23/11/2012 01h28
- Atualizado em
23/11/2012 01h37
Governo boliviano prometeu devolvê-los, mas o caso se arrasta.
Quase 500 veículos do Brasil estão em La Paz e Santa Cruz de La Sierra.
Há mais de um ano, quase 500 carros brasileiros de várias marcas estão
apodrecendo em depósitos das cidades de La Paz e Santa Cruz de La
Sierra, na Bolívia. São casos de veículos que foram roubados nos últimos
dez anos no Brasil e levados para o país vizinho por quadrilhas
especializadas neste tipo de crime.
Os veículos que estão nos depósitos foram apreendidos quando cidadãos
bolivianos tentavam legalizá-los. Na Bolívia, os carros eram revendidos
pela quadrilha por preços muito abaixo do mercado.
Em abril deste ano, a equipe do Jornal da Globo mostrou a situação. Na
época, o vice-chanceler boliviano Juan Carlos Alurral prometeu devolver
os carros em menos de dois meses. “Temos falado de 45 dias para que se
inicie o processo”, disse à época.
Quando, em junho do ano passado, o presidente Evo Morales anistiou
todos os veículos que estavam sem documentos no país, a embaixada
brasileira protestou.
O governo boliviano recebeu então uma lista com todos os carros
roubados no Brasil nos últimos anos – além dos carros brasileiros, a
Bolívia também recebia automóveis roubados no Chile e na Argentina, e a
taxa de regularização renderia aos cofres bolivianos cerca de US$ 200
milhões, ou R$ 400 milhões.
No entanto, as negociações estão paradas. Entre outros entraves, o
governo boliviano quer que o Brasil pague o aluguel dos estacionamentos,
de US$ 500 mil, cerca de R$ 1 milhão.
De acordo com o diretor da Federação Nacional de Seguros, a devolução
dos veículos teria um efeito positivo para diminuir o número de roubos
no país. “O nosso compromisso era trazer todos [os carros]. É muito
importante ter esse efeito de demonstração de que roubar veículo no
Brasil e levar pra Bolívia tem consequência: poderia ser apreendido e
retornar ao Brasil. Isso diminuiria o roubo e furto e diminuiria a
violência nas grandes cidades”, disse Freitas.
Segundo ele, basta a Bolívia informar que os veículos estão liberados para que sejam retirados.
Procurada, a Polícia Federal disse que não vai se manifestar sobre o
assunto porque não há novidades no caso e que o projeto para recuperar
os veículos não foi concretizado. O Itamaraty não quis falar.
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