Investimentos de R$ 109,7 bilhões abrem novas fronteiras para a mineração no Estado. Aportes feitos nos últimos nove anos contemplam criação de 153,6 mil empregos. Em 2013, Belo Horizonte sediará a maior feira de mineração da América Latina.
Magnesita deve implantar complexo minerador de Grafita
Com
63 protocolos de intenção firmados entre 2003 e agosto deste
ano entre empresas privadas e o Governo de Minas Gerais, o setor de mineração
tem boas perspectivas para o incremento de suas atividades no Estado, contemplando,
inclusive, regiões mais carentes como o Norte de Minas e os vales
do Jequitinhonha e Mucuri.
Segundo
um levantamento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico
(Sede), os investimentos neste período somam R$ 109,7 bilhões,
sendo que os maiores aportes estão direcionados para as regiões
Central, Norte, Zona da Mata, Noroeste e os vales do Jequitinhonha e Mucuri.A
estimativa é que os protocolos de intenções formalizados
de 2003 a 2012 contemplem a criação de cerca de 153.630 empregos,
entrediretos e indiretos. Somente nos oito primeiros meses deste ano, foram
firmados cinco novos protocolos de intenções, totalizando
mais de R$ 8,9 bilhões, com previsão de 3.280 novos postos
de trabalho.
“A
atração de investimentos para o Estado pode ser atribuída
às novas estratégias adotadas pelo Governo de Minas no sentido
de ampliar a competitividade da cadeia minerometalúrgica. O Estado
tem se esforçado para captar investimentos orientados pela agregação
de valor e aumento do conteúdo tecnológico”, explica
o subsecretário de Política Mineral e Energética da
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Paulo Sérgio
Machado Ribeiro.
Demanda
global por ferro
Com 51 anos de atuação no setor mineral, o consultor José Mendo Mizael de Souza também vislumbra um momento de expansão para o setor minerometalúrgico no Estado, levando-se em conta o aumento da demanda mundial por minério de ferro.“Com a economia da China crescendo na faixa de 7,5% a 8% ao ano, a necessidade de investimentos em infraestrutura se mantém em todo o mundo, mesmo com algumas dificuldades enfrentadas por países como os Estados Unidos. O Brasil também tem uma grande demanda nas obras de infraestrutura. Isso requer mais produção de aço e, consequentemente, aumento na exploração de minério de ferro”, observa José Mizael.
Com 51 anos de atuação no setor mineral, o consultor José Mendo Mizael de Souza também vislumbra um momento de expansão para o setor minerometalúrgico no Estado, levando-se em conta o aumento da demanda mundial por minério de ferro.“Com a economia da China crescendo na faixa de 7,5% a 8% ao ano, a necessidade de investimentos em infraestrutura se mantém em todo o mundo, mesmo com algumas dificuldades enfrentadas por países como os Estados Unidos. O Brasil também tem uma grande demanda nas obras de infraestrutura. Isso requer mais produção de aço e, consequentemente, aumento na exploração de minério de ferro”, observa José Mizael.
Como
exemplo da nova realidade do setor mineral, o consultor destaca que, até
poucos anos, a exploração de jazidas de minério de
ferro no Norte de Minas não era considerada ideal por se tratar de
matéria-prima de baixo teor. Porém, com o desenvolvimento
de novas tecnologias de enriquecimento do produto e em virtude do aumento
da demanda mundial pela matéria-prima, abrem-se novas perspectivas
para a exploração de reservas inclusive no Norte do Estado.
“Isso exige, tanto por parte do Governo de Minas como das empresas
privadas, grande esforço para investimento na infraestrutura da região”,
completa o consultor.
Diante
da oportunidade de dinamizar e diversificar a economia de uma das regiões
mais carentes do Estado, o subsecretário Paulo Sérgio Ribeiro
confirma que a expectativa do Governo de Minas é consolidar o Norte
do Estado como nova fronteira mineral. A região tem perspectiva de
produzir anualmente 25 milhões de toneladas de minério de
ferro. Os projetos se distribuem por 20 municípios, localizados principalmente
nas microrregiões de Salinas, Grão Mogol, Rio Pardo de Minas,
Porteirinha e Nova Aurora.
Além
da Vale, que em junho de 2011, assinou protocolo de intenções
para investimento de R$ 560 milhões na exploração de
minério de ferro nos municípios de Serranópolis, Riacho
dos Machados, Rio Pardo de Minas e Grão Mogol, até 2014 a
Mineração Minas Bahia (Miba) prevê implantar uma unidade
minerária – usina de concentração de minério
de ferro e corredor logístico – nos municípios de Grão
Mogol e Rio Pardo de Minas. O investimento previsto é de R$ 3,6 bilhões.
Também
a Sul Americana Metais (SAM), do Grupo Votorantim, aplicará R$ 3,2
bilhões em extração e beneficiamento de minério
em Grão Mogol, em parceria com a chinesa Honbridge Holdings Limited.
