terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Editorial: Ataques e contra-ataque às estratégias do governo Dilma

31/12/2013 07:25 - Atualizado em 31/12/2013 07:25

Ataques e contra-ataque

Hoje em Dia



Em três anos de governo, a presidente Dilma Rousseff fez 17 pronunciamentos em rede nacional de rádio e televisão. Em dois mandatos de Lula, foram 21. É uma forma de responder às críticas transmitidas, diariamente, pelos mesmos veículos de comunicação de massa, aos quais se somam os grandes jornais. A eficácia dessa estratégia dos que estão a disputar o poder será conhecida em outubro, nas urnas eleitorais. 
O último pronunciamento seria uma resposta ao editorial do maior jornal do país em circulação, não fosse o fato de a fala de Dilma ter sido gravada anteriormente à publicação, no último domingo, do editorial – que sustenta: o governo, pressionado pelos próprios fracassos e pelo descrédito internacional, rendeu-se às críticas de que sua política econômica conduziria o país a uma crise grave. 
No pronunciamento, Dilma diz que o governo teve uma ação firme: atuou nos gastos para garantir o equilíbrio fiscal, na redução de impostos e na diminuição da conta de luz. “Nesses últimos casos, enfrentando duras críticas daqueles que não se preocupam com o bolso da população brasileira”, criticou a presidente.
Ela reconheceu que sempre haverá algo por corrigir na economia para conciliar o justo interesse da população e das classes trabalhadoras e os interesses dos setores produtivos, mas “nada nos fará sair desse rumo, como também nada fará mudar nosso rumo na luta em favor de mais distribuição de renda, diminuição da desigualdade pelo fim da miséria e em defesa das minorias”. Segundo Dilma, é muito ruim instilar a desconfiança injustificada. “A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas”, advertiu. 
O ex-ministro da Fazenda Bresser-Pereira, que escreve no Hoje em Dia, comentou ontem, na internet, o editorial e o pronunciamento. Voltou a defender a política macroeconômica do governo Dilma e sua política industrial. Mas admitiu que a redução da taxa de juros e a depreciação do real não resultaram em aumento dos investimentos e em crescimento da economia. Na sua avaliação, a desvalorização cambial, em 20%, não foi o bastante para tornar a indústria brasileira competitiva. 
Faltou coragem ao governo para pagar o custo de curto prazo da desvalorização, até o ponto de equilíbrio, que seria de R$ 3,00 por dólar. Na opinião de Bresser-Pereira, a sociedade brasileira precisa compreender que taxa de câmbio equilibrada é condição para que as empresas invistam e o país cresça com força. 
E os que acreditam que o governo foi vencido na batalha do câmbio apreciado e dos juros altos podem estar cantando uma vitória de Pirro, porque abre o caminho para a crise do balanço de pagamentos. “Não acredito que a presidente Dilma Rousseff se dê por vencida. Teremos novos rounds pela frente”, conclui o ex-ministro.
 
É esperar para ver.

Estado e União não se entendem e enchentes assolam Minas Gerais

31/12/2013 07:21 - Atualizado em 31/12/2013 07:21

Iêva Tatiana e Alessandra Mendes - Hoje em Dia



Ricardo Bastos/Hoje em Dia
Estado e União não se entendem e enchentes assolam Minas Gerais
Virgolândia é o município de Minas mais atingido pelos temporais dos últimos dias
Os governos de Minas Gerais e federal transferem responsabilidade um ao outro quanto à demora na execução de obras de prevenção dos estragos causados todos os anos pelas chuvas nos municípios.
Na última segunda-feira (30), o governador Antonio Anastasia voltou a criticar o que chama de burocracia da União para a liberação das verbas solicitadas. Em resposta, o Ministério das Cidades informou que a pasta e a Caixa Econômica Federal apenas cumprem o que exige a Lei de Licitações (8.666/93).
“A partir da aprovação do projeto, encaminhamos a documentação à Caixa Econômica Federal, que analisa e autoriza o contrato de empréstimo, o que leva até um ano e meio. A burocracia que vem da aprovação do crédito é lenta. Quando o recurso é efetivamente liberado, temos que licitar o projeto e, depois, a obra. É um procedimento que, de fato, leva mais de dois anos, segundo as regras que temos hoje no Brasil”, afirmou o governador.
Segundo Antonio Anastasia, os quase R$ 800 milhões de investimentos para Minas autorizados pelo governo federal no início de 2012 para projetos preventivos ainda não foram aplicados por causa da morosidade do processo para a liberação.
O Ministério das Cidades retruca a alegação do governador e afirma, por meio de nota, que “no caso das obras de prevenção em Minas Gerais, a informação disponível no ministério é a de que o governo do Estado está concluindo os projetos de engenharia para publicação do edital de licitação”.
“Não é possível executar obras sem projetos de engenharia qualificados e capazes de resolver os problemas urbanos a que se destinam”, diz a nota
Municípios ignoram programa de ajuda
Sem planejamento e ignorando ferramentas disponibilizadas pelo governo federal, municípios mineiros mostram-se despreparados para lidar com situações emergenciais provocadas pelas chuvas.
Das 51 cidades que já decretaram situação de emergência, por exemplo, apenas 12 contam com o Cartão de Pagamento de Defesa Civil (CPDC), criado há dois anos para facilitar o acesso das prefeituras aos recursos federais destinados ao enfrentamento das chuvas e da seca.
Em todo o Estado, somente 41 dos 853 municípios possuem o CPDC – 11 deles recém-adquiridos. O número fica abaixo até do menor índice de cidades que decretaram situação de emergência nos últimos quatro anos (em 2009/10, foram 65; em 2011/12, 239; em 2012/13, 43).
Segundo o chefe do Gabinete Militar do Governo e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Luis Carlos Dias Martins, sem o cartão, algumas das cidades mais prejudicadas por deslizamentos de terra, inundações e alagamentos ficam impossibilitadas de receber repasses para limpeza, desobs-trução de vias e compra de materiais.
“Em 2011, quando a situação estava crítica em Ubá (Zona da Mata), chamamos outros 40 municípios para receber orientações sobre como adquirir o cartão. Alguns deles encaminharam a documentação, mas nem todos percebem a importância desse instrumento, porque cultural e historicamente nunca passaram por esse tipo de situação”, disse.

O Brasil acumula cerca de 160 protestos policiais nos últimos dez anos…



Por SABINA FREDERIC

A pergunta é: por que não permitir que policiais tenham seus direitos trabalhistas reconhecidos?

Um rastro de protestos de policiais em 20 entre 23 províncias deixou governantes e cidadãos argentinos em alerta recentemente. Ainda não se dissipara a recordação de três outros aquartelamentos durante este ano e do conflito intenso protagonizado pela gendarmaria em 2012.
Essa recorrência traz à tona um dos paradoxos das democracias na América Latina. A escalada da insegurança fez aumentarem o peso e as dimensões das instituições policiais na região. Além disso, cresceu a pressão pública por mais eficiência e profissionalismo policial, com respeito absoluto pelos direitos humanos dos cidadãos.
Enquanto isso, continuam a ser negados direitos como o da sindicalização, sem que existam mecanismos que garantam condições de bem-estar e remuneração.
O Brasil acumula cerca de 160 protestos policiais nos últimos dez anos. Países como Honduras e Equador sofreram protestos policiais que derivaram em conspirações contra o Estado de Direito.
A situação contrasta nitidamente com a da América do Norte e da União Europeia, cujas polícias têm o direito de sindicalização sem greves e costumam manifestar-se publicamente. Em nossa região, apenas o Uruguai tem sindicato policial reconhecido.
A pergunta é: por que não permitir que policiais tenham seus direitos trabalhistas reconhecidos? Nós, que há muitos anos realizamos trabalho de campo etnográfico entre policiais, sabemos que o argumento contrário à concessão de tais direitos vem da negação da condição de trabalhador aos policiais, justificada por uma essência do “ser policial”, que seria alheia à dignidade do “trabalho”.
Essa visão costuma rejeitar a pergunta de como as lógicas sociais, políticas e jurídicas os atravessam e recusar a questão de como clivagens geracionais, de gênero e de classe são alguns dos princípios que regulam as tarefas que cabem à polícia.
Hoje, temos instituições policiais com alta proporção de jovens socializados numa era de expansão dos direitos dos cidadãos e protestos por sua ampliação. Por que eles deveriam evitar tomar a palavra ou resistir a certas microextorsões que, na ausência de canais paralelos de reivindicação, alimentam a cadeia de comando e o funcionamento crucial das polícias?
Acreditamos que o debate sobre sua condução democrática deva começar com a ampliação do olhar para essas outras realidades, cujo conhecimento é necessário para qualquer reforma viável.
SABINA FREDERIC é professora e pesquisadora da Universidade Nacional de Quilmes e do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Nova TV de 110 polegadas da Samsung chega à Coreia do Sul por 350.000 reais

