Policiais do Comando de Operações Especiais (Cope) escoltam ônibus com detentos
Um plano de ataque contra policiais
civis, militares e agentes penitenciários, elaborado pelo Primeiro
Comando da Capital (PCC), seria o motivo da transferência de 26 presos
da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (RMBH). Ontem, a reportagem
do Hoje em Dia registrou o comboio que escoltou os detentos ao
aeroporto da Pampulha, de onde teriam partido em voo fretado para o Mato
Grosso.
A medida contradiz a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds),
que, durante crimes do PCC em São Paulo e no Sul do país, no ano
passado, descartou a atuação da facção em Minas. Segundo um agente
penitenciário, que pediu para não ser identificado, o plano de ataque,
previsto para este mês, foi descoberto por meio de escutas telefônicas
da Polícia Civil, realizadas durante seis meses.
De acordo com o agente, os presos do PCC davam ordens, via celular, a
criminosos do lado de fora da Nelson Hungria. No início do ano, o
Estado investiu R$ 1,2 milhão em equipamentos para bloquear o sinal de
telefones.
Ainda conforme o agente, o plano
incluiria também promover rebeliões em presídios mineiros. Primeiro, os
detentos foram levados ao Ceresp São Cristóvão, na região Noroeste de
BH, desativado em 30 de maio por problemas de infraestrutura. De lá,
seguiram para o aeroporto sob forte esquema de segurança.
Além dos 26 presos da Nelson Hungria, outros 15 foram transferidos
entre presídios de Uberaba (Triângulo) e Francisco Sá (Norte).
ROTINA
Em nota, a Seds informou que a movimentação de detentos faz parte “da
rotina diária de todas as unidades” e que a transferência de ontem foi
motivada por “questão de segurança”. O órgão não confirmou as intenções
do PCC, mas também não desmentiu. O bloqueador da Nelson Hungria,
informou a secretaria, está previsto para ser instalado no segundo
semestre.
TENTATIVAS
Não é a primeira vez que o PCC faz planos de ataque em Minas. Em maio
de 2011, a polícia descobriu que a facção pretendia explodir quatro
viadutos em Belo Horizonte, para isolar a capital e implantar o caos no
Estado. Assassinatos também estavam programados.
Em novembro último, uma carta encontrada pelas autoridades chamava os membros da facção para uma série de ataques.
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