quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Agentes da Força Nacional acusados de abuso de autoridade são afastados

| 25/10/2012 | 
Os agentes da Força Nacional de Segurança envolvidos na prisão de um policial civil no último sábado (20) – uma ação considerada arbitrária pelo Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL) – foram afastados das ruas até a apuração do incidente.
A informação foi passada pelo comandante da Força Nacional em Alagoas, capitão Edson Gondin Silvestre, na reunião realizada na tarde desta quarta-feira (24) com o diretor-geral da Polícia Civil, delegado Paulo Cerqueira, e dirigentes do Sindpol.
Na reunião, ficou definido ainda que um delegado da PC alagoana será designado para investigar o caso e que as abordagens será interrompidas quando os abordados forem identificados como policiais civis.
De acordo com o presidente do Sindpol, Josimar Melo, o encontro foi positivo, mas as medidas devem ser adotadas rapidamente para impedir que o mal-estar causado pelo ocorrido torne-se irreversível.
“Os agentes já foram afastados do trabalho nas ruas e podem voltar para o estado de origem”, disse Melo. O sindicalista alega que este não é o primeiro caso de abuso de autoridade cometido pela Força Nacional. Nesta quarta-feira, o Sindpol divulgou uma nota de repúdio contra os atos da Força Nacional.
O caso
De acordo com o Sindpol, o agente da Polícia Civil preso no último sábado teria sido humilhado, algemado e levado para a Central de Polícia sob a acusação de desobediência. “Ele foi abordado por um sargento da Força Nacional, quando estava em um estabelecimento”, disse Josimar Melo.
O sindicalista explicou que o policial civil se identificou e entregou sua arma ao sargento da Força Nacional, mas mesmo assim, o militar pediu que o policial civil colocasse as mãos na cabeça. “O colega se recusou a fazer isso, pois não havia necessidade. Então foi levado à Central de Polícia por desobediência”, ressaltou.
Na viatura, segundo o sindicato, o agente teve suas mãos pressionadas por cerca de 10 minutos, provocando hematomas. Na Central de Polícia, foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e um processo foi encaminhado à Polícia Federal. O assunto causou um mal-estar entre as polícias civis e militar do Estado e os agentes da Força Nacional.
De acordo com Josimar Melo, um delegado será nomeado nesta quinta-feira (25) para investigar a denúncia de abuso de autoridade do sargento contra o agente da Polícia Civil. Os militares envolvidos na abordagem deverão ser ouvidos pelo delegado. “Será aberto um inquérito e o caso será resolvido no âmbito da policia estadual”, disse o sindicalista.
Além disso, o comandante da Força Nacional no Estado teria se comprometido a orientar a tropa no sentido de interromper as abordagens quando os indivíduos forem identificados como policiais civis.
Nota
Na nota de repúdio divulgada nesta quarta, o sindicato alega que “a Força Nacional está em Alagoas para ajudar as polícias Civil e Militar a restabelecer a ordem e a paz no Estado, combatendo a criminalidade, e não para destratar um profissional de segurança pública que zela pela segurança pública da sociedade alagoana”.
“A prisão arbitrária do policial desrespeitou a instituição policial e toda a categoria. O ato foi um afronte aos direitos humanos e às legislações brasileiras vigentes”, diz o documento.
Leia a íntegra da nota:

Nota de Repúdio

O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) vem a público manifestar repúdio aos integrantes da Força Nacional que, de forma arbitrária, prenderam, maltrataram e humilharam um policial civil, no dia 20 de outubro de 2012, no bairro do Jacintinho, em Maceió/AL.
A Força Nacional está em Alagoas para ajudar as polícias Civil e Militar a restabelecer a ordem e a paz no Estado, combatendo a criminalidade, e não para destratar um profissional de segurança pública que zela pela segurança pública da sociedade alagoana.
A prisão arbitrária do policial desrespeitou a instituição policial e toda a categoria. O ato foi um afronte aos direitos humanos e às legislações brasileiras vigentes.
Vários alagoanos já foram vítimas dessa prática truculenta da Força Nacional. O Sindpol não tolera situação similar e cobra reparação por parte dos governos estadual e federal para que os culpados sejam punidos, e fato dessa natureza não se repita mais em Alagoas.

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