14/11/2012 06h30
- Atualizado em
14/11/2012 06h30
Pesquisa quer saber como animal sobrevive a temperaturas extremas.
Estudo foi publicado na revista científica 'Nature Communications'.
Uma equipe de cientistas chineses anunciou nesta terça-feira (13) ter decifrado o DNA do camelo-bactriano (Camelus bactrianus),
considerado passo fundamental para conhecer o metabolismo deste animal
emblemático dos desertos da Mongólia e que corre risco de desaparecer da
natureza.
O estudo, publicado na revista "Nature Communications", foi feito por
geneticistas da Universidade de Jiatong, em Xangai. Eles analisaram o
genoma dos camelos-bactrianos e viram que esses animais possuem 28.821
codificados, sendo que 2.730 desses genes evoluem mais rapidamente se
comparado ao de outros animais ruminantes.
Para se adaptar às condições do Deserto de Gobi, que encobre parte da
China e da Mongólia e registra temperaturas extremas, o camelo-bactriano
desenvolveu a capacidade de sobreviver muito mais tempo sem comida e
água, armazenando gordura em seu abdômen e nas duas corcovas.
Exemplares de camelo-bactriano são vistos na cidade de Khanbogd, na Mongólia (Foto: Mark Ralston/AFP)
Organismo resistente
O organismo desta espécie é capaz de suportar uma temperatura interna que oscila entre 34 ºC e 41 °C ao longo do dia, seu nível de açúcar no sangue é duas vezes mais elevado que nos demais ruminantes e ele pode consumir oito vezes mais sal, sem sofrer de diabetes ou hipertensão.
O organismo desta espécie é capaz de suportar uma temperatura interna que oscila entre 34 ºC e 41 °C ao longo do dia, seu nível de açúcar no sangue é duas vezes mais elevado que nos demais ruminantes e ele pode consumir oito vezes mais sal, sem sofrer de diabetes ou hipertensão.
Os geneticistas descobriram no DNA do camelo numerosos genes envolvidos
nos mecanismos do diabetes tipo 2 e da insulina. Também encontraram
onze cópias do gene CYP2J, relacionado à tensão arterial e a uma
alimentação muito salgada. O cavalo e o homem têm apenas um exemplar
deste gene.
Os pesquisadores também identificaram neste animal uma série de genes
que poderão explicar a presença de anticorpos de alta eficiência: uma
forma de imunoglobulina, menor e mais estável, que apenas os camelídeos
possuem.
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