quinta-feira, 13 de junho de 2013

Blitz da Lei Seca em Belo Horizonte vai fiscalizar turistas na Copa das Confederações

Corredores de acesso ao Mineirão e locais de comemoração de torcedores serão principais alvos das blitzes na Copa das Confederações, que abordarão também estrangeiros ao volante

Paula Sarapu - Estado de Minas
Publicação: 13/06/2013 06:00 Atualização: 13/06/2013 06:59
Enquanto a bola estiver rolando durante a Copa das Confederações, o time do bafômetro estará escalado para atuar nos corredores de acesso ao Mineirão e em locais com aglomeração de torcedores. As operações da Lei Seca vão abordar inclusive turistas estrangeiros ao volante. Em caso de acidentes, independentemente da gravidade, os motoristas serão submetidos ao teste. A orientação da Polícia Militar é para que todos os torcedores que vão ao estádio aproveitem os ônibus especiais que circularão gratuitamente, peguem táxis ou carona com motoristas que não bebem.
Os hot points do evento, locais onde podem ocorrer maior concentração de torcedores, foram mapeados pela Secretaria de Estado de Defesa Social e apresentados aos órgãos envolvidos na campanha Sou pela vida, dirijo sem bebida, em reunião na terça-feira.Desta vez, o Hipercentro receberá também as operações da Lei Seca por causa da programação do Concentra BH, evento da prefeitura que vai exibir os jogos em telões na Praça da Estação, com muita música. Os bairros com grande número de bares e restaurantes, que têm programação independente da Copa das Confederações, continuam no roteiro das blitzes.

Segundo o comandante do Batalhão de Trânsito de Belo Horizonte, tenente-coronel Roberto Lemos, por causa do isolamento no entorno do Mineirão, haverá reforço no policiamento de motocicletas, que poderão “escoltar” os motoristas embriagados ou quem tentar escapar das blitzes até um ponto da operação.
“A regra continua valendo para a Copa das Confederações: é proibido beber e dirigir”, lembra o comandante, que não está preocupado com a venda de bebida alcoólica no Mineirão. “Os carros não vão poder chegar tão perto, por causa dos pontos de interdição, mas é bom que todos saibam que vamos priorizar os locais de comemoração e o entorno do estádio. O ideal é o torcedor usar o transporte coletivo, dividir a despesa do táxi com amigos ou escolher alguém que não bebe para dirigir.”
As saídas dos ônibus especiais dos Terminais Copa, listados pela BHTrans, começarão quatro horas antes do início das partidas no Mineirão. Não há limite de viagens para atender à demanda dos usuários e o transporte é gratuito. Basta só apresentar o ingresso. Na volta, os torcedores poderão também retornar nesses ônibus, que circulam até duas horas depois do fim dos jogos.
O esquema que fecha toda a rua e distribui policiais de forma que o motorista não possa escapar da blitz, não será realizado nesse período, segundo o delegado. "Não queremos concentrar as ações. Vamos espalhar mais blitzes pela cidade e essa estrutura acaba demandando um número maior de policiais num mesmo ponto. Dessa forma, a fiscalização certamente vai ser maior."
Blitz terá policiais bilíngues
Policiais do Batalhão de Trânsito de Belo Horizonte fizeram cursos de inglês e estão preparados para abordar os turistas estrangeiros que estiverem ao volante. “Nossos policiais, com esse treinamento, já têm boas condições de fazer a abordagem e explicar as leis de trânsito. Haverá também um policial poliglota na nossa central de rádio, que poderá ajudar no caso de qualquer dúvida. Em último caso, apelamos para a mímica”, brincou o comandante do batalhão, tenente-coronel Roberto Lemos.
Em parceria com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, o Detran preparou um plano especial também. Se um estrangeiro se envolver em acidente grave, ele será apresentado imediatamente à Justiça. A ideia é evitar o que aconteceu no caso do motorista francês Olivier Rebellato, que voltou ao seu país antes de responder a um processo. Em abril de 2009, Olivier estava embrigado ao volante e provocou um acidente na Savassi que deixou cinco pessoas feridas – uma em estado vegetativo. Ele não tinha permissão para digirir no Brasil e, como conseguiu autorização para deixar o país, o processo acabou prescrevendo sem que ele fosse julgado.
“Queremos evitar que o estrangeiro seja vítima do nosso trânsito, mas também precisamos exigir que ele cumpra as leis do país. Em caso de acidente grave, fizemos uma parceria para que ele seja logo apresentado, até para que possa pagar multa e para que a Justiça decida se ele pode ou não sair do Brasil. Só não queremos que fique impune, como já aconteceu”, afirma o chefe de Operações Especiais do Detran, delegado Ramon Sandoli.

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