sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Mineiros de olho na violência em São Paulo

09/11/2012 06:41 - Atualizado em 09/11/2012 06:41

Do Hoje em Dia


Os mineiros têm motivos para se preocupar com o noticiário policial, principalmente com o que está ocorrendo agora em São Paulo. Há um esforço conjunto do governo paulista e do governo federal para enfrentar a criminalidade no Estado mais rico da federação. O governo paulista, governado há 18 anos pelo PSDB, maior partido de oposição ao governo Dilma Rousseff, relutava em pedir ajuda federal, mas cedeu quando chegou a 90 o número de policiais assassinados neste ano.
Essas mortes não ocorreram somente em confrontos armados com suspeitos. Nas últimas semanas, policiais em folga eram transformados em caça. Um dos suspeitos de ordenar o assassinato de policiais, Francisco Antônio Cesário da Silva, o Piauí, que cumpre pena há três meses na penitenciária de Avaré, vai ser transferido para a penitenciária federal de Porto Velho. Outros também serão levados para longe de São Paulo, para dificultar o contato deles com comparsas fora das prisões.
Ao longo de muitos anos, o governo paulista se manteve confortavelmente longe do noticiário policial, enquanto as atenções se voltavam para o Rio de Janeiro. A imprensa paulista preferia noticiar o que ocorria no Rio do que em São Paulo, quando se animava a tratar do aumento da criminalidade. Em Minas, não era muito diferente. A polícia e a Imprensa eram desestimuladas a divulgar estatísticas que mostrassem o agravamento da situação criminal no Estado.
Ainda hoje, as estatísticas são falhas. Elas são baseadas em boletins de ocorrência da Polícia Militar e não refletem o número exato de pessoas que são assassinadas no estado, sendo que o maior motivo é o conflito entre traficantes de drogas. O governo erra quando age como a avestruz que enterra a cabeça na areia para se livrar da tempestade. Ele só terá apoio da população para aumentar os gastos necessários à prevenção do crime, se a informar corretamente sobre a extensão do problema – que não será resolvido com subterfúgios e jeitinhos.
É preciso que o governo redobre a atenção para que o território mineiro não se transforme em refúgio seguro para os que fogem de São Paulo e do Rio de Janeiro, no momento em que os dois estados vizinhos apertam o cerco aos criminosos. Que encare como fortes alertas o ataque a um quartel da PM no Sul de Minas e a ação de membros do PCC paulista a comandar o crime de dentro de presídios mineiros.

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