31/01/2013 19:35 - Atualizado em 31/01/2013 19:35
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Casados possuem hábitos mais saudáveis e uma rede de apoio mais ampla
PARIS - Pessoas casadas são menos propensas do que as solteiras a
sofrer ataques cardíacos e têm mais probabilidade de se recuperar caso
sofram algum, revelou um estudo finlandês publicado esta quinta-feira
(31).
Cientistas coletaram dados de 15.330 pessoas na Finlândia com idades
entre 35 e 99 anos que sofreram de "eventos coronarianos agudos" entre
1993 e 2002. Pouco mais da metade dos pacientes morreram no período de
28 dias após o ataque.
A equipe de pesquisadores descobriu que homens solteiros de todos os
grupos etários eram de 58% a 66% mais propensos a sofrer um ataque
cardíaco do que os casados.
Para as mulheres, os benefícios matrimoniais foram até maiores: as
solteiras demonstraram ser de 60% a 65% mais propensas a sofrer eventos
coronarianos, escreveram os cientistas finlandeses no periódico European
Journal of Preventive Cardiology.
Para os dois gêneros, a vida conjugal também reduziu consideravelmente a mortalidade por ataque cardíaco.
Homens solteiros foram de 60% a 168% mais propensos a morrer de um
ataque cardíaco em 28 dias e as mulheres solteiras, de 71% e 175%, em
comparação com os homens e mulheres casados.
"Viver sozinho e não ser casado aumenta o risco de sofrer um ataque
cardíaco e piora seus prognósticos, tanto para os homens quanto para as
mulheres, independente da idade", escreveram os estudiosos.
"A maioria das mortes excedentes já se manifesta antes da
hospitalização e não parece se relacionar com diferenças no tratamento",
acrescentaram.
Ao especular as razões para suas observações, os estudiosos afirmaram
que as pessoas casadas devem ter ingressos combinados maiores, hábitos
mais saudáveis e uma rede de apoio mais ampla.
"Deve-se entender que a ressuscitação ou o pedido de ajuda foi iniciada
mais rápido e com mais frequência entre aqueles indivíduos casados ou
que vivem juntos", afirmaram os autores.
Eles também não descartam os efeitos psicológicos da satisfação conjugal.
"Sabe-se que as pessoas solteiras são mais propensas a sofrer depressão
e segundo um estudo anterior, a depressão parece ter um efeito adverso
sobre as taxas de mortalidade cardiovascular", disse à AFP o principal
autor da pesquisa, Aino Lammintausta, do Hospital Universitário de
Turku.
Segundo os cientistas, estudos anteriores sobre os benefícios do
casamento para a saúde tinham dados incompletos sobre mulheres ou
pessoas de mais idade.
O novo estudo demonstrou que o casamento protege as mulheres até mais do que os homens de morrer de ataques cardíacos.
A pesquisa incluiu pessoas de diferentes grupos raciais e origens
sociais e as descobertas "podem, a grosso modo, ter sua aplicação
cogitada em países ocidentais", afirmou Lammintausta.
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