terça-feira, 13 de novembro de 2012

Controle da água da chuva em Minas, só em 2015

13/11/2012 08:07 - Atualizado em 13/11/2012 08:07

Raquel Ramos - Do Hoje em Dia


Amadeu Barbosa/Hoje em Dia/Arquivo
Uma das avenidas mais importantes da capital, Cristiano Machado transformou-se em curso d'água
Uma das avenidas mais importantes da capital, Cristiano Machado transformou-se em curso d'água
Cenas como a da avenida Cristiano Machado transformada em um verdadeiro rio, em dezembro do ano passado, poderão se repetir por pelo menos mais três temporadas de chuva. O motivo: obras consideradas essenciais para a eliminação de seis pontos críticos de alagamento em Belo Horizonte deverão ficar prontas somente a partir de 2015.
Os R$ 807 milhões necessários às intervenções foram aprovados pelo governo federal há dois meses, mas esbarram na burocracia e na lentidão da gestão municipal. A prefeitura ainda não tem os projetos exigidos para a efetiva liberação do recurso. “O ano de 2013 será dedicado à aprovação dos projetos junto ao Ministério das Cidades e à Caixa Econômica Federal”, disse o coordenador-executivo do Programa de Recuperação Ambiental da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Ricardo Aroeira.
Processo lento
A expectativa é a de que o dinheiro chegue aos cofres do município em 2014, ano de Copa do Mundo, e as obras comecem a ser inauguradas no período seguinte.
As intervenções consistem, principalmente, no alargamento de galerias e na construção de novos canais de escoamento da água da chuva.
Um deles, no córrego Cachoeirinha, evitaria o transbordamento comum em dias de fortes temporais e o transtorno causado nas avenidas Bernardo Vasconcelos e, mais abaixo, na Cristiano Machado, na região Nordeste.
Enquanto isso
Enquanto a estrutura pluvial da cidade não evolui, a prefeitura monitora o nível dos córregos e tenta manter bocas de lobo desobstruídas.
Diretor técnico do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), Clemenceau Chiabi Saliba Junior avalia que as obras em córregos e ribeirões são necessárias, mas tardias. “Esse é um problema antigo, que se tornou recorrente com a verticalização da cidade e a impermeabilização do solo. Há muito tempo, os córregos já não comportam mais o volume de água da chuva”.
Se o assunto fosse tratado com mais prioridade pelas autoridades, afirma Clemente Júnior, muitos alagamentos, prejuízos e mortes poderiam ter sido evitados
 

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