Eletrônicos

Modelo é o mais caro já lançado pela fabricante e tem resolução quatro vezes superior à das TVs Full HD à venda no mercado

Divulgação
Nova TV de 110 polegadas ocupa espaço equivalente a 2,6 metros de largura por 1,8 metro de altura (Divulgação)
A Samsung iniciou nesta segunda-feira a venda de sua primeira TV com tela de 110 polegadas na Coreia do Sul. O produto tem painel feito com a tecnologia OLED (diodo emissor de luz orgânico, na sigla em inglês), mais avançado que os modelos de LCD e LED. A resolução da tela é Ultra HD ou 4K (5.120 x 2.160 linhas), equivalente a quatro vezes a oferecida pelas atuais TVs com resolução Full HD.
O preço do novo modelo, porém, surpreendeu o mercado. A nova TV chega às lojas com preço de cerca de 160 milhões de won (cerca de 350.000 reais) na Coreia do Sul. O produto ainda não tem data para chegar às lojas de outros países, mas será um dos destaques da Samsung durante a Consumer Electronics Show (CES), feira de tecnologia realizada entre 7 e 10 de janeiro de 2014, em Las Vegas (EUA).
O valor da nova TV supera os preços de todos os modelos já lançados até hoje pelas grandes fabricantes. No Brasil, é possível encontrar modelos de TV com tela de até 84 polegadas e preço que varia entre 40.000 reais e 100.000 reais. Outras TVs com preço alto incluem o modelo de tela curva da LG, com tela de 55 polegadas e resolução Full HD, vendida no país com preço de 36.000 reais.
Além de exibir a nova TV de 110 polegadas, a Samsung deve anunciar durante a CES um novo modelo de TV com tela curva de 105 polegadas. Este aparelho, no entanto, terá painel feito de LCD, mas também suportará a exibição de imagens com resolução Ultra HD. A TV de 105 polegadas, no entanto, ainda não tem data para chegar às lojas.
Mercado – De acordo com a consultoria NPD DisplaySearch, as vendas globais de TVs com resolução Ultra HD devem fechar 2013 em 1,3 milhão de unidades. Em 2017, 23 milhões de TVs com suporte à tecnologia devem ser vendidas. Com um mercado potencial maior na Ásia em curto prazo, as fabricantes chinesas deverão responder por metade de todas as vendas até 2017.
(Com agência Associated Press)
http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/nova-tv-de-110-polegadas-da-samsung-chega-a-coreia-do-sul-por-350000-reais

Dilma troca as jurássicas lanchas da Marinha por uma chiquérrima, que foi apreendida pela Receita Federal do Brasil

Geraldo Vilalvahttp://www.bahianegocios.com.br/coluna-geraldo-vilalva/dilma-troca-as-jurassicas-lanchas-da-marinha-por-uma-chiquerrima-que-foi-apreendida-pela-receita-federal-do-brasil/
O passeio na velha lancha no Carnaval de 2012…

e no Réeveillon de 2013, com Wagner, na rainha dos mares

Quando foi publicada a foto da presidente Dilma Rousseff e o governador Jaques Wagner singrando as tépidas águas da Baía de Todos os Santos durante suas últimas férias na Praia de Inema, despertou a curiosidade a portentosa embarcação, de nome Amazônia Azul, na ocasião citada como sendo propriedade da Marinha. Desconfiado e com a pulga atrás da orelha, o colunista Claudio Humberto acabou desvendando o segredo agora revelado em seu blog:
“Lancha apreendida - A Marinha esconde o jogo, mas a lancha “Amazônia Azul” usada por Dilma na Bahia, foi apreendida pela Receita Federal de um contribuinte relapso. A presidência da República requisitou a belezura de 56 pés,  R$ 6 milhões, para uso de madame, e a manteve descaracterizada”.
No ano passado, em plena terça feira de Carnaval, na mesma casa da Base Naval de Aratu, a presidente saiu para passear por volta das 6h15 e retornou ao meio-dia, mas utilizou a conhecida lancha cinzas com números e nome da Marinha do Brasil. Assim, ficou antiético para duas autoridades – uma presidente e um governador – usar uma embarcação que ainda não pertence ao Governo, pois sua propriedade está contestada por causa dos impostos não pagos quando de sua compra.

Apesar da beleza, delegada Karen Lopes mete medo nos corruptos das prefeituras mineiras

A loira de 26 anos já conseguiu indiciar onze pessoas frente de um núcleo de combate à corrupção no interior do Estado

por Glória Tupinambás | 01 de Janeiro de 2014
http://vejabh.abril.com.br/edicoes/apesar-beleza-delegada-karen-lopes-mete-medo-corruptos-prefeituras-mineiras-764197.shtml
Fotos Gustavo Andrade/Odin

De sandálias rasteirinhas, Karen de Paula Lopes conquistou seu primeiro emprego, há três anos, como vendedora de chope nas areias da Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte. Com botas pesadas no pé, ela hoje escala paredões de rocha, pilota uma moto Kawasaki Ninja 250 cilindradas pelas estradas, disputa provas de motocross, faz trilhas num Mitsubishi Pajero TR4 e agarra o kitesurf — mistura de prancha com paraquedas — para curtir as ondas do mar. E é em cima de um poderoso salto alto de 14 centímetros que demonstra sua coragem e pulso firme como delegada. Formada em direito em 2009, a belo-horizontina, de 26 anos, foi aprovada em um concurso da Academia de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Acadepol), em outubro de 2012, e há cinco meses está à frente do Núcleo de Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais da Polícia Civil. Sob sua mira ficam prefeitos, vereadores e funcionários públicos envolvidos em casos de corrupção no interior de Minas. A loira de cabelos longos e rosto delicado foi responsável pela abertura de 29 inquéritos que resultaram no indiciamento de onze pessoas por suspeita de desvio e mau uso do dinheiro público.
Karen tem uma atribulada rotina, que envolve diligências ao interior, interrogatórios, quebras de sigilos bancário e telefônico, além da análise de documentos. Cercada por sua enxuta equipe de agentes da Polícia Civil, ela atua em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais e a Procuradoria Geral de Justiça para apurar denúncias de fraude nas prefeituras mineiras. O trabalho do núcleo já fez chegar aos tribunais casos de suspeita de corrupção das cidades de Viçosa, na Zona da Mata, e Alvinópolis e Biquinhas, na região central. “As investigações no interior ficaram mais ágeis, e temos conseguido fazer uma análise mais abrangente da criminalidade no Estado”, diz Karen. Segundo ela, já foi constatada, por exemplo, a existência de organizações criminosas que atuam com a conivência de diversas prefeituras. “Há um grupo de empresas especializadas em fraudar licitações, que sobrevive exclusivamente do mau uso do dinheiro público.”
Entre uma investigação e outra, Karen ainda atua em operações especiais da Polícia Civil e, quando convocada, vai às ruas coordenar a prisão de homicidas, traficantes, ladrões e outros criminosos. Sempre com uma arma a tiracolo — a pesada pistola calibre 40 da corporação ou o modelo compacto calibre 380 de uso pessoal —, Karen tem cara de brava. “Sempre fui respeitada no meu trabalho, mas já cansei de ouvir, no fim de uma ação, que sou muito novinha”, conta a delegada, que não abre mão de sua feminilidade por causa do ofício. Jamais sai de casa sem caprichar na maquiagem e conferir a combinação de brincos, colares e acessórios do figurino. O salto altíssimo é companheiro fiel no dia a dia da policial, de 1,54 (e meio, como faz questão de frisar) metro de altura.
Para escapar do rótulo de patricinha, ela costuma listar suas paixões radicais. Durante a semana, depois do expediente na delegacia no bairro Santo Agostinho, ela se divide entre pedaladas noturnas, corridas de rua e treinamento de escaladas. Nas folgas, refugia-se no mato ou no litoral. “Meu lugar é longe da selva de pedras”, diz Karen, que adora fazer trilhas, cavalgadas, rapel em cachoeiras e paredões, surfe e passeios de mochilão pela América do Sul. “Não gosto de ostentação e costumo viajar pegando carona em rotas de aventureiros”, conta. “Fiz isso de Santiago, no Chile, até a Terra do Fogo, em Ushuaia, na Argentina.”
A adrenalina é o que a move no esporte e também na profissão. Filha de uma juíza, Karen diz que escolheu seguir carreira na polícia porque buscava a falta de rotina. “Correr atrás de provas me instiga muito, e gosto de saber que sempre haverá um desafio pela frente”, explica. O grande sonho de sua vida é conhecer o mundo inteiro só com uma mochila nas costas. Casar e ter filhos é coisa que, pelo menos por enquanto, não está nos seus planos. “Não tenho na­­morado e ainda não penso em formar fa­­mília, pois não disponho de tempo para isso.” Ela prefere a companhia da “Ninjinha”, co­­­­­mo se refere à sua Kawasaki.