O projeto, que engloba mineração, mineroduto e porto (Bahia),
demandará capital e tecnologia de ponta para extrair o minério
considerado de baixo teor.
Pauta
diversificada
O levantamento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômicorevela que, além da exploração de minério de ferro, outros minerais também merecem destaque na atração de novos investimentos para Minas. É o caso do fosfato e potássio, que estão sendo impulsionados pela necessidade do Brasil reduzir a dependência das importações de matérias-primas para a fabricação de fertilizantes.
O levantamento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômicorevela que, além da exploração de minério de ferro, outros minerais também merecem destaque na atração de novos investimentos para Minas. É o caso do fosfato e potássio, que estão sendo impulsionados pela necessidade do Brasil reduzir a dependência das importações de matérias-primas para a fabricação de fertilizantes.
No cenário
nacional, Minas Gerais responde por 49% do valor bruto da produção
mineral do país. O estado é responsável, ainda, por
97% da produção de nióbio, 34% do agregado de construção,
71% da produção de minério de ferro, 66% da produção
de diamantes e 65% da exploração brasileira de ouro. Além
disso, Minas Gerais é responsável por toda a produção
de zinco no país.
No Vale
do Jequitinhonha, por exemplo, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico
formalizou, em maio deste ano, a assinatura de protocolo de intenções
com a Magnesita Refratários S/A para a implantação
do complexo minerador de grafita, em Almenara. Serão investidos R$
80 milhões na unidade industrial para a produção anual
de 40 mil toneladas do mineral. Líder na produção de
refratários na América do Sul, a Magnesita prevê gerar
200 novos postos de trabalho.
A exploração
de grafita está prevista ter inicio em 2014, quando a capacidade
de produção da empresa irá atingir 40 mil toneladas
por ano. A reserva está estimada em 57 milhões de toneladas,
com vida útil de 50 anos. A Magnesita comercializa extensa linha
de materiais refratários. São mais de 13 mil tipos diferentes
de materiais monolíticos, tijolos convencionais e cerâmicas
nobres, para revestir equipamentos que operam em altas temperaturas. Os
produtos são utilizados, principalmente, pelos fabricantes de aço,
cimento e vidro.
Polo
de mineração e metalurgia
O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), José Fernando Coura, confirma que, entre 2012 e 2016, Minas Gerais deverá captar 40% de um total de US$ 75 bilhões de investimentos que serão feitos no setor minerometalúrgico do país.
O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), José Fernando Coura, confirma que, entre 2012 e 2016, Minas Gerais deverá captar 40% de um total de US$ 75 bilhões de investimentos que serão feitos no setor minerometalúrgico do país.
“Minas
Gerais possui a melhor estrutura da indústria mineral do Brasil e,
nos últimos anos, vem passando por um processo de diversificação
de atividades. Isso abre boas perspectivas de consolidação
de investimentos já anunciados, embora exista certa incerteza com
relação à economia mundial”, ressalta o presidente
do Ibram.
Fernando
Coura destaca que, atualmente Belo Horizonte se constitui na capital da
indústria minerária e metalúrgica do país, envolvendo
mais de 3,8 mil profissionais especializados na elaboração
e execução de projetos da cadeia produtiva.
Por
outro lado, para atender à demanda de mão-de-obra das empresas
que estão fazendo novos investimentos no Estado, o presidente do
Ibram revela que, nos próximos seis anos, numa parceria que envolve
o Governo de Minas, o sistema Fiemg/Senai e universidades, serão
capacitados 40 mil trabalhadores para atuar no setor minerometalúrgico.
“Estamos
confiantes de que os investimentos no setor serão concretizados e,
nesse contexto, Minas está preparada para atender às demandas,
por já contar com boa infraestrutura instalada para escoamento da
produção”, conclui José Fernando Coura.
Exposição
internacional em BH
Aliado à atração de novos investimentos, entre os dias 23 e 26 de setembro de 2013 o Estado vai sediar a 15ª Exposição Internacional de Mineração (Exposibram). Segundo o Ibram, a maior feira do segmento na América Latina, que será realizada no Expominas, em Belo Horizonte, já tem confirmada a instalação de pavilhões de empresas da Alemanha, Canadá, Chile, Estados Unidos e da Austrália.
Aliado à atração de novos investimentos, entre os dias 23 e 26 de setembro de 2013 o Estado vai sediar a 15ª Exposição Internacional de Mineração (Exposibram). Segundo o Ibram, a maior feira do segmento na América Latina, que será realizada no Expominas, em Belo Horizonte, já tem confirmada a instalação de pavilhões de empresas da Alemanha, Canadá, Chile, Estados Unidos e da Austrália.
A previsão
é de que a feira receba cerca de 50 mil visitantes, entre empresários,
técnicos e especialistas do setor que, a partir deste encontro, podem
gerar novos negócios no Estado e em outras partes do mundo.
Fonte: http://www.tanabocadopovo.com.br/2013/2012Noticias-Regional/2012/NovDez/pag12.php
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