terça-feira, 21 de maio de 2013

Presidente do BC diz que inflação vai cair nos próximos três meses

21/05/2013 16h33 - Atualizado em 21/05/2013 18h47

Tombini assegura que inflação irá cair já nos próximos três meses

Presidente do Banco Central participou de audiência pública na Câmara.
Dirigente da autoridade monetária ressaltou que instituição está 'vigilante'.

Fabiano Costa Do G1, em Brasília
O presidente do BC, Alexandre Tombini, participa de audiência na Câmara (Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados) 
 
O presidente do BC, Alexandre Tombini, participa de audiência na Câmara (Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (21) que a instituição está “vigilante” e fará o que for “necessário” para reduzir a inflação no segundo semestre deste ano. Durante audiência na Câmara dos Deputados, ele assegurou que, já nos próximos três meses, os brasileiros irão observar uma queda da inflação, em comparação com o primeiro trimestre de 2013.
“Lembro mais uma vez que o Banco Central está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e para assegurar que essa tendência persista nos próximos anos. Nos próximos três meses – maio, junho e julho – a inflação mensal já será menor do que a observada nos primeiros meses de 2013. E no início do segundo semestre, a inflação acumulada em 12 meses começará a cair”.
Segundo o presidente do BC, apesar das oscilações apresentadas pela inflação nos últimos meses, o Banco Central manterá a meta anual de 4,5%. Nas palavras do dirigente, várias projeções do governo e do mercado indicam que a inflação tende a convergir para o centro da meta.
“A nossa meta é de 4,5%. Não abandonamos. Estamos lindando hoje com essa inflação, combatendo isso. Certamente, o nosso objetivo é o centro da meta, inflação de 4,5%”, enfatizou.
Alimentos
Na avaliação do presidente do Banco Central, “um choque de ofertas acima do esperado” no segmento de alimentos contribuiu para manter a inflação brasileira em níveis elevados nos últimos trimestres. Apesar do aparente descontrole inflacionário, Tombini ressaltou que a autoridade monetária promoveu ações “consistentes” para domar o aumento dos preços.
Ele destacou que, desde janeiro, o Banco Central tem demonstrado “preocupação” com os índices de inflação e a “dispersão dos preços” no país. Na ocasião, lembrou Tombini, a instituição indicou que não compartilhava do entendimento que ainda prevalecia em alguns segmentos de que cortes adicionais das taxas básicas de juros da economia seriam apropriados.
“Em março, o Banco Central reafirmou sua preocupação com o cenário prospectivo da inflação. Além disso, sinalizou que, em um futuro próximo, poderia ocorrer uma resposta da política monetária, ou seja, uma elevação da taxa básica de juros”, disse.
Para o dirigente, “não resta dúvida” de que a comunicação é parte integrante do processo de condução da política monetária.
“As mensagens passadas pelo Banco Central determinam mudanças relevantes nas condições financeiras de um modo geral. Mas ações também foram tomadas. A mais relevante foi o início de um ciclo de ajustes na taxa básica de juros na economia”, observou Tombini.
Diante da plateia de parlamentares, o presidente do BC avaliou que o combate à inflação, entre outros benefícios, contribuirá para fortalecer a confiança de empresários e consumidores na economia brasileira.
Taxa de juros
Indagado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) sobre a política do BC de uso da taxa básica de juros para controlar a inflação, Tombini afirmou que a elevação ou redução da taxa Selic é “um dos instrumentos” à disposição da instituição para controlar os índices inflacionários.
“A taxa de juros é um instrumento, um remédio. O Banco Central não faz isso por uma preferência, mas, se necessário, não se furta de usar esse instrumento de combate à inflação”, respondeu.
Em abril, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, passando a taxa básica de juros de 7,25% para 7,5% ao ano. Ao justificarem a primeira elevação dos juros em quase dois anos, os diretores do banco alegaram que a medida era necessária para neutralizar a escalada da inflação, principalmente, em 2014.
Mesmo sinalizando que o governo poderá recorrer novamente às elevações da Selic para manter a inflação sob controle, Tombini destacou ao senador do Amapá que, atualmente, o Brasil opera taxas de juros muito diferentes das que operava nos últimos anos.
O chefe da autoridade monetária também ressaltou aos congressistas que, ainda que outros segmentos, como o de serviços, tenham apresentado elevação de preços recentemente, a inflação dos alimentos é a que está no “imaginário” da população.
Na leitura de Tombini, isso ocorre porque a inflação sobre os alimentos tem uma repercussão mais forte do que outros itens que compõem o Índice Geral de Preços do Mercado, índice calculado pela Fundação Getúlio Vargas que registra as variações de preços no país.
“A atenção em relação à inflação aumenta quando a pressão vem desse segmento [alimentos], que todos nós temos alguma relação com ele”, ponderou.
Tombini participou de audiência pública na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), na Câmara dos Deputados. No encontro, ele apresentou a deputados e senadores a avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, de crédito e cambial referentes ao segundo semestre do ano passado.

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