20/06/2013 06:30 - Atualizado em 20/06/2013 06:30
O governador Antonio Anastasia teria aproveitado sua viagem a Brasília,
na terça-feira, para pedir à presidente Dilma Rousseff o envio de
agentes da Força Nacional para reforçar a segurança nos jogos da Copa
das Confederações. Se o fez, demonstrou prudência e sabedoria política,
pois divide com o governo federal a responsabilidade pelo que puder
ocorrer no próximo sábado, dia de mais um jogo da Copa das Confederações
no Mineirão.
O ministro da Justiça, porém, negou que o envio de forças federais a
Minas e a outros estados com jogos marcados tenha relação direta com as
manifestações e já estava programado. De qualquer forma, esse reforço
deve fortalecer a ação da PM mineira contra atos de vandalismo, como os
que ocorreram na noite de terça-feira no centro de Belo Horizonte.
Cardozo disse que as forças federais estão orientadas a agir dentro do
“princípio de proporcionalidade, nunca além do necessário para
manutenção da ordem e da lei”. É assim que deve ser.
O momento é de aprendizado por parte da polícia e dos manifestantes, em
sua maioria, jovens que participam pela primeira vez de grandes atos de
protestos. Talvez seja a própria inexperiência que explique a ausência
de uma pauta definida de reivindicações e a ausência de lideranças
reconhecidas. Explica também o repúdio à participação de políticos e de
seus partidos no movimento. Com o tempo, devem descobrir que, sem
política, não há mudanças.
De qualquer forma, ficará difícil, diante de jovens rebeldes à
política, que algum líder carismático manipule demagogicamente, como se
viu tantas vezes na história, um movimento que se originou da
insatisfação. Não apenas com o preço das passagens de ônibus, mas com
todos os poderes da República, como revelado pela última pesquisa
Datafolha realizada na capital paulista, onde a mobilização começou.
Entre os 805 paulistanos entrevistados, 44% disseram que os partidos
políticos não têm nenhum prestígio.
É significativo que entre a primeira pesquisa, realizada quinta-feira
da semana passada, e esta última, a parcela dos paulistanos que apoiam
as manifestações subiu de 55% para 77%. Essa escalada pode ter
consequências mais sérias, como pode se arrefecer com a redução das
tarifas de ônibus e com o cansaço dos manifestantes.
E essa redução é possível, com as desonerações fiscais concedidas pelo
governo federal para o transporte público e outras que poderão vir dos
governos estaduais e das prefeituras.
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