Equipamento muda abordagem policial, diz major da Polícia Militar de São Paulo.
A Polícia Militar de São Paulo já realiza testes com os óculos de
alto poder tecnológico que conseguem identificar suspeitos, pessoas
desaparecidas e até veículos com irregularidades. Nesta quarta-feira,
policiais do 2º Batalhão da cidade realizaram simulações com o
equipamento na entrada do estádio do Morumbi, onde ocorre o show da
banda irlandesa U2.
De design futurista, os óculos possuem uma pequena câmera em uma
das lentes. Eles filmam o público, consultam um banco de dados da PM –
que fica armazenado em um HD no próprio equipamento – e enviam
informações em tempo real para o policial.
De acordo com o major Leandro Pavani Agostini, os óculos têm
capacidade para guardar até 14 milhões de imagens. Como o banco de dados
da PM é atualizado diariamente com novas imagens, os policiais que
utilizarem os óculos deverão também, periodicamente, atualizar o
software que cada óculos carrega.
Os óculos detectam 400 rostos por segundo e a resposta sobre quem é a
pessoa filmada é dada ao agente instantaneamente. Um teste foi feito
com os óculos com um voluntário escolhido pela PM. Ele foi cadastrado
como suspeito no sistema e quando filmado pela câmera apareceu na lente
com uma indicação em vermelho dizendo que havia 99,99% de chance de ele
ser a pessoa procurada.
Agostini explica que a tecnologia, chamada biometria facial, detecta
46 mil pontos por face, o que permite distinguir, inclusive, gêmeos
aparentemente idênticos. No caso de veículo, os óculos lêem as placas e
identificam se ele é roubado, por exemplo.
O major destaca que o equipamento deve dar mais “agilidade” ao
trabalho dos PMs. Hoje, o policial conta apenas com a própria
experiência e tino para identificar um provável criminoso. Com os
óculos, terão informações prévias e mais precisas antes de abordar
alguém. “Ele proporciona suporte, complementação da atividade policial.
Se observar um veículo ou pessoa suspeita, procurada, vai informar o
policial e, assim, prepará-lo pra fazer a abordagem com mais segurança”,
diz. “Estamos empolgados, muda a nossa forma de comportamento”,
completa.
Grandes eventos e Copa
Importados de Israel, onde auxiliam os policiais no controle das
áreas fronteiriças, os óculos no País ainda estão apenas na fase de
testes e sem o uso de banco de dados verdadeiros. “Faremos cerca de um
mês de testes e depois enviaremos um relatório para orientar o Estado na
aquisição”, explica Agostini.
A tecnologia deverá ser utilizada por policiais em grandes eventos,
como shows e jogos de futebol. Câmeras similares às dos óculos deverão
ser instaladas também nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e
nas câmeras do Centro de Policiamento da Polícia Militar (Copom) já
espalhadas pela cidade. Outros estados devem adquirir o equipamento,
segundo o major, com foco principalmente na Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Último Segundo
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