domingo, 28 de outubro de 2012

A cada dia mais homens apanham de mulheres em Minas

28/10/2012 07:37 - Atualizado em 28/10/2012 07:37

Danilo Emerich - Do Hoje em Dia


Toninho Almada
A cada dia mais homens apanham das mulhers - Edson de Oliveira
Edson aponta cicatriz da facada que levou da ex-mulher

Enquanto as atenções estão voltadas para mulheres vítimas de violência doméstica, uma outra realidade passa despercebida em muitos lares: Em Minas Gerais, todos os dias, pelo menos 189 boletins de ocorrências são gerados pela Polícia Militar, tendo os homens como alvo de agressão de suas companheiras.
Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) revelam que crimes de vias de fato (empurrão, puxão de cabelo etc) e agressões (quando ficam marcas no corpo) causadas por mulheres contra homens são frequentes.
A situação, vista as vezes como vexatória, ocorreu 33.139 vezes entre janeiro e agosto deste ano. O número cresceu 50% em relação ao ano passado (média de 126/dia).
Subnotificação
Apesar de os homens serem os maiores infratores, com média de 260 ataques a mulheres por dia, em ambas as situações os números são subnotificados.
Se o medo as impede de denunciar, no caso de homens agredidos por suas companheiras “a vergonha e o machismo são os obstáculos”, afirma Eliana Piola, coordenadora de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese).
Diferentemente de quando as mulheres são as vítimas, muitas vezes a violência contra homens parte de uma retaliação. Para Eliana Piola, quando se chega a este estágio, elas já foram agredidas e violentadas pelos companheiros por muito tempo e então reagem.
“Também é frequente em situações de divórcios ou em defesa dos filhos. São raros os casos de violência sistemática delas contra homens, fato comum quando a mulher é a vítima”, diz Eliana.
Além disso, muitas mulheres se valem de ameaças, usando erroneamente a Lei Maria da Penha como uma espécie de escudo para agredir seus companheiros.
Tentativa de homicídio
Vítima de violência doméstica, Edson Aparecido Araújo Oliveira, de 32 anos, relata as agressões sofridas em discussões com a ex-mulher, quando eram casados. Ele carrega a marca de uma facada no braço, gota d’água para o fim da relação. “Era ciúme excessivo. Ela me perseguia e chegou a invadir minha casa depois”.
Outro caso recente aconteceu no Olhos D’água, em Nova Lima, na Grande BH. Ameaçada pelo companheiro, uma mulher feriu o marido ao atear fogo nele.

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