A informação capaz de provocar mais irritação nos brasileiros ainda não foi viralizada - imagina quando for.
Pesquisa Datafolha
publicada hoje revela a queda expressiva do prestígio das instituições
entre os paulistanos - o que certamente revela, em maior ou menor grau,
uma tendência nacional.
Claro que pelo menos parte desse baixo prestígio está por trás das
manifestações que param as cidades. Há um incômodo generalizado com a
qualidade dos serviços oferecidos pelos governos, afinal, no geral, o
cidadão é vandalizado.
Muitos estão espantados e perplexos com tanta gente saindo na rua. Nada
disso deveria espantar, democracia significa mais gente informada,
atenta e articulada.
Poucos ainda sabem que, por ano, trabalhamos cinco meses por ano apenas
para manter o governo e todos os seus desperdícios - um estádio em
Brasília por R$ 1,4 bilhão.
Quanto empregos deixam de ser gerados porque os empresários são
sufocados por tantos impostos e burocracia? Quanto o país deixa de
crescer por causa dos gastos gigantescos com o funcionalismo público e
poucos investimentos? Quanto perdemos em melhorias sociais por causa da
incapacidade de os governos trabalharem em rede e com foco, otimizando
os recursos?
Como sempre digo aqui, fala-se muito em corrupção. Mas não se tem ideia do tamanho do desperdício.
O dia em que cada cidadão tiver em mente ( e no coração) que fica
trabalhando esses cinco meses por ano para ter serviços ruins, em meio a
tanto desperdício, a irritação vai ser muito maior do que vemos hoje.
Mas é só uma questão de tempo.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário