terça-feira, 7 de maio de 2013

E.S: Descarga elétrica recebida em curso para policias militares é considerada normal



Patrícia Scalzer | pcscalzer@redegazeta.com.br
Rádio CBN Vitória (93,5 FM)
Foto: Reprodução | Youtube
Policiais levam choque durante treinamento da Rotam
Reprodução | YoutubeA divulgação de um vídeo que mostra policiais militares recebendo uma descarga elétrica de uma arma não-letal durante treinamento provocou polêmica. As imagens mostram oitos policiais da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) participando do treinamento e, em determinado momento, são colocados sentados em fileira, de braços dados, sendo que os dois policiais da ponta seguram fios ligados a uma arma de choque. No momento da descarga elétrica, todos caem para trás.
O resultado foram quatro alunos que passaram mal, sendo que um deles continua afastado das funções na polícia até hoje. Apesar de parecer agressivo, o comandante geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Ronalt Willian, afirma que a descarga da arma elétrica não oferece risco à pessoa. Ele explica que o choque não faz parte do treinamento, mas consta da aplicação para experiência dos alunos de readaptação na Academia da Polícia Militar, em Cariacica.
“Isso é algo previsível e não atinge a esfera da disciplina e da legalidade. Também não comprometia a segurança daquele que recebeu a descarga elétrica, mesmo porque, a construção desse armamento é justamente para evitar que seja utilizado armamento letal”, explica. O comandante disse ainda que todos os policiais receberam o choque de forma voluntária, como parte do aprendizado. “Aquelas pessoas que se voluntariaram, fizeram isso para saber o que poderia acontecer com o indivíduo que recebesse a descarga”, diz.
Para o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Espírito Santo, Flávio Gava, o ato durante o treinamento não configura abuso. “É um procedimento normal do curso. As pessoas se submetem de maneira voluntária a conhecer o funcionamento daquele equipamento. Com isso eles têm noção da força do equipamento e a necessidade de usá-lo em uma ocorrência”, explica.
Gava disse que conversou com policias que participaram do curso há dois meses e todos disseram que o procedimento é algo normal. Ele explicou que o policial que aparece no vídeo se sentindo mal depois do choque, já estava com problemas na coluna, o que o impediu de se levantar. “O problema dele não foi causado pelo curso. Ele já tinha um problema de coluna anterior e no momento em que o colega do lado puxa o braço dele, ele sente uma lesão que ele já tinha na coluna”, afirma.
Gava explica que a descarga da arma só é letal caso a pessoa use marcapasso ou receba várias descargas elétricas. Ele disse ainda que a associação sempre denuncia quando se depara com situações irregulares, mas neste caso, segundo ele, o procedimento é normal. O vídeo do treinamento foi divulgado por um soldado da Rotam, que participou da ação, mas prefere não ser identificado, com medo de sofrer represálias.



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