O próximo ano deverá ser pródigo em
seleções para o serviço público em todo o país. Só para o 1º semestre
estão previstos 16 editais, com 4.332 novos postos para o governo
federal
Lorena Pacheco - Estado de Minas
Publicação: 31/12/2012 00:12 Atualização: 31/12/2012 07:18
Lorena Pacheco - Estado de Minas
Publicação: 31/12/2012 00:12 Atualização: 31/12/2012 07:18
Brasília – Horas em frente aos livros fazem parte do dia a dia de
milhares de brasileiros que estão de olho em uma vaga na administração
pública. Em meio ao agravamento da crise econômica global, o governo
estabeleceu, por meio de portaria em março de 2011, menor ritmo de
realização de novos concursos. Isso acirrou a concorrência, forçando os
candidatos a atingirem alto padrão de preparo para galgar o cobiçado
posto de servidor. A disputa para chegar ao pódio se tornou uma
verdadeira saga. Mas quem vem se esforçando muito no preparo e ainda não
conseguiu uma vaga tem boas razões para se animar nesta virada de ano. A
restrição no número de certames tende a diminuir, pois o Poder
Executivo reconhece que tem 187.645 cargos a serem preenchidos.
Saiba mais...
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Pelo menos 16 seleções foram autorizadas
pelo Ministério do Planejamento e terão os editais de abertura lançados
já no primeiro semestre de 2013. Juntas, elas ofertarão 4.332 chances
para contratação imediata (veja quadro). “Será um ano agitado para os
concurseiros, sobretudo no primeiro semestre. Recomendo que poupem as
férias e economizem energia nas festas de fim de ano para estudar
bastante", aconselha o professor especializado na preparação para
concursos Mariano Borges.
Com uma rotina de estudos de cerca de oito horas diárias, Camila Pasquarelli, de 26 anos, tenta há três anos atingir seu objetivo. Graduada em Direito, ela tem foco: pretende ser delegada, agente ou escrivã da Polícia Federal. Para tanto, já prestou mais de uma dezena de concursos públicos. “Cheguei a estudar 10 horas por dia, mas fiquei doente. Muitos acham que a vida de concurseiro é fácil, que estudar não cansa. Não é assim: a pressão é enorme”, desabafa.
SACRIFÍCIOS Camila tem vivido uma vida de abdicações: abandonou o futebol, o longboard e muitas saídas com amigos e família. “Não dá para passar em concurso sem disciplina, e isso às vezes implica abrir mão do que você gosta”, diz. Para ela, no entanto, mesmo com imensa dedicação ao estudo, a concorrência de alto nível continua a ser uma grande preocupação. “Muita gente tem condições de investir em um bom preparo. Livros, acompanhamento e um cursinho de qualidade custam muito dinheiro”, conta. Mesmo com orçamento limitado, só em livros, Camila já gastou mais de R$ 5 mil. O cursinho, que fez durante um ano, levou outros R$ 6 mil.
O professor José Wilson Granjeiro, diretor da rede GranCursos, acredita que a concorrência não deva ser a maior das dores de cabeça em 2013, já que grande parte dos candidatos não tem disciplina para o estudo. “Muitos não têm o hábito de ler e exercitar, deixam para estudar em cima da hora, quando sai o edital. Sem prática não há fixação de conteúdo”, afirma. Há um item apontado por Granjeiro, porém, que reduz a vantagem dos candidatos mais bem preparados: as falhas de elaboração dos testes. “Algumas bancas não priorizam o raciocínio. O resultado são provas mal feitas”, afirma.
Com uma rotina de estudos de cerca de oito horas diárias, Camila Pasquarelli, de 26 anos, tenta há três anos atingir seu objetivo. Graduada em Direito, ela tem foco: pretende ser delegada, agente ou escrivã da Polícia Federal. Para tanto, já prestou mais de uma dezena de concursos públicos. “Cheguei a estudar 10 horas por dia, mas fiquei doente. Muitos acham que a vida de concurseiro é fácil, que estudar não cansa. Não é assim: a pressão é enorme”, desabafa.
SACRIFÍCIOS Camila tem vivido uma vida de abdicações: abandonou o futebol, o longboard e muitas saídas com amigos e família. “Não dá para passar em concurso sem disciplina, e isso às vezes implica abrir mão do que você gosta”, diz. Para ela, no entanto, mesmo com imensa dedicação ao estudo, a concorrência de alto nível continua a ser uma grande preocupação. “Muita gente tem condições de investir em um bom preparo. Livros, acompanhamento e um cursinho de qualidade custam muito dinheiro”, conta. Mesmo com orçamento limitado, só em livros, Camila já gastou mais de R$ 5 mil. O cursinho, que fez durante um ano, levou outros R$ 6 mil.
O professor José Wilson Granjeiro, diretor da rede GranCursos, acredita que a concorrência não deva ser a maior das dores de cabeça em 2013, já que grande parte dos candidatos não tem disciplina para o estudo. “Muitos não têm o hábito de ler e exercitar, deixam para estudar em cima da hora, quando sai o edital. Sem prática não há fixação de conteúdo”, afirma. Há um item apontado por Granjeiro, porém, que reduz a vantagem dos candidatos mais bem preparados: as falhas de elaboração dos testes. “Algumas bancas não priorizam o raciocínio. O resultado são provas mal feitas”, afirma.
