segunda-feira, 17 de junho de 2013

Polícia Militar dará coletiva de imprensa sobre atuação da corporação durante protestos em BH

Tabata Martins - Hoje em Dia


Walace Graciano/Hoje em Dia
Nova manifestação na Praça 7
Após marcha até a Pampulha, manifestantes voltaram para a Praça 7

Após ser acusada de agir com extrema violência e de infringir regras, a Polícia Militar irá conceder coletiva de imprensa sobre a atuação de integrantes da corporação durante os protestos que foram realizados em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (17).
Em meio à confusão que marcou as manifestações motivadas pela luta em prol da redução do preço das passagens de ônibus em todo o Brasil, entre outras reivindicações, várias acusações contra a PM foram feitas pelos manifestantes e jornalistas que cobriram os atos.
Segundo denúncias ouvidas pelos profissionais da imprensa, os policiais militares, principalmente, lotados no Batalhão de Choque, agiram com violência extremamente desnecessária e ainda teriam infringido regras. Ainda de acordo com os denunciantes, a todo momento, os policiais "partiram para cima deles", impediram o acesso a certos locais e ainda fizeram revistas não permitidas.
Além disso, durante o protesto, que começou na Praça 7, no centro da capital mineira, manifestantes foram barrados pelos policiais por três vezes e, durante esses momentos, vários tiros de borracha foram disparados contra os protestantes. Bombas de gás lacrimogênio também foram lançadas na direção da multidão, que gritava a todo momento que não queria violência. Em meio à essa confusão, algumas pessoas, entre elas manifestantes, professores e jornalistas, ficaram feridas.
Entre as vítimas, está um jovem de 18 anos, que caiu do Viaduto José de Alencar, após o grupo ter sido encurralado. Gustavo Magalhães Justino foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e levado para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova. O jovem não corre risco de morte, e de acordo com a Polícia Militar, não participou da manifestação e foi empurrado pelos participantes do protesto. Pouco tempo depois, uma mulher também caiu de uma trincheira, localizada na avenida Antônio Carlos, e também foi amparada por agentes do Samu.
Ainda durante o confronto entre protestantes e militares, alguns manifestantes chegaram a jogar pedras contra os policiais, que revidaram com mais bombas e balas de borracha. Uma densa fumaça tomou conta da região da Pampulha, onde, nesta segunda, foi realizado o jogo entre Taiti e Nigéria, no Mineirão. A partida marcou a estreia de Belo Horizonte na Copa das Confederações.
Presente nos protestos em Belo Horizonte, o estudante Guilherme Ribeiro, de 19 anos, afirmou que os movimentos realizados são apartidários e que não são apenas pelo passe livre, mas também contra a PEC 37 e outros movimentos. "Sinto que estou fazendo história, vendo o povo sendo mobilizado. Os manifestantes cantam, gritam palavras de ordem em ação pacífica na Praça 7. Ao saber sobre a invasão do Congresso, em Brasília, Guilherme disse que o Congresso não não foi invadido, mas devolvido ao povo.
Versão da polícia
Em contato com o major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, a reportagem do Hoje em Dia foi informada que, em momento algum, os policiais agiram com violência desnecessária e que a polícia foi obrigada a conter a multidão. "A confusão ocorreu apenas depois que o grupo de manifestantes invadiu uma das portarias da UFMG e, de forma violenta, agrediu um porteiro da instituição", afirma o major.
Ainda de acordo com Gilmar Luciano dos Santos, assim que os policiais tentaram conter os protestantes, eles também foram agredidos. No entanto, a versão da polícia foi negada por jornalistas que estavam no local na hora do ocorrido. 
Questionado sobre a versão presenciada pela imprensa, o major garantiu que, nesta terça-feira (18), quando as imagens das câmeras de segurança da UFMG, de bancos e lojas que tiveram os vidros quebrados no confronto forem divulgadas, todos terão certeza de que a polícia agiu em legítima defesa.

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