Na mira da loira

Desde julho, 29 inquéritos foram abertos por ela. Confira alguns casos

Em Viçosa, na Zona da Mata, a 246 quilômetros de BH, fraudes na licitação para o projeto de uma usina de resíduos sólidos levaram ao indiciamento do prefeito e de outros cinco servidores.

A 163 quilômetros de BH, em Alvinópolis, quatro políticos foram indiciados, entre eles o prefeito, por transplante de peças de carros oficiais em veículos particulares e desvio de recursos.

O uso de tratores da prefeitura de Biquinhas, a 276 quilômetros da capital, em terrenos particulares de outros municípios culminou com o indiciamento de um secretário municipal por prevaricação.
Provas de fogo

As aventuras preferidas da policial em seus momentos de folga

› Rapel nas cachoeiras da Serra do Cipó e nas matas de Itabirito.
› Kitesurf em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.
› Trilhas rurais e disputas de rali a bordo de um jipe 4 x 4.
› Passeios em alta velocidade nas estradas com sua Kawasaki Ninja.
› Escalada de paredões de rocha na Grande BH.
› Corridas de rua e pedaladas noturnas para aliviar o stress depois do expediente, nos dias de semana.
› Provas de motocross, ao lado do pai, numa moto Suzuki Srad de 750 cilindradas.

Conflito no Amazonas retoma tensão de 125 anos atrás

30/12/2013 08:45 - Atualizado em 30/12/2013 08:45

José Maria Tomazela, enviado especial a Humaitá (AM)



Justiça determina que União garanta segurança a índios no Amazonas

Os 45 mil moradores de Humaitá, em plena selva amazônica, estão em guerra declarada contra os índios. Nessa cidade a 675 quilômetros ao sul de Manaus, a presença ostensiva de 500 homens do Exército, da Força Nacional e da Polícia Federal na região, desde sábado, 28, tem evitado novas violências, mas não serenou os ânimos. Desde o Natal, quando pelo menos 2 mil pessoas, revoltadas com o desaparecimento de três moradores na reserva, incendiaram a sede da Funai, a Casa de Saúde do Índio, veículos e um grande barco usado para atender a essa população, os indígenas foram banidos da cidade.
O conflito atual expõe um clima de tensão já vivido 125 anos atrás. No final do século 19, a Freguesia de Humaitá era alvo frequente de ataques de índios e os moradores decidiram mudá-la para o local atual. O tempo arrefeceu os ânimos. Até semanas atrás, os 1.446 integrantes das etnias tenharim, parintintin e mura, que habitam a Terra Indígena Tenharim Marmelos, eram presença constante em lojas, restaurantes, praças e locais de diversão de Humaitá. Apareciam de carro ou moto, faziam compras, iam a restaurantes e lanchonetes. Desde os incidentes, em que também os pedágios dos índios na Transamazônica foram queimados, não se vê um índio pelas ruas. Eles estão acuados nas matas da reserva, enquanto um grupo de 140 indígenas permanece asilado no 54º Batalhão de Infantaria de Selva de Humaitá.
No domingo, 29, à tarde, a Justiça Federal, atendendo a pedido do Ministério Público Federal, determinou que "a União e a Funai" adotem "medidas de segurança, no prazo de 24 horas", para proteger as áreas indígenas. Na prática, as forças de segurança já estão agindo. No comando da 17ª Brigada de Porto Velho, o general Ubiratan Poty diz que "não há um conflito étnico" entre brancos e índios na cidade, mas admite que o desaparecimento das três pessoas "gerou uma reação" que já foi controlada e "tudo tende a voltar ao normal." A Polícia Federal e a Força Nacional estão rastreando a floresta com helicópteros e cães farejadores em busca dos desaparecidos, sem resultados.
O delegado da PF Alexandre Alves, que dirige as investigações, disse que os trabalhos vão continuar até tudo ser esclarecido. "Além do aparato que temos na área, trabalhamos com o serviço de inteligência." A população, no entanto, não faz concessões. "Enquanto não houver uma resposta para o que aconteceu lá, é melhor que os índios não apareçam por aqui", diz o garçom Edemilton Silva Palheta, de 27 anos.
'Seres humanos'
A funcionária pública Marlene Souza conta que muitos índios estão integrados na vida da cidade. "Temos índio aqui que é professor, a gente os respeita como seres humanos, mas como podemos confiar neles depois do que aconteceu? Revoltada, a população é capaz de tudo", alertou. O almoxarife Edvan Fernandes Fritz, de 29 anos, admite que não gosta dos índios. "Eles vêm à cidade, enchem a cara, fazem baderna e fica por isso. Agora que o povo reagiu, eles pegaram o peco (fugiram)", disse. "Índio é protegido pelo governo que nem bicho, então tem de ficar no mato, não tem que viver em dois mundos, no nosso e no deles." Segundo Fritz, o desaparecimento dos três amigos foi o estopim. "O cacique deles caiu da moto porque era um pé inchado (bêbado)."
Para o madeireiro Elias Trepak, de 60 anos, a cobrança de pedágio pelos índios, na Transamazônica, está na raiz do problema. "Temos dois Brasis: um, esse em que a gente vive; o outro, um Brasilzinho que o governo reservou para os índios." Segundo ele, há mais de seis anos os índios controlam a Transamazônica nos 140 quilômetros da reserva e não se faz nada.
As marcas da revolta ainda estão espalhadas pela cidade. Da sede da Funai e da Casa de Saúde do Índio só ficaram escombros. A dona de casa Wilma Oliveira da Paixão, de 24 anos, viu quando a multidão chegou, tombou e incendiou uma viatura e começou a depredar o prédio. "Logo alguém jogou uma bola de fogo, aí começaram a incendiar tudo." A carcaça da viatura continua na rua e o barco afundou no Rio Madeira, após o incêndio.
Solução
A assessoria do prefeito de Humaitá, José Cidinei Lobo do Nascimento (PMDB), acredita que o conflito só acaba com o esclarecimento da morte do cacique Ivan Tenharim e do desaparecimento dos três civis.
Procurado, o cacique Ivanildo Tenharim, que acompanha os índios no Batalhão do Exército, disse que não estava em condições de falar com a imprensa. Um índio que está escondido na casa de uma amiga, na cidade, e que se identificou como Damasceno, disse que os indígenas na reserva estão sem energia e passam privações. Segundo ele, a receita do pedágio é fonte de recursos para as famílias indígenas, que não podem explorar a floresta e recebem do governo federal um auxílio insuficiente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja o que muda ou pode mudar na vida do brasileiro a partir de 2014

30/12/2013 06h22 - Atualizado em 30/12/2013 10h24

Salário mínimo aumentou, e mais brasileiros vão pagar Imposto de Renda.
Viagem ao exterior, carros e móveis ficam mais caros; ônibus pode ficar.

Do G1, em São Paulo
Arte G1 (Foto: Divulgação -- Arquivo Pessoal/Raphaela Gomes -- Reprodução Globo News -- Luiz Claudio Barbosa/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O salário mínimo vai passar de R$ 678 para R$ 724 a partir de janeiro, um reajuste de 6,78%, comemorou a presidente Dilma Rousseff em seu Twitter. Leia mais

Como o salário aumentou, e a tabela do IR não acompanhou na mesma proporção, mais brasileiros vão pagar imposto em 2014. Leia mais

A viagem do brasileiro no exterior também fica mais cara, com aumento no IOF para saques fora do país e cartões pré-pagos. Leia mais
O imposto sobre os automóveis aumentou em dezembro, e o consumidor começa a sentir os efeitos em janeiro. Leia mais

A alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis e painéis também aumenta em janeiro. Leia mais


O governo voltou atrás e manteve para 2014 a obrigatoriedade de freios ABS e airbag para carros novos. Leia mais

Os planos de saúde terão de cobrir exames para 29 doenças genéticas. Leia mais

Os planos de saúde no Brasil também terão de cobrir o custo de 37 medicamentos orais contra o câncer a partir de 2 de janeiro. Leia mais
O Sistema Único de Saúde vai oferecer vacina contra HPV para meninas de 11 a 13 anos a partir de março. Leia mais


Em São Paulo, agora é obrigatória a cota em concursos públicos para negros. No país, ainda depende de uma lei federal. Leia mais

A velocidade mínima da banda larga vai passar a ser de 80% na média mensal e de 40% a instantânea, em novembro de 2014. Leia mais

O que ainda está pendente:
O governo federal quer implantar gradativamente o eSocial, uma folha de pagamento digital dos funcionários de todo o país, para controlar as obrigações fiscais das empresas aumentando a arrecadação. Leia mais

Várias prefeituras mantiveram ou reduziram as tarifas após uma onda de protestos, mas o assunto volta à pauta em 2014. No Rio, o prefeito já admitiu o reajuste. Leia mais

Um decreto regulamentou a aposentadoria especial para a pessoa com deficiência, mas ainda depende de uma portaria para valer. Leia mais
 

Na TV, Dilma promete combater inflação e critica ‘guerra psicológica’

