quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Metade de Minas está sob o risco na estação chuvosa


Paula Sarapu - Estado de Minas
Publicação: 25/10/2012 06:00 Atualização: 25/10/2012 06:37


Guidoval foi das cidades mais afetadas na última temporada de tempestades
Guidoval foi das cidades mais afetadas na última temporada de tempestades (Marcos Michelin/EM/D.A Press)Tempo fechado para 434 dos 853 municípios mineiros, que correm risco com a aproximação da temporada de chuvas. Segundo o chefe da Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG), coronel Luís Carlos Martins, cidades do Sul de Minas, da Zona da Mata, da Região Central e do Leste mineiro estão mais propensas a sofrer desastres provocados pelo alto índice pluviométrico previsto para os meses de janeiro e fevereiro. Ontem foram apresentadas as ações para o Plano de Emergência Pluviométrica, ressaltando a necessidade de promover integração entre as autoridades para dar agilidade às decisões. A longo prazo, até 2014, o governo investirá R$ 30 milhões em recursos estaduais para fazer desassoreamento de córregos e pequenos rios, principalmente nas regiões vulneráveis.
O mapeamento que identificou essas áreas foi feito com base em um cruzamento de dados que verificou a reincidência de chuvas e transtornos nos últimos três anos, como os registrados em Guidoval, Muriaé e Ponte Nova. Segundo o coordenador de Defesa Civil, a prevenção ainda é o principal elemento para enfrentar essa situação. Por isso, o plano mantém a estratégia de divulgação de alertas por mensagem a autoridades, líderes comunitários e meios de imprensa, além de ter capacitado 800 profissionais, a maioria deles nas cidades críticas, para dar apoio às ações. Diversos órgãos vão contribuir para colocar o plano em prática. A Secretaria de Estado de Transportes, por exemplo, terá a função de facilitar os acessos em casos de obstrução das vias. A Secretaria de Saúde contribuirá com planos relativos às doenças decorrentes das chuvas e a Secretaria de Meio Ambiente terá a tarefa de monitorar as barragens.
“Sabemos quais são as áreas que correm risco de sofrer inundação ou deslizamento e partimos do pressuposto que os municípios alertem a população, porque há situações que podem ser evitadas”, afirmou o coronel Luís Carlos Martins. Segundo ele, o monitoramento terá que ser frequente a partir de agora, em ações como as já adotadas por municípios, a exemplo de Caratinga e Rio Pomba, como medição da cheia dos rios e aviso às cidades abaixo do leito. De acordo com o coronel, as avaliações do radar meteorológico que começou a funcionar em janeiro deste ano serão mais precisas, porque a equipe está mais bem preparada para receber os dados e difundi-los.
DESCONTINUIDADE O coordenador estadual de Defesa Civil manifesta preocupação com a descontinuidade das ações em cidades onde novos prefeitos assumem mandatos no início de janeiro. Dos 434 municípios mais vulneráveis, apenas 61 reelegeram governantes. No encontro de ontem, que reuniu prefeitos e representantes dos órgãos municipais, ele fez um apelo às autoridades: “Sei da dificuldade do prefeito de manter funcionários do governo anterior, mas estamos olhando o ponto de vista da comunidade. Esses coordenadores municipais de Defesa Civil já estão preparados e têm conhecimento técnico para lidar com esses problemas”.
Entre outubro e dezembro, a expectativa é de pouca chuva, por causa do fenômeno El Niño, que aquece a temperatura da água do mar ao longo da linha do Equador e reduz as possibilidades de chuva no país. No entanto, a previsão é de que algumas regiões sejam atingidas por temporais entre janeiro e fevereiro. Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, o estado passará por dias seguidos de precipitação no período.
“Na última temporada choveu de 30% a 40% acima da média. Os primeiros três meses do período chuvoso vão ter bem menos chuva, por causa da atuação do El Niño. Para janeiro e fevereiro, porém, a previsão é de que chova 50% do valor esperado para o ano todo”, disse Ruibran.
 

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