sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Vai faltar cadeira nos ministérios

Pastas

A presidente tem 39 pastas, que podem não ser suficientes para a lista de pedidos dos seus aliados

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Cargos. Os 39 ministérios da presidente Dilma são cobiçados pelo PT e aliados, mas a quantidade de postos é menor do que a demanda
PUBLICADO EM 31/10/14 - 04h00- O Tempo
Brasília/Rio. Com o xadrez da reforma ministerial que será feita pela presidente Dilma Rousseff ainda não montado, pelo menos uma coisa é praticamente certa: dificilmente ela conseguirá satisfazer o PT e os partidos aliados, mesmo contando com 39 ministérios. Há mais demandas do que cargos disponíveis. A petista sofre ainda pressão do empresariado e do mercado financeiro, que jogaram contra sua reeleição e gostariam de ter nomes nos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento que significassem mudanças das políticas econômicas.
O PT, incluindo as bancadas da Câmara e do Senado, quer ser ouvido na composição da nova equipe. Além do cabo de guerra entre os nove partidos que compõem a coalizão e das disputas internas nas siglas, há ainda as rixas locais. Depois de ser derrotado pelo PT para o governo do Ceará, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, por exemplo, não está nada feliz com a perspectiva de ver seu adversário local, o governador Cid Gomes (PROS) se tornar ministro da Educação. “Vai ser a queda e o coice”, diz um peemedebista sobre a situação de Eunício.
Derrotados. Também a rondar Dilma está uma fila de políticos que perderam as eleições, ávidos para serem incorporados ao governo, mas a presidente não deve montar um ministério de derrotados, na avaliação dos próprios aliados. O PT deve fazer reuniões na próxima semana para discutir os nomes que apresentará à presidente, contemplando as diferentes tendências do partido. A Democracia Socialista (DS), por exemplo, ocupa o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) desde 2003, mas agora seu representante no governo, Miguel Rossetto, uns dos mais próximos de Dilma, está cotado para ser deslocado para a Secretaria Geral da Presidência, que faz a articulação com os movimentos sociais.
Os integrantes da DS vão discutir se aceitam trocar o Desenvolvimento Agrário por um ministério menor, sem Orçamento para executar, ou se vão considerar a eventual ida de Rossetto para a Secretaria Geral como da cota pessoal de Dilma. A equação no PMDB também passa pelo equilíbrio interno, no caso, o atendimento das bancadas da Câmara e do Senado, com seus respectivos caciques, além dos interesses do próprio vice-presidente Michel Temer. Esse último tem em sua cota o ministro Moreira Franco (Aviação Civil) e gostaria de emplacar também o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS).
Com exceção deste ano, Padilha sempre apoiou o PSDB nas eleições presidenciais, inclusive José Serra contra Dilma em 2010. Mas neste ano ele integrou a coordenação da campanha à reeleição e teria se redimido, na opinião de peemedebistas.
Esvaziado
Trabalho. No PDT, a ideia desta vez é sair do Ministério do Trabalho. O partido avalia que a pasta foi esvaziada e deixou de ser atraente. Os pedetistas querem outro posto no governo.
Carvalho não fica e espera a presidente

Brasília.
O ministro Gilberto Carvalho voltou a dizer que não ficará na Secretaria Geral no segundo mandato de Dilma Rousseff, o que vem afirmando desde o começo do ano, mas sinalizou seu desejo de permanecer no governo em outro cargo.

Ele disse que continuará até o dia 31 de dezembro na Secretaria, mas que, depois disso, não sabe para onde vai, colocando-se à disposição de Dilma. “Nossa chefe é Dilma Rousseff. Ela sabe que pode contar comigo.”

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