terça-feira, 28 de maio de 2013

Confusão em teste da Polícia civil vai parar na Justiça


Pedro Ferreira - Estado de Minas
Publicação: 28/05/2013 06:00 Atualização: 28/05/2013 06:43


Problemas foram registrados em quase 600 provas do caderno 31
Problemas foram registrados em quase 600 provas do caderno 31 (Túlio Santos/EM/D.a Press) A Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc) remarcou para 30 de junho a etapa eliminatória da prova objetiva para o cargo de perito criminal da Polícia Civil de Minas. O concurso foi cancelado no domingo, quando as provas já estavam sendo aplicadas em Belo Horizonte, sob a justificativa de que houve erro de impressão em exemplares de uma das provas. Muitos candidatos ficaram revoltados com o episódio, especialmente os que saíram de outros estados, como Jamil Darudo, que viajou do Acre para fazer o teste.
O contador Gelfemar Conceição dos Santos Pereira, que mora em Salvador (BA), já contratou advogado para entrar com ação na Justiça. Ele quer indenização pelos gastos com a viagem e alimentação e também por danos morais. “Houve quebra de contrato”, argumenta.
O contador retornou para Salvador na madrugada de ontem, inconformado com o cancelamento. “Eu tive despesas com alimentação e gastei R$ 540 com passagens de avião. Meu prejuízo somente não foi maior porque fiquei hospedado na casa de um amigo”, disse. Ele e outro candidato de Salvador estão contratando o mesmo advogado.
Segundo Gelfemar, no edital do concurso consta que a banca não se responsabiliza por nenhuma despesa que o candidato venha a ter para fazer as provas. “Existe um contrato, mas a Fumarc não cumpriu as obrigações dela, como a realização das provas na data prevista”, disse o contador. “Ficou claro que foi erro da Fumarc e ela deve reparar os danos causados”, acrescentou.
Formado em direito, teologia e professor de educação física, um candidato, que pediu para ser identificado apenas como Daniel, viajou de carro do Rio de Janeiro para fazer a prova em Belo Horizonte. “Já acionei meu advogado em Minas para entrar com uma ação na Justiça. Somente meu curso preparatório custou R$ 2.480. Gastei com despesas de ida e volta, com pedágio, perdi tempo e mudei minha vida por causa dessa prova”, reclamou.
Três pessoas registraram queixa na Delegacia Adida do Juizado Especial Criminal, mas, como não houve crime, fraude e constrangimento, na avaliação da Polícia Civil, não foi instaurado procedimento criminal. A queixa servirá de prova em eventual ação na Justiça, informou a assessoria de imprensa da corporação. A Fumarc disse que vai acionar seu departamento jurídico para analisar caso a caso, em todos os aspectos.
Segundo a Fumarc, durante a aplicação das provas foi constatado um erro de impressão em exemplares do caderno 31 gabarito B (cerca de 550 provas de um total de quase 25 mil). Nesses cadernos, foram inseridas questões do Caderno 5, exclusivas para candidatos que concorrem à vaga de técnico em radiologia. “Considerado que o processo de substituição dos cadernos poderia atrapalhar e influenciar no desempenho de candidatos e na isonomia do processo, a Gerência Geral da Fumarc, a Diretoria da Acadepol e a Comissão do Concurso decidiram suspender e adiar a realização da prova para o cargo de Perito Criminal da Polícia Civil, garantindo a igualdade de condições para todos que concorrem ao cargo”, diz a nota. A Fumarc lamentou o ocorrido e pediu desculpas aos candidatos.
A Polícia Civil informou que não haverá atraso no processo de contratação dos peritos aprovados no concurso. Ao todo, o concurso oferece 1.497 novas vagas, das quais 121 para médicos legistas, 95 para peritos criminais, 415 para analistas e 866 para técnicos assistentes.
 

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