2/05/2013 11h08
- Atualizado em
22/05/2013 14h31
Delegacia ficará responsável por investigar arrastões a restaurantes.
O Governo de São Paulo fará uma reestruturação na Polícia Civil na
tentativa de aumentar a capacidade da corporação nas investigações de
crimes no estado. A medida faz parte do programa “São Paulo contra o
crime”, anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na manhã desta quarta-feira (22) em entrevista ao Bom Dia Paulo.
Na entrevista, Alckmin informou que policiais civis, militares e
técnico-científicos que conseguirem reduzir os índices de criminalidade
em suas áreas de atuação serão premiados. O bônus será de R$ 4 mil
semestrais para cada policial, mas poderá chegar a R$ 10 mil, segundo o
governador.
No entanto, o secretário de Segurança Pública Fernando Grella Vieira
afirmou que o valor ainda não foi definido. "Isso aí são propostas, não
tem nada definido ainda. A consultoria é que vai nos permitir chegar a
esse valor. Isso é uma proposta, uma ideia, mas não é nada definitivo,
não há decisão a respeito", afirmou.
O governador também anunciou o aumento do efetivo da Polícia Civil e da
Polícia Técnico-Científica e reestruturação de departamentos.
Entre as medidas anunciadas, o Departamento de Investigações sobre o
Crime Organizado (Deic) passará a se chamar 1ª Delegacia de Polícia de
Investigações sobre Roubos e Latrocínios, dando maior capacidade ao
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para investigar
homicídios.
A 2ª Delegacia de Furtos e Roubos de Joias será transformada na 2ª
Delegacia de Investigações de Crimes Patrimoniais e Intervenção
Estratégica. Ela ficará na apuração de crimes sazonais como arrastões em
restaurantes.
O Serviço Aerotático (SAT) será transformado em Divisão de Operações
Especiais e passará a ser dirigido por um delegado de polícia de classe
especial. A divisão abrigará o Garra, grupo especializado Polícia Civil.
O DHPP, por sua vez, passará a investigar apenas chacinas e contará com
duas equipes de investigação. O Departamento de Capturas e Delegacias
Especializadas (Decade) também será reestruturado. Entre os objetivos
está melhorar o atendimento a turistas, como foco da Copa de 2014.
Atualmente, a Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur) é subordinada
ao Decade.
O governo paulista fará ainda uma licitação internacional para
contratar uma empresa que integre os bancos de dados das polícias Civil e
Militar.
"Estamos aqui porque queremos reduzir mais [homicídios], queremos ficar
abaixo dos índices da OMS", disse Alckmin no lançamento do programa
nesta manhã, no Palácio dos Bandeirantes. O objetivo do governo é fazer
com que o número de homicídios em São Paulo seja menor que 10 para cada
100 mil habitantes, que é o recomendado pela Organização Mundial da
Saúde.
O tucano voltou a criticar o governo federal no controle das
fronteiras, dizendo que é preciso controlar a entrada de armas de
drogas. "Tráfico de drogas é responsabilidade do governo federal. São
Paulo produz cana, laranja, soja, milho, café, não produz cocaína. Isto
não é uma questão específica de uma unidade da federação", disse. Ele
também criticou a falta de uma legislação rigorosa. "Não podemos ter
leis frouxas, lei da impunidade".
Bônus
Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, Alckmin informou que as metas de redução da criminalidade que os policiais deverão seguir para receber o bônus ainda não foram definidas. Elas serão determinadas em parceria com os institutos Sou da Paz e Falconi, através de um convênio com o governo do estado. O governador também não informou os critérios para a distribuição dos bônus. Durante o lançamento do programa "São Paulo contra o crime" não foi esclarecido como serão definidas as metas dos policiais técnico-científicos para que ele tenham direito ao bônus, já que eles não trabalham diretamente no combate à violência.
Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, Alckmin informou que as metas de redução da criminalidade que os policiais deverão seguir para receber o bônus ainda não foram definidas. Elas serão determinadas em parceria com os institutos Sou da Paz e Falconi, através de um convênio com o governo do estado. O governador também não informou os critérios para a distribuição dos bônus. Durante o lançamento do programa "São Paulo contra o crime" não foi esclarecido como serão definidas as metas dos policiais técnico-científicos para que ele tenham direito ao bônus, já que eles não trabalham diretamente no combate à violência.
"Vamos estabelecer as metas mais importantes para a população e, como
resultado deste sistema de metas a serem atingidas por região, por tipo
de delitos, é natural uma meritocracia, ou seja, uma bonificação. São um
conjunto de medidas, vai até a criação de uma nova seccional em
Campinas, um novo Deinter em Araçatuba", disse Alckmin sobre o pacote
batizado de "São Paulo Contra o Crime" lançado nesta quarta.
Segundo ele, as metas e prazos da redução da criminalidade serão
públicos. “Queremos resultado para a população na ponta, que é redução
dos indicadores de criminalidade. É um misto: de um lado carreira,
salário; de outro, estímulo", destacou.
Segundo Alckmin, a Polícia Civil deverá ganhar 2.800 novos agentes. Já a
Polícia Técnico-Científica terá um incremento de 62%. “Serão ao todo
4.600, praticamente, policiais a mais nas polícias civil e
técnico-científica", afirmou.
O governador pretende implantar as medidas no segundo semestre deste
ano com o objetivo de diminuir os índices de criminalidade.
Quando questionado sobre o fim violência no estado, o governador disse
que esse é um problema nacional. “Essa é uma guerra , é uma luta 24
horas, aliás, no país inteiro”, disse Alckmin.
Ele citou a responsabilidade do governo federal sobre a questão da
segurança, a quem atribuiu omissão. “Uma situação geral: tráfico de
drogas, tráfico de armas, omissão do governo federal, fronteiras
totalmente abertas".
Sobre os índices de criminalidade no estado - alguns deles em alta -, Alckmin lembrou que em 2012 apenas São Paulo
e Rio de Janeiro conseguiram baixar as estatísticas. Segundo ele, o
número de homicídios, em alta desde julho do ano passado, cairá nos
índices de violência em abril, que serão divulgados na próxima
sexta-feira (25).
Instituto
O Instituto Sou da Paz irá contratar a consultoria Falconi para elaborar as metas a serem cumpridas pelos policiais e como será definida a bonificação. O bônus será pago pelo governo. Porém, a consultoria setrá patrocinada com verba da iniciativa privada.
O Instituto Sou da Paz irá contratar a consultoria Falconi para elaborar as metas a serem cumpridas pelos policiais e como será definida a bonificação. O bônus será pago pelo governo. Porém, a consultoria setrá patrocinada com verba da iniciativa privada.
De acordo com Luciana Guimarães, direitora do instituto, a previsão é
que as metas sejam definidas até julho e implantadas no início do
próximo ano, após aprovação de projeto de lei na Assembleia Legislativa.
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