quarta-feira, 26 de junho de 2013

Forças de segurança procuram 44 suspeitos de incitar atos de vandalismo

Seis são procurados com mandado de prisão. Líderes serão vigiados

Mateus Parreiras - Estado de Minas
Publicação: 26/06/2013 06:00 Atualização: 26/06/2013 09:06

Segundo a polícia, o grupo Anarquia BH comanda 300 manifestantes, os primeiros a abrir sábado confronto com policiais no acesso ao Mineirão pela Avenida Antônio Carlos (Leandro Couri/EM/DA Press-22/06/2013)
Segundo a polícia, o grupo Anarquia BH comanda 300 manifestantes, os primeiros a abrir sábado confronto com policiais no acesso ao Mineirão pela Avenida Antônio Carlos
Entre os 44 nomes que entraram na mira das forças de segurança pública por incitar ataques a propriedades públicas, particulares e às posições do policiamento na área restrita do Mineirão, na Pampulha, um se destaca e seus líderes podem ser presos a qualquer momento. A informação é de fontes ligadas à segurança da Copa das Confederações em Belo Horizonte e foram confirmadas pela Polícia Militar de Minas Gerais, dando conta de que seis membros de um grupo chamado Anarquia BH articula atos de vandalismo e já têm mandado de prisão decretado. Os ataques chegaram à rede de informática da PM, que foi derrubada por hackers sábado, impedindo o tráfego de informações e acionamento de unidades de segurança e até de resgate. Planos dos manifestantes de partir em protesto de vários pontos também são acompanhados.
Pelos levantamentos de inteligência reunidos desde as manifestações do dia 15, o Anarquia BH chega a comandar até 300 pessoas, fazendo com que depredem equipamentos e propriedades no seu caminho. “Foram os primeiros a partir para confrontação física contra os policiais militares que defendiam a primeira linha da Avenida Antônio Abrahão Caram, tanto na segunda-feira (17) quanto no sábado (22)”, conta uma dessas fontes, que não tem autorização oficial para dar entrevista.
Os relatórios mostram que o grupo é composto por desempregados, punks, estudantes e simpatizantes do movimento anarquista, que prega a ausência de governos e do poder público constituído. “Ao contrário dos adolescentes e jovens que se unem a movimentos desse tipo (anarquistas) por passar por uma fase, esse grupo tem convicções políticas sólidas e o objetivo de desestabilizar a segurança da Copa das Confederações”, disse a fonte, que pediu anonimato. Os informes de segurança dão conta de que os grupos que pretendem ir além dos protestos por melhorias políticas, de transporte, saúde, educação e segurança, partindo para a violência e o vandalismo, atacarão prioritariamente a mobilidade urbana. O objetivo central dos anarquistas, de acordo com esses levantamentos, é impedir ou atrapalhar ao máximo o deslocamento das delegações do Brasil e do Uruguai até o Mineirão.
MOBILIDADE
A participação de manifestantes profissionais e de radicais com ação sindical violenta sugere à polícia que tanto veículos de transporte coletivo quanto particulares estão entre os alvos para bloquear a Avenida Antônio Carlos, o corredor selecionado em princípio para o deslocamento das delegações no caminho até o estádio.
O monitoramento da segurança da Copa sobre essas 44 lideranças, vândalos e criminosos mais perigosos mostra que, para não serem detidos no caminho ao estádio ou desmobilizados numa ação maciça das polícias, a tática a ser adotada será a dispersão das concentrações dos protestos, com partidas simultâneas para tumultuar o trânsito.
Os pontos principais são o Parque Lagoa do Nado (Bairro Itapoã), Rua Conceição do Mato Dentro (Bairro Ouro Preto), Parque Ecológico da Pampulha (Bairro Bandeirantes), Praça Raul Soares e Praça Sete (Centro). Por saber sobre o monitoramento que as forças de segurança fazem em suas postagens pelas redes sociais, muitos organizadores das passeatas, como o Acorda Brasil, 3º Ato e 4º Ato, apagaram suas mensagens dos registros em linhas do tempo e passaram a publicar anonimamente o material alusivo a suas reivindicações e as convocações para mais passeatas.
ADVOGADOS
Na Justiça apareceram mais pedidos de liminares de pessoas que querem se manifestar sem serem presas, mas nenhuma foi deferida, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que é livre a manifestação. Hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) montará plantão na Rua dos Guajajaras para atender advogados acionados em questões de segurança que envolvam as manifestações, para pedidos de habeas corpus e livre exercício da profissão, entre outros.

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