Segundo a presidente, ‘desconfiança injustificada’ prejudica a economia.
No pronunciamento, ela disse que padrão de vida será melhor em 2014.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
 Em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na noite deste domingo (29), a presidente Dilma Rousseff criticou a desconfiança de setores produtivos nos rumos da economia brasileira e afirmou que a “guerra psicológica” pode prejudicar investimentos. Ela prometeu combater a inflação e reconheceu que é possível fazer retoques e correções.
“Assim como não existe um sistema econômico perfeito, dificilmente vai existir em qualquer época um país com economia perfeita. A economia é um conjunto de vasos comunicantes em busca permanente de equilíbrio. Em toda economia sempre haverá algo por fazer, algo a retocar, algo a corrigir”, afirmou.
Na última sexta-feira, o Banco Central reduziu a estimativa de crescimento da economia brasileira deste ano de 2,5% para 2,3%. Já a inflação fechou 2013 em 5,8%, patamar maior que o registradono ano passado.
No pronunciamento, a presidente afirmou   que é preciso “buscar soluções” em vez de “ampliar os problemas”.
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  • A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas"
Dilma Rousseff
“Se alguns setores, seja porque motivo for, instilarem a desconfiança, especialmente desconfiança injustificada. Isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas,” disse. De acordo com a presidente, o governo está disposto a ouvir empresários e trabalhadores “em tudo que for importante para o Brasil”.
“O governo está atento e firme em seu compromisso de lutar contra a inflação e de manter o equilíbrio das contas públicas. Sabemos o que é preciso para isso e nada nos fará sair desse rumo, como também nada fará mudar nosso rumo em favor de mais distribuição de renda, diminuição da desigualdade e pelo fim da miséria e em defesa das minorias”, afirmou.
Dilma pediu para o brasileiro ser otimista e disse que o país ficará “menor” se ficar preso a “interesses mesquinhos”. “O Brasil será do tamanho que quisermos, do tamanho que imaginemos. Se imaginarmos um país justo e grande e lutarmos por isso, assim o teremos. Se mergulharmos em pessimismo e ficarmos presos a disputas e interesses mesquinhos, teremos um país menor.”
Padrão de vida
Dilma afirmou ainda, no pronunciamento, que o brasileiro terá um melhor padrão de vida em 2014. De acordo com ela, o vida no Brasil está melhorando “pouco a pouco, mas sempre de maneira firme e segura”.
“Sinto alegria de poder tranquilizar vocês dizendo-lhes que entro em 2014 com a certeza que o seu padrão de vida vai ser ainda melhor do que você tem hoje. Sem risco de desemprego, podendo pagar suas prestações, em condições de abrir sua empresa ou ampliar o seu próprio negócio.”
Emprego
Sem dar detalhes, a presidente reconheceu, no pronunciamento, a existência de “problemas localizados ” na luta contra o desemprego e a fome.
“Estamos com uma das menores taxas de desemprego do mundo. Continuamos nossa luta constante contra a carestia. Nela tivemos alguns problemas localizados, mas chegamos a um ponto de equilíbrio que garante a tranquilidade do planejamento das famílias e das empresas.”
Dilma ressaltou também medidas do governo para reduzir a conta de luz e simplificação de impostos. “O governo teve uma atuação firme, atuou nos gastos e garantiu equilíbrio fiscal. Atuou na redução de impostos e na diminuição da conta de luz. Nesses últimos casos enfrentando duras críticas daqueles que não se preocupam com o bolso da população brasileira”, afirmou.
Corrupção
A presidente também ressaltou no pronunciamento que apoia o combate à corrupção “em todos os níveis”. Segundo ela, “nunca no Brasil se investigou e puniu tanto o malfeito”.
Dilma também usou a fala na TV e no rádio para citar programas lançados pelo governo em 2013, como o Mais Médicos, que contratou médicos estrangeiros e brasileiros para atuar nas áreas pobres e remotas do país.
“Não perderemos jamais nossa disposição de lutar para que o povo brasileiro tenha uma saúde e educação de mais qualidade hoje e no futuro. Por isso, no orçamento do próximo ano os setores que tiveram mais aumento foram justamente a saúde, a educação e o combate à pobreza.”
Veja abaixo a íntegra do pronunciamento:
Minhas amigas e meus amigos,
Graças ao esforço de todas as brasileiras e de todos os brasileiros, o Brasil termina o ano melhor do que começou. Temos motivos também para esperar um 2014 ainda melhor do que foi 2013.
As dificuldades que enfrentamos, aqui dentro e lá fora, não foram capazes de interromper o ciclo positivo que vivemos e que tem garantido que a vida dos brasileiros melhore gradativamente a cada ano. Nos últimos anos somos um dos raros países do mundo em que o nível de vida da população não recuou ou se espatifou em meio a alguma grave crise.
Chegamos até aqui melhorando de vida, pouco a pouco, mas sempre de maneira firme e segura. Construindo a base para que a expressão “melhorar de vida” deixe de ser, em um futuro próximo, um sonho parcialmente realizado, torne-se a realidade plena e inegável da vida de cada brasileiro e de cada brasileira.
É para isso que você pega duro no batente todos os dias. É para que o seu esforço traga resultados ainda mais rápidos que cobro todos os minutos um bom desempenho do meu governo. Não existe nada mais importante para mim do que ver as famílias brasileiras melhorando de vida, mais felizes, mais tranqüilas e mais satisfeitas com o fruto do seu trabalho.
Por isso, sinto alegria de poder tranquilizar vocês dizendo-lhes que entrem em 2014 com a certeza que o seu padrão de vida vai ser ainda melhor do que você tem hoje. Sem risco de desemprego, podendo pagar suas prestações, em condições de abrir sua empresa ou ampliar o seu próprio negócio. Entrem em 2014 com toda energia e otimismo e com a certeza de que a vida vai continuar melhorando. Reflitam sobre o que aconteceu de positivo nos últimos anos na vida do Brasil, na sua vida e na vida de sua família e projetem isso de forma ampliada para os próximos anos.
Você, jovem, sabe o quanto o seu padrão de vida melhorou comparado ao que você tinha na infância e ao que seus pais tinham na sua idade. Usem essa fotografia do presente e do passado recente como pano de fundo para projetar o futuro. Esta é a melhor bússola para navegar neste novo Brasil.
Minhas amigas e meus amigos,
Neste ano de 2013 continuamos nossa luta vigorosa em defesa do emprego e da valorização do salário do trabalhador. Uma luta plenamente vitoriosa, pois alcançamos o menor índice de desemprego da história. Estamos com uma das menores taxas de desemprego do mundo, continuamos nossa luta constante contra a carestia. Nela, tivemos alguns problemas localizados, mas chegamos a um ponto de equilíbrio que garante a tranquilidade do planejamento das famílias e das empresas.
Nisso o governo teve uma ação firme, atuou nos gastos e garantiu o equilíbrio fiscal, atuou na redução de impostos e na diminuição da conta de luz. Nesses últimos casos enfrentando duras críticas daqueles que não se preocupam com o bolso da população brasileira.
Neste ano o Brasil apoiou como nunca o empreendedor individual, o pequeno e o médio empresários, diminuindo impostos, reduzindo a burocracia e facilitando o crédito.
Continuamos nossa luta incansável pela construção de um grande futuro para o Brasil, viabilizando a exploração do pré-sal e garantindo a destinação de seus fabulosos recursos para a educação e a saúde. Ampliamos nossa luta pela melhoria de infraestrutura iniciando a mais ampla, justa e moderna parceria de todos os tempos com o setor privado para a construção e ampliação de estradas, portos e aeroportos. Aumentamos o apoio à produção agropecuária em todos os seus formatos e escalas produtivas. Continuamos a difícil luta pela melhoria da saúde e da educação, setores onde ainda temos muito a fazer, mas onde estamos conseguindo avanços.
No caso da saúde, o Mais Médicos foi um dos destaques. Hoje já temos 6.658 novos médicos em 2.177 cidades beneficiando cerca de 23 milhões de pessoas. Em março, serão 13 mil médicos e mais de 45 milhões de brasileiros e brasileiras beneficiados.
Como toda mãe de família, sei que o patrimônio mais valioso na vida dos nossos filhos é a educação. Por isso, estamos fazendo um esforço redobrado nesta área. Além de garantirmos mais vagas e mais qualidade em todos os níveis de ensino, aumentamos o número de creches e escolas de tempo integral, de universidades e escolas técnicas, e consolidamos programas decisivos para a formação profissional e o emprego, como o Pronatec e o Ciência sem Fronteiras. O Pronatec já beneficiou mais de 5 milhões de jovens e adultos com cursos técnicos e de qualificação profissional. Enquanto o Ciência sem Fronteiras ofereceu 60 mil bolsas a estudantes brasileiros em algumas das melhores universidades do mundo.
Continuamos nosso esforço gigantesco para oferecer moradia para os pobres e para a classe média. E o Minha Casa, Minha Vida transformou-se no mais exitoso programa desse gênero no mundo.
Reforçamos o programa Brasil sem Miséria e estamos a um passo de acabar com a pobreza absoluta em todo o território nacional. Ampliamos nosso diálogo com todos os setores da sociedade e escutamos seus reclamos, implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos. Defendemos uma reforma política que amplie os canais de participação popular e dá maior legitimidade à representação política.
Não abrimos mão, em nenhum momento, de apoiar o combate à corrupção em todos os níveis. Exatamente por isso, nunca no Brasil se investigou e se puniu tanto o malfeito. O Brasil também tem buscado apoiar fortemente suas populações tradicionais, em especial os grupos indígenas e os quilombolas. E eu tenho um imenso orgulho do programa Viver sem Limites, que leva oportunidades e cidadania para as pessoas com deficiência.
Em suma, não deixamos em nenhum momento de lutar em favor de todos os brasileiros em especial dos que mais precisam. Com o olhar muito especial para os jovens, para as mulheres e para os negros. Mas sabemos que há muito, muito mesmo, ainda por fazer e muito, muito mesmo, por melhorar.
Minhas amigas e meus amigos,
O Brasil melhorou, a nossa vida melhorou, mas o melhor é que temos tudo para melhorar ainda mais. O Brasil será do tamanho que quisermos, do tamanho que o imaginemos. Se imaginarmos um país justo e grande e lutarmos por isso, assim o teremos. Se mergulharmos em pessimismo e ficarmos presos a disputas e interesses mesquinhos, teremos um país menor.
O mesmo raciocínio se aplica à nossa economia. Assim como não existe um sistema econômico perfeito, dificilmente vai existir em qualquer época um país com economia perfeita. A economia é um conjunto de vasos comunicantes em busca permanente de equilíbrio. Em toda economia sempre haverá algo por fazer, algo a retocar, algo a corrigir para conciliar o justo interesse da população e das classes trabalhadoras e os interesses dos setores produtivos. Por isso, temos que agir sempre de forma produtiva e positiva tentando buscar soluções e não ampliar os problemas. Se alguns setores, seja porque motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas.
Digo aos trabalhadores e empresários que continuo disposta a ouvi-los em tudo que for importante para o Brasil. Digo aos trabalhadores e aos empresários que apostar no Brasil é o caminho mais rápido para todos saírem ganhando. O governo está atento e firme em seu compromisso de lutar contra a inflação e de manter o equilíbrio das contas públicas. Sabemos o que é preciso para isso e nada nos fará sair desse rumo, como também nada fará mudar nosso rumo na luta em favor de mais distribuição de renda, diminuição da desigualdade pelo fim da miséria e em defesa das minorias.
Não perderemos jamais nossa disposição de lutar para que o povo brasileiro tenha uma saúde e educação de mais qualidade hoje e no futuro. Por isso, no orçamento do próximo ano os setores que tiveram mais aumento foram justamente a saúde, a educação e o combate à pobreza.
No médio e longo prazo fizemos do pré-sal nosso passaporte para o futuro destinando seus recursos majoritariamente para a educação.
Minhas amigas e meus amigos,
O Brasil tem passado, tem presente e tem muito futuro. Existem poucos lugares no mundo onde o povo tenha melhores condições de crescer, melhorar de vida e ser mais feliz. É isso que sinto Brasil afora, é isso que sinto coração adentro.
Um ano novo cheio de felicidade e prosperidade para vocês e de muito progresso e justiça social para o Brasil.
Obrigada e boa noite.

