02/11/2012 12h38
- Atualizado em
02/11/2012 14h44
Roberval Ferreira França é contra utilização de tropas na capital paulista.
Desde o início do ano, 89 PMs foram assassinados na Grande SP.
O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Roberval Ferreira
França, disse nesta sexta-feira (2) ser contra o uso de tropas do
Exército para combater a violência na região metropolitana. “Eu
considero desnecessário. O estado de São Paulo tem hoje 100 mil
policiais militares, tem 30 mil policiais civis, nós somos o maior
contingente policial da América Latina, há um grande volume de
investimentos em segurança pública no estado”, afirmou.
Ele participou nesta sexta de uma homenagem aos policiais que foram
mortos enquanto trabalhavam, que reuniu os parentes das vítimas,
políticos e colegas de farda. A missa, no Mausoléu da PM, no Cemitério
do Araçá, perto da Avenida Paulista, também homenageou os policiais
atacados durante a folga. No total, 89 PMs foram assassinados desde o
começo do ano na Grande São Paulo.
Os ataques contra a polícia fazem parte de uma onda de violência. Em menos de um mês, já morreram 151 pessoas na região metropolitana. É o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. O aumento da criminalidade provocou desentendimentos entre o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto.
Depois de quase uma semana de divergências, a presidente Dilma e o governador Geraldo Alckmin
assumiram as negociações para um trabalho conjunto. O governo federal
oferece: ajuda da Polícia Federal para investigar o crime organizado,
vagas em presídios de segurança máxima como o de Mossoró, no Rio Grande
do Norte, para tentar isolar os chefes das quadrilhas paulistas e uma
parceria com a Receita Federal, para fiscalizar empresas e contas
bancárias ligadas às quadrilhas.
“As equipes vão se reunir já a partir do início da próxima semana e vão
estabelecer uma boa parceria em todas as áreas que possam ajudar. Eu
tenho certeza que a população vai rapidamente ver bons benefícios, bons
resultados desse trabalho em conjunto”, disse governador Geraldo Alckmin
nesta sexta.
Em um primeiro momento, os dois governos descartam repetir em São Paulo
a experiência do Rio de Janeiro, que instalou Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs) nas favelas.
Alckmin falou, durante inauguração de um santuário na Zona Sul de São
Paulo, sobre a conversa com a presidente. “Nós conversamos duas vezes
por telefone. Tanto as equipes do governo do estado, da Secretaria da
Segurança Pública, da [Secretaria] da Administração Penitenciária, e do
Ministério da Justiça vão na semana que vem estabelecer um conjunto de
procedimentos nas várias áreas. Aí cabe às equipes técnicas verificarem
quais as parcerias que podem ter mais eficácia”, afirmou.
O governador disse que a Operação Saturação continua. “Essas operações,
elas vão continuar. O serviço de inteligência da polícia vai dizendo
quais são as comunidades, quais são os locais onde há necessidade de ser
feito”, afirmou.
Estatística
Desde agosto, uma facção que atua dentro e fora dos presídios ordenou que seus integrantes executassem policiais que matassem criminosos. Ao longo do ano, o governo do estado também registrou aumento no índice de crimes contra a vida (homicídios dolosos e latrocínios), conforme balanços da Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP).
Estatística
Desde agosto, uma facção que atua dentro e fora dos presídios ordenou que seus integrantes executassem policiais que matassem criminosos. Ao longo do ano, o governo do estado também registrou aumento no índice de crimes contra a vida (homicídios dolosos e latrocínios), conforme balanços da Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP).
O Ministério Público apura se policiais militares estão envolvidos em
mortes: há suspeitas de que agentes da lei descontentes com as mortes
dos colegas formaram grupos de extermínio e milícias para revidar os
ataques contra criminosos.
Em entrevista ao G1 na noite de quarta-feira (31), o
secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, afirmou que a
situação é de "absoluto controle" no estado. Ele negou haver uma
"guerra" entre policiais e traficantes. Desde o começo da semana a PM
realiza operação em Paraisópolis, onde realizou prisões e apreendeu
lista com supostos nomes de policiais marcados para morrer.
Segundo a PM, desde segunda-feira (29), a Operação Saturação na favela
de Paraisópolis conseguiu prender 22 pessoas em flagrantes por diversos
tipos de crimes, apreender 15 armas de fogo ilegais, 324 munições, mais
de 24 kg de cocaína; outros 254 kg de maconha e 50 unidades de drogas
sintéticas.
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