Dedicação na pauta para o próximo ano
No
último semestre de Engenharia Mecânica, Eduardo Neves Fonseca, de 25
anos, vislumbra no serviço público a chance de um bom salário e
estabilidade, de preferência trabalhando na área para a qual está se
formando. “Não pretendo ficar carimbando papel”, diz.
Com esse foco, ele assumiu, há um ano, rotina pesada, que alia o estudo para concurso à monografia e ao estágio na Procuradoria Geral da União. Durante esse período, Eduardo já participou de cinco seleções públicas, todas em engenharia. Sua grande expectativa está no cargo de perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), certame previsto para o próximo ano.
Depois da formatura, que deve ocorrer até março, Eduardo quer mergulhar nos estudos. “Como tenho que terminar o projeto de conclusão de curso, acho que não me dedico o suficiente. Acredito que, para passar num concurso, é necessária dedicação em tempo integral, incluindo fins de semana e feriados”, afirma.
Para o professor especializado em concursos Mariano Borges, o maior obstáculo encontrado pelo estudante é o estabelecimento de um novo ritmo de vida, adequando o hábito do estudo à rotina. “O hábito de estudar é semelhante a uma corrida: tem que ser diária, aumentando a velocidade gradualmente, de forma constante, para nunca perder o fôlego”, afirma. “O estudante tem que dar o máximo de si, para fazer a batalha pelo concurso público ser a mais breve possível. Esse sofrimento pode ser prolongado ou não, depende da capacidade de foco de cada um”, completa. (LP)
Com esse foco, ele assumiu, há um ano, rotina pesada, que alia o estudo para concurso à monografia e ao estágio na Procuradoria Geral da União. Durante esse período, Eduardo já participou de cinco seleções públicas, todas em engenharia. Sua grande expectativa está no cargo de perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), certame previsto para o próximo ano.
Depois da formatura, que deve ocorrer até março, Eduardo quer mergulhar nos estudos. “Como tenho que terminar o projeto de conclusão de curso, acho que não me dedico o suficiente. Acredito que, para passar num concurso, é necessária dedicação em tempo integral, incluindo fins de semana e feriados”, afirma.
Para o professor especializado em concursos Mariano Borges, o maior obstáculo encontrado pelo estudante é o estabelecimento de um novo ritmo de vida, adequando o hábito do estudo à rotina. “O hábito de estudar é semelhante a uma corrida: tem que ser diária, aumentando a velocidade gradualmente, de forma constante, para nunca perder o fôlego”, afirma. “O estudante tem que dar o máximo de si, para fazer a batalha pelo concurso público ser a mais breve possível. Esse sofrimento pode ser prolongado ou não, depende da capacidade de foco de cada um”, completa. (LP)
Que tal mudar de cidade?
A
maior quantidade de vagas a serem preenchidas em diferentes níveis de
governo está prevista para Brasília. No Distrito Federal, a Polícia
Civil do Distrito Federal (PCDF) deve oferecer 3.029 vagas para seis
funções na corporação: agente (2 mil), escrivão (495), delegado (200),
perito criminal (199), perito médico legista (80) e papiloscopista (55).
A estimativa é de que o provimento dos cargos criados seja feito de
forma gradual a partir de 1º de janeiro de 2014. O salário inicial para
peritos e delegados da PCDF é de R$ 13.368,68, podendo chegar até R$
19.699,82 com a progressão da carreira. Para os demais cargos, a
remuneração inicial é de R$ 7.514,33, com possibilidade de chegar a R$
11.879,08.
A seleção do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) também é aguardada pelos estudantes. No total, são 110 vagas, 87 de nível médio, para técnicos judiciários, e 23 vagas para graduados na função de analista judiciário (áreas judiciária e de apoio especializado). As remunerações variam entre R$ 2.662,06 e R$ 4.367,68. O órgão prevê que os aprovados possam ser nomeados ainda no primeiro semestre de 2013.
Alguns editais também ainda são esperados. A expectativa é de que a maior parte das vagas sejam abertas nos ministérios da Fazenda, Saúde e Previdência Social, órgãos com maior carência de pessoal, segundo o Ministério do Planejamento. (LP)
A seleção do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) também é aguardada pelos estudantes. No total, são 110 vagas, 87 de nível médio, para técnicos judiciários, e 23 vagas para graduados na função de analista judiciário (áreas judiciária e de apoio especializado). As remunerações variam entre R$ 2.662,06 e R$ 4.367,68. O órgão prevê que os aprovados possam ser nomeados ainda no primeiro semestre de 2013.
Alguns editais também ainda são esperados. A expectativa é de que a maior parte das vagas sejam abertas nos ministérios da Fazenda, Saúde e Previdência Social, órgãos com maior carência de pessoal, segundo o Ministério do Planejamento. (LP)
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