Dilma Rousseff vai ajudar classe média a comprar casa própria

Vera Rosa e Murilo Rodrigues Alves


Antonio Cruz/Agência Brasil
Dilma deve reeditar o Minha Casa, Minha Vida para abrangir imóveis mais caros

Dilma Rousseff_Antonio Cruz_Agência Brasil
A presidente Dilma Rousseff vai repaginar o programa Minha Casa Minha Vida, uma das apostas de sua campanha à reeleição. Ela planeja ampliar o valor máximo do imóvel financiado - que hoje está em R$ 190 mil - para beneficiar mais uma parcela da classe média. Na terceira fase do programa, a ser lançada neste ano eleitoral, a ideia é facilitar a compra da casa própria por jovens casais, principalmente em regiões metropolitanas. A meta da nova etapa é construir 3 milhões de moradias até 2017. Até agora, o Minha Casa Minha Vida já entregou cerca de 1,4 milhão das 3,7 milhões de unidades contratadas desde 2009, quando o programa foi anunciado, ainda no governo Lula.
Dilma procura uma forma de aumentar as faixas de renda dos beneficiários do Minha Casa Minha Vida - que atualmente vão de R$ 1,6 mil a R$ 5 mil - , reforçando a presença do plano de habitação em centros urbanos, como São Paulo, Rio e Belo Horizonte.
Disposta a recuperar a popularidade perdida desde os protestos de junho na chamada "nova classe média", a presidente encomendou estudos ao Ministério das Cidades e aos bancos públicos para pôr o programa de pé. Pesquisas em poder do Palácio do Planalto mostram que a imagem da presidente não foi totalmente reabilitada entre eleitores com renda de R$ 1.356 a R$ 3.390 (dois a cinco salários mínimos) nem entre o público jovem, de 16 a 29 anos, e de áreas urbanas. Embora a aprovação de Dilma tenha melhorado na faixa dos menos escolarizados e mais pobres, em especial no Nordeste, a maioria dos entrevistados ainda pede "mudanças" e "coisas diferentes".
O Planalto teme novos protestos perto da Copa do Mundo, em junho de 2014, e prepara antídotos para evitar manifestações de rua contra Dilma, nesse ano eleitoral. Além da terceira fase do Minha Casa Minha Vida estão no radar do governo o reforço do Mais Médicos e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), pelo qual a presidente disse estar "fissurada".
A equipe de Dilma quer evitar que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador Aécio Neves (PSDB), seus prováveis adversários em 2014, capitalizem as insatisfações com os serviços públicos. Ao slogan da oposição, na linha do "fazer mais e bem feito", ela reage dizendo que é preciso "seguir mudando". "Nós fizemos uma política de transferência de renda, uma de valorização do salário mínimo, uma de aumento de emprego. E o que aconteceu? Criamos uma classe média nova, que hoje quer mais e melhor serviço. Isso ocorre em qualquer país do mundo", afirmou Dilma em café com jornalistas, há onze dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Primeiro fuzil de tecnologia brasileira é produzido em Itajubá, MG

Armamento é fabricado pela Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel).
De uso exclusivo do Exército, arma pode disparar até 600 tiros por minuto.

Do G1 Sul de Minas
O primeiro fuzil 100% brasileiro passou a ser produzido em Itajubá (MG). A arma é resultado de três anos de pesquisa da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), que é ligada ao Ministério da Defesa. O fuzil IA2, calibre 556, já foi aceito pelas Forças Armadas. A expectativa é de que sejam fabricadas 200 mil armas.
O novo fuzil, que pode ser semi-automático e automático, é mais leve, pesa pouco mais de três quilos. A arma também é mais precisa. Ele é capaz de atingir um alvo a 600 metros de distância e pode dar mais de 600 tiros por minuto. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 50 milhões no projeto. Para construir a nova arma, a fábrica da empresa precisou ser modernizada em Itajubá. Oficinas foram reformadas e máquinas substituídas.
Nova arma é resultado de três anos de pesquisa do Exército brasileiro (Foto: Reprodução EPTV / Marcelo Rodrigues) 
Nova arma é resultado de três anos de pesquisa do Exército brasileiro (Foto: Reprodução EPTV / Marcelo Rodrigues)
O IA2 é o mais moderno entre os 40 modelos de armamentos que são fabricados exclusivamente para o Exército na fábrica de Itajubá. Ele será o sucessor do FAL, que ainda é usado nas Forças Armadas brasileiras e que pesa um quilo a mais. A diferença entre os dois também está na utilidade. O novo fuzil é mais apropriado para combates com distâncias menores entre os inimigos.
O fuzil calibre 556, de exclusivo do Exército, tem custo estimado a partir de R$ 5,5 mil. Outra arma da mesma família do IA2 está em fase de testes. A arma, ainda mais potente, terá calibre 762.
Novo fuzil pode disparar até 600 tiros por minuto (Foto: Reprodução EPTV / Marcelo Rodrigues) 
Novo fuzil pode disparar até 600 tiros por minuto (Foto: Reprodução EPTV / Marcelo Rodrigues)

Intocada, previdência dos militares gasta mais do que o Bolsa Família

Preservada das reformas que atingiram os setores público e privado, a previdência dos militares mantém gastos em alta e superiores a, por exemplo, os do Bolsa Família.
Segundo o boletim de pessoal do Ministério do Planejamento, as despesas com aposentadorias e pensões militares somaram R$ 24,5 bilhões no período de 12 meses encerrado em agosto.
Principal programa de combate à miséria da administração petista, o Bolsa Família tem um orçamento de R$ 24 bilhões neste ano, destinado a 13,7 milhões de beneficiários.
Os aposentados e pensionistas da previdência militar não chegam a 300 mil.
Como os servidores públicos civis, os militares ativos e inativos contribuem com valores muito abaixo do necessário para custear as despesas previdenciárias: a receita fica em torno dos R$ 2 bilhões ao ano.
A diferença é que, desde fevereiro, os novos servidores civis foram submetidos a um novo regime de previdência, com um teto de aposentadoria equivalente ao do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), de R$ 4.159 mensais.
Para receber acima desse valor, é preciso contribuir para um fundo de pensão, que, apesar das vantagens oferecidas, tem despertado resistências nas corporações, como a Folha noticiou hoje.
A permanência de privilégios para os militares tem sido justificada pelas condições especiais da carreira, que incluem possíveis riscos de vida, disponibilidade permanente e a sujeição constante a mudanças de residência.
Mas, no próprio Ministério da Defesa há queixas contra o volume de despesas com aposentadorias e pensões, que restringe as verbas disponíveis para investimentos.
A previdência militar consome cerca de 35% dos recursos da pasta e supera os gastos com os militares da ativa.

