quarta-feira, 22 de maio de 2013

Carros vendidos no Brasil são verdadeiras "máquinas de matar"

22/05/2013 06:36 - Atualizado em 22/05/2013 06:36

Hoje em Dia


Imagem meramente ilustrativa
Reportagem publicada nesta semana pelo caderno de Veículos deste Hoje em Dia, mostrando que os carros mais vendidos no Brasil são “máquinas de matar”, não é propriamente uma novidade, o que de modo algum tira sua importância. O texto original, no qual ela se baseia, foi produzido por uma das maiores agências de notícias do mundo, a Associated Press (AP), e publicado recentemente por jornais de vários países. Entre eles, “The New York Times”, dos Estados Unidos, onde os carros matam quatro vezes menos que aqui, embora tenham uma frota cinco vezes maior.
Mas não foi sempre assim nos Estados Unidos. Em 1965, ocorreram 47 mil mortes por acidentes de carros no país. Uma campanha por segurança nos veículos, liderada pelo advogado Ralph Nader, mudou a legislação e, sobretudo, a mentalidade dos consumidores. Eles passaram a boicotar modelos pouco seguros e exigir indenizações de montadoras relapsas. Mais tarde, isso se estendeu à Europa, mas não ainda ao Brasil.
As montadoras com fábricas no Brasil são multinacionais que, apesar de obterem aqui o dobro do lucro da média mundial, procuram economizar em itens de segurança. Quando existem, é oferecido como item opcional, elevando bastante o preço do veículo. Por isso, a maioria dos carros populares chega aos consumidores sem esses itens. Alguns deles, como air bags frontais e freios ABS, só se tornarão obrigatórios em todos os veículos em 2014, muitos anos depois dos Estados Unidos e da Europa. As montadoras alegam que cumprem a legislação brasileira. Assim, transferem para o governo a culpa pelas mortes.
Segundo a reportagem, testes realizados por um programa independente de segurança automotiva, o Latin NCAP, revelam que carros feitos no Brasil não satisfazem os requisitos internacionais de segurança, ainda que suas versões fabricadas e vendidas no exterior se saiam bem nos testes da Euro NCAP. Um exemplo citado é o Ka, da Ford. O produzido na Europa obteve quatro estrelas nos testes, enquanto o brasileiro ficou com uma estrela. A empresa informou que o Ka brasileiro é feito sobre uma plataforma ultrapassada e que sua meta é produzir no Brasil, a partir de 2015, todos os carros seguindo padrões avançados de segurança.
Não fará mal nenhum, se a meta receber o reforço de governantes e consumidores mais conscientes do direito de ter carros seguros produzidos por todas as montadoras. Todas elas, segundo a AP, tiveram modelos reprovados nos testes de segurança.

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