Anistia Internacional condena violência, repressão policial e prisão de jornalistas
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 14/06/2013 01:19 Atualização: 14/06/2013 07:30
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 14/06/2013 01:19 Atualização: 14/06/2013 07:30
Milhares de pessoas protestaram nesta
quinta-feira, no Rio de Janeiro e em São Paulo, contra o aumento das
passagens dos ônibus urbanos, enfrentando a polícia militar nas duas
cidades.
Em São Paulo, mais de 5 mil manifestantes ocuparam o
coração da cidade, no quarto protesto contra a elevação dos preços das
passagens de ônibus, trem e metrô.
A polícia militar agiu com
extremo rigor para dispersar os manifestantes na Avenida Paulista,
disparando balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
Segundo
a polícia, 160 pessoas foram detidas. A imprensa paulista informou 55
feridos. A Folha de São Paulo revelou que sete de seus jornalistas foram
feridos, incluindo dois atingidos no rosto por balas de borracha.
"Queremos acabar com o aumento e também
passe grátis (nos transportes) para todos", disse à AFP a estudante
Aline Bailo, de 23 anos.
O prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad, afirmou que o aumento será mantido e destacou que o reajuste foi
"bastante inferior à inflação".
"Depredação, violência e
obstrução das vias públicas não são aceitáveis. O governo de São Paulo
não vai tolerar vandalismo", disse o governador Geraldo Alckmin.
No Rio de Janeiro, ao menos 2 mil pessoas protestaram contra o aumento das passagens de ônibus bloqueando a Avenida Rio Branco.
Gritando
palavras de ordem como "o Rio vai parar se a passagem não baixar", os
manifestantes exigiram a suspensão do aumento das tarifas nos
transportes coletivos. No dia 1º de junho, a passagem de ônibus subiu de
R$ 2,75 para R$ 2,95.
"Não aguentamos mais essa sucessão de
aumentos, enquanto gasta-se bilhões com a Copa do Mundo", disse a
estudante Halux Maranhão, que segurava uma rosa branca.
O ator
Gabriel Garcia, de 29 anos, disse que, apesar de a manifestação provocar
transtornos à população, é um mal necessário: "quero viver numa cidade
melhor, que respeita seus cidadãos".
A manifestação, que começou
de forma pacífica, degenerou em violência após grupos queimarem latas de
lixo e a polícia utilizar bombas de efeito moral para dispersá-los.
Um
jovem manifestante recebeu uma pedrada na cabeça e um policial foi
ferido, segundo a TV local. A Anistia Internacional (AI) manifestou sua
preocupação com a violência, a repressão policial e a prisão de
jornalistas.
"Observamos com preocupação o aumento da violência
na repressão aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus no
Rio de Janeiro e em São Paulo", disse a AI em um comunicado.
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