Reação da economia mundial aquecerá a indústria de Minas

30/12/2013 07:37 - Atualizado em 30/12/2013 07:37

Janaína Oliveira - Hoje em Dia


Wesley Rodrigues/Hoje em Dia
Olavo Machado Júnior - Presidente da Fiemg
Olavo Machado Júnior, presidente da Fiemg: boas expectativas

Para quem acha que o ano de 2013 foi perdido para a indústria mineira, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, avisa: “Há anos melhores e piores. Talvez 2013 esteja posicionado entre os piores, mas perdido não foi”, defende Machado, lembrando dos impactos do ritmo lento da economia mundial sobre o desempenho do Estado, fortemente exportador de commodities.
A longo do ano em que os negócios “sobreviveram razoavelmente”, como atesta o próprio presidente da Fiemg, foram intensificados os esforços para criar as condições para a indústria mineira crescer e se fortalecer. “A gente já nota que essa estratégia está certa porque cada vez mais estamos atraindo empresários que vêm à Fiemg, que se filiam a sindicatos, que participam do nosso dia a dia”, aponta, otimista com um 2014 melhor.

2013 foi um ano perdido?
Eu nunca digo que um ano foi perdido. Acho que tem anos melhores e anos piores. Na classificação, talvez 2013 esteja posicionado entre os piores. Mas perdido não foi.
Mas a Fiemg estima que o crescimento do PIB mineiro não deve passar de 0,3% neste ano, ou seja, uma estagnação.
Tivemos um reflexo da economia mundial, principalmente aqui em Minas Gerais. Justamente pelo volume de exportação que nós temos e de commodities que nós produzimos, 2013 não teve a mesma performance que anos anteriores. Mas a gente sabe que o mundo está começando a reagir também, e isso significa que 2014 será melhor que 2013. Com isso, acreditamos que a economia mineira volta a retomar um patamar mais confortável.
E porque a produção industrial de Minas, que deve fechar 2013 negativa (-1,1%), teve desempenho pior do que a nacional (1,6%)?
A indústria mineira não foi pior, o mercado é que foi um pouco pior para nós. E o mercado sendo pior afeta principalmente a indústria de commodities, que representa mais de 40% da nossa economia. Mas se você olhar a performance da indústria de transformação, nós temos um quadro diferente. O problema sério é que nós trabalhamos muito com média. E média não significa que todos os setores foram mal, nem que todos foram muito bem. A média é essa. Mas tivemos alguns segmentos que tiveram performance melhor.
Algum setor se destacou positivamente?
Os automóveis, que tiveram um ano bom também em função das políticas colocadas. A linha branca também teve um ano razoável. Outros produtos industriais como alimentos tiveram bons resultados em alguns segmentos. Por outro lado, temos o minério, que é hoje influenciado pelo cliente que está lá na China, onde está nevando muito. Então acaba diminuindo o estoque. Mas como eles usam o estoque, significa que ano que vem eles vão comprar de novo. No global, sobrevivemos razoavelmente.
Ainda assim, o Brasil foi pior que os demais emergentes.
Sim, e isso mostra que o Brasil precisa de fazer o dever de casa. A gente está vendo que o mundo está retomando o crescimento justamente porque fez sua parte. É necessário que o Brasil também cuide disso, priorize algumas questões. As despesas governamentais devem ser diminuídas e os investimentos, feitos naquilo que a gente precisa. A infraestrutura precisa dar condições melhores para que a agricultura e a indústria se desenvolvam. Com isso, os serviços também serão de mais qualidade. É um conjunto de fatores que precisamos de ter para poder estar em um posicionamento melhor em termos econômicos.
As concessões que estão saindo do papel são parte desse dever de casa?
Não tenha dúvida. Se o governo não tem os recursos, essa é uma das saídas. As parcerias público-privadas também têm sido aplicadas de uma maneira competente. E a gente espera que esse instrumento que faz com que os gastos possam ser feitos pela iniciativa privada seja utilizado mais vezes.
Quer dizer que o privado é muito mais competente do que o governo?
O empresário, o investidor privado, não pode deixar para depois. Já o governo, muitas vezes, tem um prazo mais condescendente, principalmente nos negócios. E o privado não pode porque a duplicata vence amanhã, a folha de pagamento vence no final do mês, o imposto tem que ser pago em dia. A iniciativa privada tem uma objetividade maior por causa das contas que estão vencendo. Então não há dúvida de que quem tem concessão está correndo, até porque concessão tem fim, e o concessionário tem que aproveitar o máximo do prazo do tempo que foi dado a ele.
Pesquisa da Fiemg apontou que, em Minas, 68% dos empresários enfrentam dificuldades para contratar trabalhador qualificado. É um problema que ainda atormenta?
O Sistema Sesi/Senai tem procurado minimizar esse problema justamente treinando pessoas porque, apesar do pleno emprego, ainda existe falta de algumas especialidades, algumas competências, e a indústria precisa delas. Mesmo com taxas tão baixas de desocupação, em alguns pontos existe desemprego. Mas a Fiemg tem procurado suprir isso através do Sesi/Senai. Da mesma maneira, as empresas transformadoras precisam de tecnologia. E por isso o Senai é hoje dono do Cetec, a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais, no Horto, um investimento de R$ 160 milhões. Só que, infelizmente, isso não é uma coisa que se resolve de uma hora para a outra. Mas nós estamos persistindo para que o mais breve possível o Cetec esteja aquilo que a indústria mineira precisa para agregar valor ao nosso produto.
E qual a origem dos recursos de R$ 160 milhões para o Cetec?
É um convênio feito pelo governo federal, pela presidente Dilma Rousseff, com a Confederação Nacional das Indústrias, a CNI, presidida pelo Robson Andrade. Os recursos estão viabilizados e já vencemos as últimas dificuldades para poder ter acesso a esse dinheiro do BNDES. Assim, esperamos que em 2014 vão fluir muito mais recursos e todos eles para investimento. O dinheiro de custeio é outro, e nós já o temos. Agora precisamos dos recursos para o desenvolvimento do projeto.
Os resultados aparecerão a médio ou longo prazo?
Já estamos lá há dois anos. Em mais uns quatro anos, talvez, possamos então ter uma diferença significativa. Mas primeiro temos que investir, equipar, preparar pessoas, e montar uma equipe com pesquisadores, doutores.

Por um tempo se falou muito em apagão de mão de obra. Isso ainda assombra?
Quando você precisa de uma especialidade e não acha na praça é apagão. Então você tem que procurar ou treinar, preparar. Talvez a palavra seja menos usada hoje do que já foi no passado.

E quais as profissões em que a escassez preocupa mais a indústria?
Desde os ofícios mais básicos, como por exemplo de pedreiro, que tem uma importância muito grande e é muito bem remunerado, até pesquisadores que mexem com mecatrônica têm espaço se são competentes. O que não há espaço é para quem não está preparado para os desafios que o mundo está nos proporcionando.

Quais as ações da Fiemg para fortalecer a indústria?
A Fiemg só será forte se a indústria for forte. Não existe sistema de indústria forte se não tivermos uma indústria que tenha pujança, e isso também depende de todo o cenário. O que nós estamos preparando na Fiemg, e que os nossos funcionários têm aceitado muito esse desafio, é que temos a obrigação de criar as condições para a indústria mineira crescer. O nosso sucesso vai depender do sucesso da indústria mineira. Isso tem sido um bom discurso, e já existe um esforço na Casa para isso. Hoje, todas as nossas instituições, Sesi, Senai, IEL, Ciemg, Estrada Real, todas as instituições que constituem a Fiemg e a própria federação têm trabalhado naquilo que é do interesse do desenvolvimento da indústria mineira. A gente já nota que essa estratégia está certa porque cada vez mais estamos atraindo empresários industriais que vêm à Fiemg, que se filiam a sindicatos, que participam do nosso dia a dia.

