Alguém falou umas palavrinhas contra os traficantes no especial do “Esquenta” em homenagem ao dançarino DG, morto na favela Pavão-Pavãozinho, em Copacabana? Contra Pitbull, um dos mais procurados do Rio – e que, segundo fontes da polícia civil,
estava no mesmo churrasco do qual o dançarino fugiu pulando de uma laje
ao muro de uma creche quando os seguranças do primeiro começaram a
atirar contra a PM para “fazer contenção” e possibilitar a fuga do
chefe? Algumas palavrinhas contra a pressa em culpar a polícia antes de
concluídas as investigações (que, segundo o delegado,
apontam que DG estava mesmo próximo e na direção dos traficantes em
relação aos policiais)? Algo contra os “bicos” nas mãos dos “amigos”? O
contrabando de armas? As más companhias? A ESCOLHA imoral dos bandidos
pela criminalidade? Contra “microondas”, “mulas”, “aviões”? Contra o
arruinamento das famílias de crianças e adolescentes viciados em drogas?
Contra o sustento que os próprios artistas usuários dão ao império do
crime? Contra a exploração política do caso por militantes profissionais
como Sininho, alguns dos quais a polícia já suspeita de estar
orientando a mãe de DG em “media coachings”? Contra a morte do
comandante Leidson e dos soldados Alda e Rodrigo Paes Leme, enquanto trabalhavam nas UPPs?
Ou só mostraram o trecho de um curta-metragem em que um policial
apontava a arma para o personagem de DG, para que a polícia fosse vaiada
pela plateia e se chegasse à conclusão precoce de que a vida imita a
arte? Ou ainda se limitaram a ecoar a tese de um “especialista” em luta de classes que afirmou no programa que “Não tem nada mais perigoso no Brasil do que ser negro, jovem e pobre”, usando a velha estratégia esquerdista
de mostrar os negros como vítimas predominantes de crimes violentos,
sem perguntar se não são também predominantemente ou em grande parte os
autores desses crimes?
Alguém lembrou que o respaldo para essas meias verdades veio de outra pesquisa fajuta do famigerado IPEA,
que tirou do número maior de vítimas negras a conclusão estapafúrdia
sobre crimes raciais sem levar em conta a cor dos assassinos, sendo que,
nos EUA, por exemplo, onde a esquerda utiliza a mesma estratégia,
simplesmente 93%(!!!) dos negros assassinados foram mortos por outros
negros? Alguém lembrou que a taxa de homicídios de policiais é o dobro
da relativa à população negra e parda? Que a chance de ser morto sendo
policial é 100,83% superior à chance de ser morto sendo negro ou pardo?
Que a possibilidade de um policial brasileiro ser vítima por um crime de
homicídio é 196,70% superior do que seria com qualquer outra pessoa?
Que o risco de ser morto, sendo policial, é quase três vezes superior do
que sendo outro não integrante das forças policiais? Que as taxas de
PMs mortos em serviço é de 17,8 e FORA DE SERVIÇO(!!!)
de 58,7(!!!) por grupo de 100 mil habitantes, sendo que a OMS considera
taxas de homicídio acima de 10 por grupo de 100 mil já como sintomas de
violência epidêmica? Alguém lembrou que a taxa de homicídios de PM e
Policial Civil (em serviço e fora) chega a 72,1(!!!) por 100 mil
habitantes, praticamente o triplo da taxa de homicídio nacional (de
24,3)? De quantas entrevistas, participações em programa de TV ou
eventos em homenagem aos policiais mortos os especialistas e artistas
convidados pelo “Esquenta” já participaram?
(E de quantas por jovens como Victor Hugo Deppman, cujo assassinato
por um ”dimenó”, protegido por leis endossadas pelo mesmo PSOL que
explora a tragédia de DG, completa um ano neste mês?)
Será que o único minimamente sensato foi o coreógrafo Carlinhos de
Jesus quando disse “Eu acredito na instituição policial”, mas “é claro
que há elementos que não merecem estar ali”, ainda que ninguém tenha
reiterado que até o momento não há provas conclusivas contra supostos
“elementos” assim no caso DG?
Não é maravilhoso que, não bastasse a campanha “Eu não mereço ser estuprada” – baseada na pesquisa errada e embusteira do IPEA
– ter dissuadido (aham…) milhares de estupradores de cometer seus
crimes pelo irresistível apelo de moças seminuas cobertas com plaquinhas
na internet, surja não somente outra como “Eu não mereço morrer
assassinado”, capaz de levar assassinos às lagrimas e ao divã, mas
também a da hashtag “A vida é sagrada” [#avidaesagrada], proposta por Regina Casé ironicamente na mesma emissora cujas novelas fazem propaganda escancarada do aborto?
(E
não era justamente a abortista Leandra Leal, outra “especialista” a
palestrar sobre a “sociedade” no programa, aquela que dava uma forcinha
aos Black Blocs no vídeo “Grito pela liberdade”, culpando o Estado pela
violência dos terroristas nas manifestações, violência esta que depois
resultaria na morte do cinegrafista da Band Santiado Andrade, por cuja “vida sagrada” nenhum dos globais do vídeo fez campanha depois, pedindo desculpas à família pelo estímulo ao caos?)
Alguém da família “Esquenta” afinal mencionou o medo que os moradores
de bem da favela sentem de abrir a boca para falar mal dos traficantes
(ou mesmo para narrar o que sabem deste episódio), enquanto um bando de
militantes “especialistas” usam a sua liberdade de expressão para falar
em nome deles exclusivamente contra a polícia, fomentando o ódio às
instituições que, a despeito dos erros, excessos ou mesmo crimes de
alguns de seus integrantes, são as únicas que podem livrá-los daqueles
marginais? Ou hashtag ganha de fuzil?
A dor de parentes e amigos de DG é legítima e deve ser respeitada,
mas se nada justifica a sua morte como se deu, nada tampouco justifica
tanto cinismo, tanta ignorância, tanta ideologia barata em função dela,
como se viu no “Esquenta” deste domingo (e em todos os jornais).
Na TV aberta, a voz que se erguia contra o tráfico e lamentava a
morte de policiais e o silêncio dessa turma dos “direitos humanos”
quando isso acontecia era a de Rachel Sheherazade, a apresentadora censurada em pleno ano eleitoral pelo governo do PT (com testas-de-ferro do PSOL e do PCdoB) sob ameaça de corte de verbas da Caixa Econômica Federal ao SBT. O que resta na TV brasileira é isso: o programa de Regina Casé, a garota-propaganda da Caixa.
Os traficantes que lutam pelo fim das UPPs devem ter assistido a tudo comendo pipoca.
Felipe Moura Brasil - http://www.veja.com/felipemourabrasil
* A moderação de comentários está atrasada em função do recorde
de audiência do blog nesta semana, mas será atualizada nesta madrugada.
Podem caprichar.
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