi preso e
dois morreram. Na outra troca de tiros, quatro criminosos estavam no
carro. Dois morreram e dois foram presos.
Na chácara, outras equipes da Rota encontraram nove integrantes da
quadrilha e o suspeito de estupro. Cinco foram presos e cinco morreram
na ação. Um dos mortos foi o estuprador e não há confirmação se ele já
havia sido executado pela quadrilha ou se foi atingido pela polícia.
Além dos criminosos, a família que denunciou o estuprador também estava
no local. Os três — únicas testemunhas do caso — estavam de saída,
segundo França.
— Na chácara, a família assistiu ao tribunal do crime até o momento
em que os criminosos decretaram a morte do estuprador. Houve uma
solicitação dos próprios criminosos de que a família saísse para não
acompanhar a execução.
Chácara alugada
Segundo a PM, a casa onde ocorria o tribunal era alugada. O
proprietário do imóvel seria um candidato a vereador de Várzea Paulista e
a chácara foi alugada pelos criminosos para um período curto de tempo.
França afirmou, ainda, que as informações preliminares indicam que o imóvel era utilizado para realização de reuniões e estocagem de armas e entorpecentes. No local, foram encontrados uma metralhadora, duas armas calibre 12, sete pistolas, quatro revólveres, uma granada, 20 kg de maconha, um colete à prova de balas e explosivos.
Até as 21h desta terça, os oito presos ainda estavam nas viaturas da Rota e policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), que trabalham com o desarmamento de explosivos, estavam no imóvel devido a grande quantidade de munição encontrada no local.
França afirmou, ainda, que as informações preliminares indicam que o imóvel era utilizado para realização de reuniões e estocagem de armas e entorpecentes. No local, foram encontrados uma metralhadora, duas armas calibre 12, sete pistolas, quatro revólveres, uma granada, 20 kg de maconha, um colete à prova de balas e explosivos.
Até as 21h desta terça, os oito presos ainda estavam nas viaturas da Rota e policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), que trabalham com o desarmamento de explosivos, estavam no imóvel devido a grande quantidade de munição encontrada no local.
Ação isolada
A PM informou que a ação realizada nesta terça-feira não tem relação
com qualquer outro acontecimento envolvendo a Rota. França declarou que o
trabalho dos policiais não foi uma resposta à onda de violência sofrida
pela corporação este ano.
— Essa ação é uma resposta a uma denúncia anônima de um tribunal do crime.
De acordo com o coronel, 67 policiais militares morreram este ano no Estado — sendo três em serviço — e 92 foram vítimas de tentativa de homicídio. Durante o ano inteiro de 2011, há o registro de 48 mortes de PMs. Para França, o aumento das mortes indica uma mudança de comportamento dos criminosos.
— Até agora temos uma média de um confronto [entre PM e criminosos] a cada três dias. Isso demonstra que os criminosos estão confrontando a polícia e a polícia está se fazendo presente e tem realizado o enfrentamento, mas é importante dizer que 83% dos criminosos que enfrentam a policia saem vivos.
— Essa ação é uma resposta a uma denúncia anônima de um tribunal do crime.
De acordo com o coronel, 67 policiais militares morreram este ano no Estado — sendo três em serviço — e 92 foram vítimas de tentativa de homicídio. Durante o ano inteiro de 2011, há o registro de 48 mortes de PMs. Para França, o aumento das mortes indica uma mudança de comportamento dos criminosos.
— Até agora temos uma média de um confronto [entre PM e criminosos] a cada três dias. Isso demonstra que os criminosos estão confrontando a polícia e a polícia está se fazendo presente e tem realizado o enfrentamento, mas é importante dizer que 83% dos criminosos que enfrentam a policia saem vivos.
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