Passado um ano de estagnação da indústria mineira, o que vem pela frente?
O que puxa desenvolvimento são as grandes empresas. E hoje as grandes empresas se preocupam muito em ter médias, pequenas e microempresas que sejam competentes. O desafio nosso é ter tecnologia para todas e competência. Nossas empresas têm cada vez mais interagido entre elas, o que é muito positivo. Isso significa que os recursos que chegam para fazer algum desenvolvimento em Minas acabam ficando mais tempo em Minas e a economia gira melhor.

Quais setores terão um desempenho melhor em 2014?
Quem escolhe o segmento que vai se desenvolver é o empresário. Os institutos Senai e Cetec mostram bem a tendência, que abrange o setor mineral, metalúrgico, metal mecânico, motores, alimentos e energia.
 

Nova regra retira influência política sobre as Polícias Civil e Militar

30/12/2013 07:09 - Atualizado em 30/12/2013 07:09

Hoje em Dia



Governar é ter a chave do cofre e a chave da cadeia. Essa visão faz parte da tradição política brasileira há várias décadas, mas pode vir a mudar em Minas. Neste domingo, o Hoje em Dia informou que uma nova regra vai retirar a influência política sobre as polícias Civil e Militar. Desde que um substitutivo ao projeto de lei nº 865/2011 seja aprovado em segundo turno pela Assembleia Legislativa.
A proposta em exame pelos deputados institui as diretrizes para a elaboração da Política Estadual de Segurança Pública. É considerada uma prioridade na pauta de votação da ALMG em 2014, de acordo com o relator da Comissão de Segurança Pública, deputado Sargento Rodrigues, do PDT.
Segundo ele, hoje, quem determina se um município precisa de efetivo policial maior que o outro é o deputado. São os políticos, e não um planejamento estratégico de prevenção da criminalidade no município. A proposta visa acabar com essa prática, mas para isso depende da aprovação da maioria dos deputados. Parece que muitos estão dispostos a abrir mão da chave da cadeia, pois o substitutivo já foi aprovado em primeiro turno.
Porém, antes de ser votado em segundo turno, precisa passar pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Talvez esteja aí a chave do cofre. O texto em exame afirma ser necessário fomentar atividades privadas voltadas à segurança pública, com a previsão de compensações tributárias em razão de investimentos na área. Parece confuso, mas o sociólogo Luís Flávio Sapori, especialista em segurança pública, esclarece: eventos esportivos promovidos por entidades privadas têm caráter público e, portanto, é legítimo que o governo seja remunerado pelas empresas esportivas para disponibilizar efetivo policial.
É comum ocorrerem em tais eventos, sobretudo em jogos de futebol, brigas de torcedores. Quanto mais ausente a polícia, mais graves suas consequências. O pior é quando a disputa não é entre torcidas, mas entre grupos em luta pelo poder.
Ontem tivemos na Rússia um exemplo – e um alerta. Uma bomba explodiu na estação de trem de Volgogrado, antiga Stalingrado, matando pelo menos 16 pessoas e ferindo outras 37, algumas gravemente. As autoridades russas acreditam que o atentado faz parte de um plano para prejudicar os Jogos Olímpicos de Inverno, que serão realizados na cidade de Sochi, entre os dias 7 e 23 de fevereiro. Nenhum grupo assumiu a autoria, mas, em julho passado, o líder checheno Doku Umarov publicou um vídeo na internet convocando os militantes a usarem “força máxima” para cancelar os Jogos de Inverno.
Não temos esse tipo de problema aqui, mas existem muitos outros, e a polícia precisa estar preparada para lidar com todos eles, independentemente da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. E com a colaboração da população, mais que a dos políticos.
 

domingo, 29 de dezembro de 2013

Faz 100 dias que Lula afronta o Brasil decente com o silêncio sobre o caso de polícia em que se meteu ao lado de Rose

tarja-an-melhores-do-ano-2013
PUBLICADO EM 4 DE MARÇO
Faz 100 dias que os brasileiros decentes foram afrontados pela descoberta do  escândalo em que Lula se meteu ao lado de Rosemary Noronha. Faz 100 dias que o país que presta é afrontado pela mudez malandra do caçador de votos que promoveu uma gatuna de quinta categoria a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Faz 100 dias que o ex-presidente foge de perguntas sobre o caso de polícia que protagonizou em companhia da Primeiríssima Amiga e dos bebês quadrilheiros de Rosemary.
Surpreendido pela divulgação das maracutaias comprovadas por policiais federais engajados na Operação Porto Seguro, Lula fez o que sempre faz quando precisa costurar algum álibi menos cretino: perdeu a voz e sumiu. Passou a primeira semana enfurnado no Instituto Lula. Passou as duas seguintes longe do Brasil, driblando repórteres com escapadas pela porta dos fundos ou pela cozinha do restaurante.
Recuperou a voz no começo do ano, mas ainda garimpa no porão das desculpas esfarrapadas alguma que o anime a enfrentar jornalistas armados apenas de perguntas sem resposta. Para impedir que a aproximação do perigo, tem recorrido a cordões de isolamento, cercadinhos, muralhas humanas e outras mesquinharias improvisadas para livrá-lo de gente interessada no enredo da pornochanchada financiada por cofres públicos que apresentou ao Brasil, entre outros espantos, os talentos ocultos de Rosemary Noronha.
O silêncio que vai completando 2.500 horas, insista-se, só vale para o caso Rose. Entre 23 de novembro de 2012 e 3 de março de 2013, excluídos os poucos dias em que teve de desativar o serviço de som, o palanque ambulante continuou desempenhando simultaneamente os papeis de co-presidente da República, presidente honorário da base alugada, chefe supremo da seita, protetor dos pecadores companheiros, arquiteto do Brasil Maravilha e consultor-geral do mundo.
Abençoou catadores de lixo e metalúrgicos, leu mais de 300 livros, fingiu entender o que Sofia Loren disse em italiano, avisou que os EUA nunca mais elegerão um negro se Barack Obama fizer besteira, louvou bandidos de estimação, insultou a oposição, deliberou sobre a tragédia ocorrida no jogo do Corithians em Oruro, explicou aos governantes europeus como se transforma tsunami em marolinha, recomendou a FHC que pare de dizer o que pensa e descobriu que Abraham Lincoln reencarnou no Brasil com o nome de Luiz Inácio Lula da Silva. Fora o resto.
Só não falou sobre o que importa, agarrado à esperança de sobreviver sem fraturas expostas ao primeiro escândalo que não pode terceirizar. Não houve intermediários entre Lula e Rose. Não há bodes expiatórios que a apresentar. É natural que fuja como o diabo da cruz de pelo menos 40 perguntas formuladas pelo timaço de comentaristas:
1. Por que se recusa a prestar esclarecimentos sobre um escândalo investigado pela Polícia Federal que o envolve diretamente?
2. Considera inconsistentes as provas reunidas pela Operação Porto Seguro?
3. Por que disse em Berlim que não se surpreendeu com a Operação Porto Seguro?
4. Desta vez sabia de tudo ou, de novo, nunca soube de nada?
5. Onde e quando conheceu Rosemary Noronha?
6. Como qualifica a relação que mantém com Rose há 17 anos?
7. Em quais critérios se baseou para instalar uma mulher sem experiência administrativa na chefia do gabinete presidencial em São Paulo?
8. Por que pediu a Dilma Rousseff que mantivesse Rose no cargo?
9. Por que criou os escritórios da Presidência da República?
10. Continua achando necessária a existência de escritórios e chefes de gabinete?
11. Além de demitir Rose, Dilma Rousseff extinguiu o cargo que ocupava. A presidente errou?
12. Por que  Rose foi incluída na comitiva presidencial em pelo menos 20 viagens internacionais?
13. Por que foi contemplada com um passaporte diplomático?
14. Quem autorizou a concessão do passaporte?
15. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?
16. Quem se responsabilizou pelo embarque de uma passageira clandestina?
17. Por que Marisa Letícia e Rose não eram incluídas numa mesma comitiva?
18. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?
19. Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?
20. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?
21. Por que nomeou os irmãos Paulo e Rubens Vieira, a pedido de Rose, para cargos de direção em agências reguladoras?
22. Examinou o currículo dos nomeados?
23. Por que o aliado José Sarney, presidente do Senado, convocou irregularmente uma terceira sessão que aprovou a nomeação de Paulo Vieira, rejeitada em votação anterior?
24. Acha que são culpados?
25. Por que comunicou à imprensa, por meio de um diretor do Instituto Lula, que não comentaria o episódio por considerá-lo “assunto pessoal”?
26. Por que Rose se apresentava como “namorada do presidente”?
27. Se teve o nome usado indevidamente, por que não processou Rosemary Noronha?
28. Conversou com Rose nos últimos 100 dias?
29. Por que Rose tinha direito ao uso de cartão corporativo?
30. Por que foram mantidos em sigilo os pagamentos feitos por Rose com o cartão corporativo ?
31. Autorizou a inclusão, na decoração do escritório da Presidência em São Paulo, da foto em tamanho família em que aparece simulando a cobrança de um pênalti?
32. O blog do deputado federal Anthony Garotinho afirmou que Rose embarcou para Portugal com 25 milhões de euros. Se a denúncia é improcedente, por que não processa quem a divulgou?
33. Como se comunicava com Rose? Por telefone? Trocavam emails?
34. Era previamente informado por Rose das reuniões que promoveria no escritório da presidência?
35. Depois das reuniões, era informado por Rose do que fora discutido e decidido?
36. Por que, mais uma vez, alegou ter sido “traído”? Quem o traiu?
37. Se pudesse recuar no tempo, faria tudo de novo?
38. Não se arrepende de nada?
39. Não se envergonha de nada?
40. Que história contou em casa?
Há dias, Lula acusou a imprensa de negar-lhe o espaço que merece. Está convidado a preencher o espaço que quiser com respostas a essas perguntas. Todas serão publicadas na íntegra.
Coragem, Lula.

