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Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
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Embora não tenha divulgado os números dos sonhos da presidenta Dilma
Rousseff, a pesquisa do Instituto Datafolha do último fim de semana
parece mais palatável ao Palácio do Planalto. A queda da popularidade da
presidenta, segundo constataram, caiu de 65% para 57%, mas o apoio do
eleitorado não migrou para os adversários, que mantêm o mesmo patamar.
Dilma perdeu espaço junto aos próprios simpatizantes que,
decepcionados com algumas atitudes da líder petista por seguir em
direção à direita em seu governo, preferem aguardar um pouco antes de
declarar uma dissidência. É o que sugere a nota de um colunista do
diário conservador carioca O Globo. Ilimar Franco, em nota intitulada No mesmo patamar,
adianta que “os analistas do PT registram, no Datafolha, que as perdas
da presidente Dilma não se transferiram para os candidatos da oposição.
Somados (Aécio, Marina e Eduardo), eles tinham 34% em dezembro, 32% em
março e 36% agora”.
A constatação semelhante chegou o editor do Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães, em recente texto editado:
“Dilma perdeu popularidade entre homens e mulheres, em todas as
regiões do país, em todas as faixas de renda, idade e escolaridade. Como
de costume, a queda foi maior entre os que ganham mais de dez salários
mínimos (queda de 24 pontos), têm ensino superior (16 pontos) e são
moradores da região Sul (13 pontos). Contudo, ocorreu, em maior ou menor
grau, de forma generalizada. A pesquisa relata que a grande motivação
da queda de popularidade da presidente é produto de pessimismo em
relação situação econômica do país. Os pesquisados relataram preocupação
com a inflação e o desemprego, ainda que ambos estejam caindo mês a
mês. O mais incrível é que a própria pesquisa trata de atribuir esse
medo do que não existe ao tal ‘bombardeio de saturação’ da mídia contra o governo“, observa.
Diante da queda nos números de sua popularidade, a presidenta Dilma
passa a apostar agora em um contato mais direto com o eleitor, como
sugere o marqueteiro político João Santana. A agenda presidencial
passará a ter mais espaço para os programas sociais, na agenda de
reformas microeconômicas e mais exposição pública. Ao perceber que as
pesquisas mostraram a deterioração de seu prestígio em todas as faixas
etárias e de renda, o Palácio do Planalto foi palco de solenidade, nesta
quarta-feira, para anunciar linha de crédito de R$ 5 mil aos
participantes do programa Minha Casa Minha Vida.
Dirigido à compra de eletrodomésticos – como fogão, geladeira,
máquina de lavar e TV – e também de móveis para a casa, o financiamento
terá juros de 5% ao ano, subsidiados pela Caixa Econômica Federal, e 48
meses para pagamento. A cerimônia cai feito luva para as mulheres, faixa
do eleitorado em que ela perdeu maior apoio.Nesta quinta-feira, Dilma
vai anunciar investimentos em infraestrutura urbana e equipamentos
sociais na comunidade da Rocinha, no Rio. Depois, entregará o sistema de
controle para grandes eventos na Secretaria de Segurança e assinará
ordem de serviço para obras do veículo leve sobre trilhos (VLT) na zona
portuária.
A um ano e quatro meses das eleições, a presidente foi orientada por
Santana a reforçar as viagens ao Nordeste – onde o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), obtém dois dígitos na pesquisa
Datafolha – e também ao Sudeste, onde ela teve queda mais acentuada.
– Aecinho pode ficar andando de ônibus, mas vai falar sozinho. Dilma
não vai deixar ter inflação – garante o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, numa referência ao programa de TV do PSDB que mostrou Aécio
Neves em um ônibus, criticando a alta de preços.
Primeiro turno
Outro fator que ainda mantém a luz verde acesa no Planalto foi a
pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em
parceria com a MDA Pesquisas, nesta terça-feira. O estudo diz que, se a
eleição presidencial fosse hoje, a presidente Dilma Rousseff venceria no
primeiro turno em dois cenários formados. O levantamento entrevistou
2.010 eleitores no país. Tendo o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), como adversário, Dilma conseguiria 52,8% dos votos. O
senador Aécio Neves (PSDB-MG) aparece em segundo lugar, com 17% da
intenção de voto. Marina Silva (sem partido) vem na terceira posição,
com 12,5%, e Campos só aparece em quarto lugar, com 3,7% das intenções
de voto. Entrevistados que não votariam em nenhum candidato, votariam em
branco ou anulariam voto somam 8,4%. Do total, 5,6% não soube dizer em
quem votariam ou não responderam.
Sem Eduardo Campos no cenário, a vantagem de Dilma se amplia, com
54,2% das intenções de voto. Aécio vem em segundo, com 18%, e Marina
Silva em terceiro, com 13,3% da preferência dos entrevistados. O número
de votos brancos e nulos fica em 8,6%, e 5,9% não souberam dizer em quem
votariam ou preferiram não opinar.
Em cenários virtuais de segundo turno, Dilma também venceria em
todos. A disputa mais acirrada seria com Aécio Neves, com um placar de
58,8% a 22,5% dos votos. Contra Marina Silva (20,4%), a vantagem de
Dilma se ampliaria para 59,7%. Já se o oponente fosse Eduardo Campos,
Dilma venceria com 63,8% dos votos, contra 11,9% do pernambucano.
A pouco mais de um ano e meio do pleito de 2014, 73,1% dos
entrevistados afirmaram não ter candidato para presidente da República.
Em pesquisa espontânea, 23,1% disseram querer ver o PT no comando do
Planalto no próximo mandato. A preferência dos tucanos entre o
eleitorado é de 5,1%; do PMDB, 2,5%, e do PSB, 0,7%. A maioria (41,7%)
não soube ou não quis opinar. Do total, 24% disseram não querer nenhum
partido político na Presidência.
Apesar de o senador Aécio Neves ser o segundo colocado em todas as
pesquisas de intenção de voto, Maria Silva é a segunda pré-candidata
mais conhecida – ela está atrás apenas da presidente Dilma Rousseff.
Entre os participantes do estudo, 40,7% disseram conhecer ou pelo menos
ter ouvido falar de Marina. O percentual de Dilma é de 79,1%. Aécio
Neves, hoje, é conhecido por 38,4% dos entrevistados, e 18,4% afirmaram
conhecer ou ter ouvido falar em Eduardo Campos.
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