quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Policial civil entra em briga de casal e mata homem

Betim
Pai do agressor foi tirar satisfações com investigador e acabou morto
Publicado no Jornal OTEMPO em 02/01/2013

VINÍCIUS D´OLIVEIRA
FOTO: RONALDO SILVEIRA
Proximidade. Delegacia onde o agente trabalha fica ao lado da residência do casal, na cidade de Betim
Uma briga envolvendo marido e mulher, no fim da noite de anteontem, terminou com um pedreiro morto a tiros por um policial civil que tentava defender a suposta vítima de violência doméstica. O caso aconteceu no bairro Jardim Terezópolis, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. O policial é suspeito de espancar o companheiro da mulher e, em seguida, matar o pai dele, em frente à delegacia em que trabalha, ao lado da residência onde mora o casal.

Segundo Ludéli André Ferreira, 31, o pai dele, o pedreiro Manoel André Ferreira, 54, teria ido até a casa depois de ouvir os gritos do filho, que estaria sendo agredido pelo policial civil Robert da Silva Mendes, da 1ª Delegacia do bairro Jardim Terezópolis, e outro morador da região. Ambos teriam sido chamados pela mulher de Ludéli, Elisângela Aparecida de Oliveira Ferreira, 35.

"Eu estava dormindo, quando esse policial apareceu dentro da minha casa, sem camisa, e com uma arma. Ele me acordou, me jogou do sofá e pisou na minha garganta. Ele dizia: ‘Você gosta de bater em mulher, né?". Eles me bateram muito. Meu pai saiu da casa dele e veio aqui para tentar me ajudar, mas encontrou o policial já saindo para a rua. Meu pai queria saber o que estava acontecendo e foi em direção à delegacia, mas o detetive atirou três vezes nele", contou Ludéli.

De acordo com a família de Manoel, o policial ainda se recusou a socorrer o pedreiro e uma viatura da Polícia Militar (PM) levou a vítima para o hospital. Ele chegou a dar entrada no bloco cirúrgico, porém não resistiu aos ferimentos.

O policial teria fugido do local, e, segundo a Polícia Civil, se apresentou na madrugada de ontem, na delegacia de plantão, onde prestou depoimento e foi liberado. Um pedido de prisão temporária foi expedido para o investigador e deve ser apreciado pela Justiça. O caso vai ser investigado pela Delegacia de Homicídios.
Histórico. A mulher que teria pedido ajuda ao policial civil e a um amigo para se defender da suposta violência do marido confirmou que ligou para o telefone particular do investigador. "Eu já fui agredida outras vezes. Meu marido até já foi preso na lei Maria da Penha. Por isso, esse policial que trabalha na delegacia aqui ao lado me deu o número do telefone dele. Ele só veio aqui porque o Ludéli xingou e o desafiou pelo telefone", explicou.

Segundo Elisângela, o sogro só foi morto, porque "foi atrás do policial civil com um facão".

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