sábado, 28 de dezembro de 2013

É preciso desmilitarizar a polícia? Sim e Não - DEBATE

28/12/2013 - 03h00

ALVARO BATISTA CAMILO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ouvir o texto
Tendências / Debates DEPRECIAR, DESMERECER, DESMILITARIZAR
O desconhecimento do que é a Polícia Militar no Brasil leva as pessoas a pensarem, erroneamente, em treinamento de guerra e inimigos. Segundo esse pensamento, a desmilitarização seria a solução para eventuais deslizes e ações violentas.
Só neste ano, em São Paulo, mais de 55 policiais militares perderam a vida defendendo o cidadão e cerca de 400 ficaram feridos, alguns com sequelas para o resto da vida. Isso aconteceu porque eles internalizaram valores que lhes foram transmitidos no consistente e demorado curso de formação, reiterados pelos comandos diuturnamente.
O militarismo nas polícias é a forma de internalizar valores éticos, morais, de ordem e respeito às pessoas. Essa conduta é responsável por tornar os policiais militares homens e mulheres diferenciados por seu comprometimento com a defesa da vida e da dignidade, morrendo por seu ideal, se necessário for. Pelos indicadores apontados, isso não é apenas retórica.
A polícia de hoje é uma polícia cidadã, focada na prestação de serviço. O policial militar não tem inimigo a ser eliminado. Tem um infrator da lei que deve ser preso e entregue à Justiça (Giraldi, 1999).
Todo treinamento nas escolas da Polícia Militar –todas de nível superior– tem esse foco. Há uma disciplina específica de direitos humanos e seus conceitos, junto com a filosofia de polícia comunitária e de gestão pela qualidade, norteiam as ações policiais. Lá se ensina que a razão de ser da polícia é o cidadão.
Os erros e desvios, quando acontecem –e acontecem, como em qualquer profissão–, são rigorosamente punidos por meio de uma corregedoria forte e atuante, que não sobresta procedimentos, que não transfere policial como solução, que não prescreve aposentadoria com salário integral como punição, que não se intimida e expulsa os policiais que não honram seu "compromisso com o cidadão" (slogan da PM de São Paulo em 2010).
Agora que os indicadores não estão tão bons, fala-se muito em mudanças. Mas se ignora que a Polícia de São Paulo foi o fator fundamental no maior exemplo de combate à criminalidade no mundo ao fazer cair os homicídios nas 645 cidades do Estado consecutivamente por 12 anos em 72%.
Destaque-se: a queda não se efetivou em apenas uma cidade, como Bogotá ou Nova York.
Erra quem compara os indicadores de letalidade policial com aqueles existentes nos Estados Unidos e demais países com legislação forte e poucos confrontos. Não considerar essas premissas é o mesmo que comparar banana com laranja.
Caro leitor, a Polícia Militar exerce papel principal nessa conquista, pois o indicador cai quando o crime não acontece. Para isso, é fundamental a prevenção feita pela PM, com planejamento e inteligência, de forma competente.
Cada país tem a sua peculiaridade, o seu arcabouço legal, a sua herança cultural, e no Brasil não é diferente. As Polícias Militar, Civil e Federal têm missões definidas e se completam, na medida de sua competência constitucional. Precisamos aperfeiçoá-las, com melhor treinamento e salários dignos, e exigir que cada vez mais prestem melhores serviços aos cidadãos, aprimorando os seus processos demissórios para banir de seus quadros aqueles que não se enquadrarem na nova ordem.
A Polícia Militar é o sustentáculo da democracia, a garantidora do Estado democrático de Direito, o último anteparo do cidadão contra a criminalidade e, em muitos locais, o único. Devemos trabalhar para que ela melhore sempre, a cada dia, dentro do princípio da melhoria contínua que também a norteia. Depreciá-la, desmerecê-la, desmilitarizá-la é um grande erro.
ALVARO BATISTA CAMILO, 52, administrador de empresas, é vereador de São Paulo pelo PSD. Foi comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo (de 2009 a 2012)
28/12/2013 - 03h00

MARCELO FREIXO
ESPECIAL PARA A FOLHA

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Tendências / Debates DESMILITARIZAR A PM JÁ
O que a sociedade deve esperar de policiais militares que, ao longo de sua formação, são obrigados por seus superiores a se sentar e a fazer flexões sobre o asfalto escaldante, que lhes provoca queimaduras nas mãos e nas nádegas?
Como esses soldados, submetidos a um treinamento cruel e humilhante, se comportarão quando estiverem patrulhando as ruas e atuando na "pacificação" das comunidades? Como uma instituição que não respeita os direitos de seus membros pode contribuir com a democracia?
Dar respostas a essas perguntas se tornou ainda mais urgente após a morte do recruta da Polícia Militar do Rio de Janeiro Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, em novembro. Membro da 5ª Companhia Alfa, ele foi parar no CTI (centro de terapia intensiva) do hospital central da PM após ser submetido a um treinamento que mais pareceu uma sessão de tortura, no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças).
Além de Paulo, outros 33 recrutas passaram mal e 24 sofreram queimaduras nas mãos ou nas nádegas. Segundo relatos de colegas, quem não suportava os exercícios sob a temperatura de 42 graus Celsius –a sensação térmica era de 50 graus Celsius– levava um banho de água gelada ou era obrigado a se sentar no asfalto.
E o caso não é isolado. Após a morte de Paulo, o Ministério Público ouviu recrutas da 5ª Companhia Alfa. Eles confirmaram os castigos cruéis e contaram que os oficiais não davam tempo suficiente para que se hidratassem. Alguns tiveram que beber água suja na cavalaria. Segundo informações da enfermaria da unidade, alunos chegaram a urinar e vomitar sangue. O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, classificou a morte como homicídio.
Até policiais experientes não resistem a esses treinamentos. Neste mês, na Bahia, os soldados Luciano Fiuza de Santana, 29, e Manoel dos Reis Freitas Júnior, 34, morreram após passarem mal num teste de aptidão física para ingressar no Batalhão de Choque. Outros precisaram ser hospitalizados.
A tragédia envolvendo o recruta fluminense e os policiais baianos, infelizmente, não é só do Rio e da Bahia, mas de toda a sociedade brasileira. Em todos os Estados do país, a PM é concebida sob a mesma lógica militarista e antidemocrática.
Ninguém precisa ser submetido a exercícios em condições degradantes e a castigos cruéis para se tornar um bom policial. Em vez de se preocupar em formar soldados para a guerra, para o enfrentamento e a manutenção da ordem de forma truculenta, o Estado precisa garantir que esses profissionais atuem de forma a fortalecer a democracia e os direitos civis. A realização dessa missão passa necessariamente por mudanças na essência do braço repressor do poder público.
Desde as manifestações dos últimos meses em todo o país, quando os excessos da PM e a sua dificuldade em conviver com o regime democrático ficaram evidentes, o debate sobre sua desmilitarização se tornou urgente. A PM é uma herança dos anos de chumbo, uma força auxiliar do Exército. Mas o que nós precisamos é de uma instituição civil.
Nesse sentido, é fundamental que o Congresso Nacional aprove a proposta de emenda constitucional (PEC 51/2013) que prevê a desvinculação entre a polícia e as Forças Armadas; a efetivação da carreira única, com a integração entre delegados, agentes, polícia ostensiva, preventiva e investigativa; e a criação de um projeto único de polícia.
Esse debate deve envolver os próprios policiais e as organizações da sociedade civil. Essa proposta não significa estar contra a polícia, mas estar a favor dos servidores da segurança pública e da cidadania.
MARCELO FREIXO, 46, professor de história, é deputado estadual pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) no Rio de Janeiro
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 Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/12/1390875-e-preciso-desmilitarizar-a-policia-militar-nao.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/12/1390874-e-preciso-desmilitarizar-a-policia-militar-sim.shtml